O processo de julgamento da Epic Games contra a Apple ainda deve render muito "pano pra manga", seguindo o ditado popular. Na acusação de que a empresa tem formado um monopólio com as mudanças de valores comissionados a empresa por cada aplicativo vendido na Play Store, a Maçã se defendeu dizendo que esse procedimento é de extrema importância.
Tim Cook, CEO da Apple, disse abertamente que sem o "rígido processo de revisão" de apps da empresa, a App Store seria uma "bagunça tóxica". Esse processo pode ser burocrático, mas de acordo com a gigante de Cupertino, foi projetado para garantir que golpes e aplicativos maliciosos não cheguem à sua loja de aplicativos, um dos principais alvos de malwares e outras infestações mal intencionadas.
A empresa acredita que essa é uma parte da luta contra ações judiciais antitruste e investigações sobre seu suposto monopólio sobre a distribuição de aplicativos para seus dispositivos que envolvem tablets e smartphones.
Rígido e falho ao mesmo tempo
O procedimento que é denominado por muitos desenvolvedores como rígido e restrito, ainda apresenta falhas que podem colocar em risco a segurança e privacidade dos usuários. De acordo com uma reportagem do The Washington Post, dos 1.000 aplicativos com as maiores receitas da App Store, quase 2% são fraudulentos.
Tais aplicativos disponíveis na App Store chegam a oferecer recursos enganosos para os usuários, como aplicativos de redes VPN, ou que podem falsamente "encontrar" algum tipo de malware no dispositivo, oferecendo um recurso pago que pode "solucionar" o problema. Para impulsionar o uso da ferramenta, alguns desses aplicativos possuem comentários de "clientes" falsos na sua página, o que faz o programa ficar entre os destaques da App Store.
A fonte ainda completa a matéria dizendo que esses apps fraudulentos podem ter gerado um prejuízo de US$48 milhões aos consumidores, o que inclui a taxa de 30% cobrada pela Apple sobre compras e assinaturas de apps, valor que tem sido questionado pela Epic Games, Spotify e outras mais.
"Procedimento essencial", diz Apple
Apesar do prejuízo ser grande, a Apple se defende dizendo que durante o ano passado, aproximadamente US$1,5 bilhão em transações potencialmente fraudulentas foram interrompidas pela empresa, além de encerrar 244 milhões de contas de usuários e 470 mil contas de desenvolvedores, e rejeitar a criação de 424 milhões novas contas.
As declarações das outras empresas, porém, vão contra o que a Apple defende, dizendo que esse procedimento não é realmente essencial para proteger os seus clientes. Eles continuam acusando a Maçã de criar um monopólio sobre como os consumidores acessam aplicativos em iPhones inserindo um ambiente que dá uma falsa proteção aos seus usuários.
Segundo eles, essa é apenas uma forma da Apple continuar sendo única no fornecimento de aplicativos para iOS e iPadOS, anulando qualquer chance de se criar uma concorrente a altura.
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