O lançamento do Apple Vision Pro gerou grande expectativa, posicionando-se como um marco na era da realidade mista com hardware avançado e promessa de uma experiência de "computador espacial".

Apesar do sucesso inicial nas vendas, uma tendência surgiu: usuários estão devolvendo o dispositivo, citando várias razões que vão desde desconforto físico até a falta de utilidade prática.

Desconforto

O desconforto ao usar o headset é o principal motivo citado pelos consumidores para devolver o Apple Vision Pro. O peso do dispositivo, especialmente quando somado à bateria externa, tem causado dores de cabeça e desconforto físico, com relatos de sintomas como enjoo e irritação nos olhos.

Parker Ortolani, do The Verge, compartilhou sua experiência negativa, mencionando até um vaso sanguíneo estourado devido ao uso. Esses problemas de conforto ressaltam o desafio de projetar dispositivos de realidade mista que se ajustem confortavelmente a uma ampla gama de usuários. Mas afinal, qual a distância ideal entre olhos e as telas?

Falta de utilidade

Além dos problemas de conforto, muitos usuários expressaram decepção com a utilidade prática do Apple Vision Pro. Apesar de ser promovido como uma ferramenta tanto para entretenimento quanto para produtividade, o dispositivo falhou em convencer nesses aspectos.

A ausência de aplicativos de streaming populares como Netflix e Spotify, juntamente com dificuldades em multitarefas e suporte limitado a tipos de arquivo, diminuiu significativamente o valor percebido do headset. Essas limitações tornam difícil justificar o alto preço do Vision Pro, especialmente quando comparado a alternativas no mercado.

Vision Pro da Apple gerou memes na internet
Vision Pro da Apple gerou memes na internet

Se você navega pelas redes sociais deve ter se deparado com esse e outros memes que o Apple Vision Pro gerou. Há pessoas caminhando nas ruas, fazendo gestos e usando o dispositivo como se fosse uma normal segunda-feira.

Preço Elevado

O alto custo do Apple Vision Pro, combinado com as questões de conforto e utilidade, tem sido um fator crucial para muitos usuários decidirem pela devolução. Com um preço de $3.500 nos Estados Unidos, cerca de R$ 17000 no Brasil (porém ainda indisponível), as expectativas eram naturalmente altas. No entanto, a realidade da experiência oferecida não correspondeu a esse investimento para uma parte significativa dos consumidores, levando-os a questionar o valor do dispositivo.

Perspectivas para o futuro

Apesar das devoluções e do feedback negativo, há um sentimento de otimismo entre alguns usuários, que expressam interesse em uma possível segunda geração do Vision Pro. Isso sugere que o conceito e a tecnologia são promissores, ajustes em design, funcionalidade e preço serão necessários para atender melhor às necessidades e expectativas dos consumidores.

Zuckerberg afirmou após testar o Vision Pro que o Quest 3 da Meta tem mais funcionalidades, é mais leve e custa 7x menos. De certa forma ele está certo. Além disso mencionou a ótima qualidade da tela do Vision Pro.

Zuckerberg testando o Meta Quest 3
Zuckerberg testando o Meta Quest 3

Para os brasileiros, há uma mínima quantidade da população que teria condições de comprar um produto, que hoje seria considerado supérfluo por um valor desses, portanto, nem cogita-se a pergunta se você compraria. Mas, a ideia por trás dos óculos de realidade aumentada está aí, vemos outros produtos como a Ray Ban que manteve um simples design, esse sim seria um passo a ser perseguido.

Com informações: The Verge