Com o universo de informações que temos e as abrangências de serviços e produtos que podemos gerar dentro de nossas empresas, dentro ou fora da escala de nossos segmentos, o grande desafio é não se ludibriar e cair na tentação de tentar e querer abranger tudo de novo que aparece e ao mesmo tempo não perder oportunidades que realmente serão tendências.
É como se estar dentro de um trem e saber exatamente a hora de descer na estação. Ou estar na estação e saber exatamente a hora de subir no trem.
Muitos caminhos pouco comprometimento. Muito comprometimento caminhos únicos. A hipervelocidade também tem afetado os valores das empresas. Estamos com muita dificuldade de amadurecer as coisas, todas as coisas: os produtos, as pessoas, as tomadas de decisão.
Há um mercado nervoso que transforma as atitudes também nervosas. Temos acreditado em coisas que outrora pararíamos para pensar. Estamos comprando cadeiras no céu.
Nossa empresa é bastante o que? Um desvio perene dos princípios essenciais das empresas, conseqüentemente da carreira dos seus empreendedoristas, da carreira dos seus profissionais e enfim, dos grupos e equipes, tem levado todos a soluções ansiosas.
Manter-se novo não é sinônimo de manter-se inovador. Manter-se novo a qualquer custo pode resultar numa falta avassaladora da representação principal de identidade marca. É primordial neste momento reconhecer eu zona de conforto versus melhoria continua é bastante diferente que dar ouvidos ao que temos chamado de "fofoca mercadológica".
Talvez nesse momento tenhamos que lembrar algo fundamental para que não deixemos de fazer lâmpadas, pois uma fofoca mercadológica indica que o futuro vai ser fósforos. Comprometer-se com o mais importante é a crença de que tudo, desde os produtos mais simples até cabos de fibra óticas, "incluindo seus processos de fabricação, podem ser melhorados, e de que os seres humanos têm o potencial para tanto quando canalizam seus esforços nas atividades certas " (O Segredo da Toyota ? David Magee).
Fofoca mercadológica destrói empresas, ir agora para esse lado e daqui um pouco para aquele, destrói equipes. Abrir mão de princípios básicos, do que e como fazemos aproveitando um desenho, evitando um desenho mais analítico das situações, não é mera retórica de relações públicas, envenena as idéias dos clientes sobre nosso negócio.
A repetição é o preço de fazer melhor. Temos que parar e pensar nisso.
Um nadador que deseja ser campeão sabe que quanto mais treinar a sua virada olímpica na piscina, maior é a sua possibilidade do seu tempo atingir resultados impressionantes. O Atleta sabe disso muito melhor do que nós. Aqueles que praticam meditação sabem que ninguém alcança nada sem autodisciplina. Os religiosos, sejam de que religiões forem, sabem que dedicação é fundamental para iluminação.
Os apaixonados não suportam o tédio, a paixão é fogo, mas é no amor que encontramos um sentimento permanente. Ninguém dúvida que exista pontos tediosos no amor, pois o amor é um ato de construção e a construção se dá no exercício e não na especulação. O bom sempre pode ser melhor, mas o mais engraçado que não estamos nos dando tempo nem há chegar ao bom.
A sociedade do Cyber espaço talvez não venha levando em consideração algumas boas máximas que fizeram da pequena Toyota a grande Toyota:
- Contribua para o desenvolvimento e bem estar do país trabalhando em conjunto, seja qual for a sua posição, contribuindo fielmente com as suas atribuições;
- Esteja à frente do seu tempo, através da criatividade, curiosidade e busca de melhorias permanentes;
- Seja prático e evite a futilidade;
- Seja gentil e generoso. Faça de tudo para criar um ambiente caloroso e receptivo;
- Seja reverente e demonstre gratidão por tudo, em pensamento e ação.
Sem nunca abandonar desde a década de 30 os seus preceitos fundamentais, a Toyota se transformou na maior indústria de automóveis e a mais lucrativa dos tempos atuais.
É certo que como todos nós a Toyota esteve atraída para ganhar dinheiro mais rápido, ficou angustiada porque seu produto não era valorizado e sofreu por estar num mercado de gigantes. Mas porque a Toyota chegou lá? Ela sabe que para se obter o sucesso é preciso ter conhecimento do que é o mais importante.
Autor: Paulo Ricardo Silva Pereira é Presidente do Instituto Eckart Desenvolvimento Humano e Organizacional.
Fonte: Baguete
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