Chargeback é o cancelamento de uma venda feita com cartão de débito ou crédito, que pode acontecer por dois motivos: um deles é o não reconhecimento da compra por parte do titular do cartão e o outro pode se dar pelo fato de a transação não obedecer às regulamentações previstas nos contratos, termos, aditivos e manuais editados pelas administradoras. Ou seja, o lojista vende e depois descobre que o valor da venda não será creditado porque a compra foi considerada inválida. Se o valor já tiver sido creditado ele será imediatamente estornado ou lançado a débito no caso de inexistência de fundos no momento do lançamento do estorno. Os números são desconhecidos, mas o que se sabe é que o volume é assustador principalmente nas lojas virtuais.
A verdade é que nenhuma administradora de cartão de crédito garante transação alguma nas vendas efetuadas pela Internet, ficando a cargo do lojista todos os riscos inerentes à operação. Este posicionamento expõe o vendedor a todo tipo de golpes que vão desde a fraude com cartões de crédito roubados/clonados até a má fé de alguns usuários que simplesmente alegam não reconhecer compras legítimas. É uma verdadeira Roleta Russa que pode levar a empresa à falência.
Para os novatos, vale um aviso. As administradoras de cartões de crédito, salvo raras exceções, não fazem qualquer tipo de análise de risco sobre a operação em andamento, a não ser a conferência dos dados cadastrais informados e a disponibilidade de saldo na conta do cliente. Fora isso, o risco é todo do lojista.
Quem lê e entende o contrato de credenciamento de uma administradora de cartão de crédito, se assusta.
Resumindo a situação: em geral, as administradoras tem todos os direitos e os lojistas arcam com todas as obrigações. Além disso, aditivos e novas regras aparecem sem prévio aviso e o contratante não tem como recusá-los.
De volta ao chargeback. Suponhamos a situação em que o lojista efetua várias vendas e muitas delas são recusadas pela administradora. Independentemente das outras transações serem legítimas ou não, elas respondem pelo valor das transações fraudadas e, portanto, serão usadas para reposição de valores que tenham sido sacados pelo lojista antes da negativação da compra. É justamente nessa situação que muitas lojas virtuais encerram suas atividades. Como o fluxo de vendas é interrompido, mas não o fluxo de negativação de compras já efetuadas, o resultado é um saldo devedor na conta do lojista afiliado.
Uma solução que resolve este tipo situação é a adoção de um gateway de pagamento, hoje no mercado existem vários gateways, muitos ou quase todos com possibilidade de implementação rápida através de módulos prontos para sistemas e-commerce ou código fonte disponível para implementação, onde quase sempre não necessita de conhecimento aprofundado em programação.
O lojista terá uma garantia da transação através do gateway de pagamento, onde a transação ocorrerá em ambiente seguro e criptografado, retirando do lojista (principalmente os pequenos empresários ou iniciantes no mercado virtual) a responsabilidade da transação. Mas nem tudo é um "mar" de rosas, há um custo, afinal, ninguém trabalha de graça.
Existem taxas que são cobradas pelas empresas fornecedoras de gateway sobre o valor de cada venda efetuada pela sua loja virtual, ou seja, dependendo do tipo de venda (cartão de crédito, débito, transferência entre contas ou boleto) a porcentagem pode chegar até 6,5% do valor. Mas pelo menos você terá a certeza do recebimento.
Na minha opinião é um custo que realmente vale a pena ser pago, os prejuízos podem ser devastadores, pois em ambiente web não se pode garantir a titularidade de quem está do outro "lado", usando muitas vezes à má fé. Não entrarei em detalhes sobre as empresas fornecedoras de gateway de pagamentos, pois esta decisão tem que ser tomada com cautela pelo lojista juntamente com a equipe técnica.
Não há como ignorar a importância das vendas por cartões de crédito dentro do contexto de formas de pagamento disponíveis em uma loja virtual. A grande verdade é que sem cartões de crédito as chances de sucesso de uma loja virtual são bastante reduzidas, já que 60% das vendas são feitas dentro dessa modalidade de pagamento. Então, o que fazer? Existem duas saídas. A utilização de uma ferramenta de análise de crédito ou então a utilização de um intermediador de pagamento que garanta as vendas aprovadas (gateway).
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