Desde que a Apple anunciou que ia entrar no mercado dos carros inteligentes muita gente já começou a fazer uma poupança esperando um dia ter acesso aos automóveis da marca.

Após muito mistério e anos sem falar do assunto, finalmente a montadora (será?) revelou mais detalhes sobre o que está criando. Quem veio a público falar foi o diretor de pesquisa de inteligência artificial, Ruslan Salakhutdinov, que na semana passada fez uma apresentação revelando tudo o que a "equipe de condução autônoma" (autonomous driving team, no original) andou criando este tempo todo.

Algumas das coisas não são novidade entres os veículos autônomos, enquanto que outras mostram que a Apple está entrando para valer nesse mercado.

Para começar, a Apple criou um sistema que usa câmeras a bordo para identificar objetos, mesmo em situações difíceis, como quando gotas de chuva estiverem cobrindo a lente, por exemplo. Quanto ao reconhecimento proporcionado pelas câmeras, elas podem agora estimar a posição de um pedestre, mesmo quando ele estiver escondido por um carro estacionado.

Outras adições incluíram dar diferentes direções aos veículos através da localização e mapeamento simultâneos, a criação de mapas 3D mais detalhados graças aos sensores presentes nos carros e a tomada de decisão em situações de vida ou morte (um pedestre que se atravessa na frente do seu carro, por exemplo).

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Ainda não é certo se, ou como, a Apple comercializará seu estas tecnologias. No momento, seu objetivo imediato é a criação e implementação de comboios sem motorista que circularão com os funcionários da empresa pelos campus da empresa no Vale do Silício já eles conseguiram (em abril deste ano) a licença para testar veículos autônomos na rua junto ao DMV da Califórnia (tipo o Detran de lá).

Atualmente a Apple não disse se irá fabricar veículos (nem disse que não irá), o que levanta uma questão. Será que ele está criando essas tecnologias para vender para a montadoras como a Tesla, assim como o Google criou o sistema Android e o licensia para Motorola, Sony, etc? O assunto é nebuloso ainda e caso essa venda de tecnologia se concretizasse seria, no mínimo, incomum, já que a Apple é conhecida por manter exclusividade sobre aquilo que desenvolve.

O próprio envento já foi um tanto incoumum para a Apple. Na última sexta-feira, Salakhutdinov recebeu cerca de 200 especialistas em inteligência artificial que se inscreveram para um almoço gratuito e para ver como andavam as pesquisas da Apple com machine learning, processo utilizado para analisar pilhas e pilhas de dados e tirar informações estratégicas dali.

O evento ocorreu no final de uma conferência de uma semana sobre machine learning chamado NIPS. Cerca de 8 mil pessoas participaram, um aumento de quase cinco vezes desde 2012. Houve uma forte presença de recrutadores - incluindo Elon Musk -, na esperança de atrair engenheiros de ML, funcionários altamente valorizados devido sua pouca disponibilidade no mercado.

Aliás, essa falta de profissionais especializados ​​foi uma das principais razões para o evento da Apple que buscava convencer os alunos das melhores universidades americanas a pensarem em um futuro na empresa de Tim Cook, ou então fazer aqueles já empregados em gigantes como Facebook e Alphabet, a se juntarem ao time de Salakhutdinov.