“A liberação dos sites de redes sociais nas empresas precisa ser vista como uma ação de empreendedorismo.”
Gabriel de Oliveira (professor de Marketing Digital e consultor especializado em estratégias web) - http://migre.me/41U5A via @pontomarketing.


Com esta frase de Gabriel Oliveira, quero dar início a uma forte discussão que para muitos é apenas uma “pirraça” de alguns gestores, mas, na realidade, o tema é bem complexo e é fato que ninguém hoje em dia tem (ou terá) uma “verdade absoluta” sobre o assunto.

Eu sei e muitos sabem que o intuito de toda e qualquer empresa é buscar credibilidade e interatividade com os consumidores, mas como conseguir isso se os próprios colaboradores são colocados de fora disso?

Já ouvi falar muito em ócio criativo e sinceramente alguns gestores falam sobre isso como pura tática para se passar por “bonzinho”. Afinal, se é permitido (às vezes) ter um tempinho pra tomar um café ou fumar num pequeno intervalo, porque não deixá-lo um pouco à frente do computador ali satisfeito por estar dando uma “tuitada”, ou até mesmo dando um “like” em algo da empresa mesmo só pelo motivo de esta estar sendo relativamente boa com ele?

Muitas razões são apresentadas para a proibição de redes sociais nas empresas; dentre elas, a mais comum é a SEGURANÇA, mas, sinceramente, sejamos francos, se tem uma coisa que não combina com nossa geração e com certeza não devia ser estimulada é a HIPOCRISIA. Puxa, se dizem que os motivos para o bloqueio são infecção das redes por malwares, vazamento de dados, bom, o jeito, então, é impedir o uso de e-mails (particulares ou não) e telefones (incluindo fixos e móveis) dentro empresa. E ai? Acha que vai resolver? Não.

“Na Dell, usamos programas de mensagens instantâneas para comunicação interna. A ferramenta dá muita velocidade para a interação. Além disso, há mais de um ano nossa intranet funciona como uma espécie de rede social. Todo funcionário pode criar seu perfil, colocar uma foto e incluir contatos na sua lista. A participação é opcional no nosso ‘Orkut corporativo’. Quem quiser participar das outras redes também tem acesso liberado. Claro que as pessoas sabem que é importante ter foco no trabalho, mas não temos nenhuma restrição ao acesso dessas páginas. Aqui, no RH, usamos redes como LinkedIn para processos de seleção. Quando encontramos o currículo da pessoa no site, usamos as informações para captação. Normalmente, não baseamos nossa avaliação apenas nesses dados, mas eles servem como complemento. Essas redes são importantes para as organizações porque permitem a busca por pessoas e por mais informações sobre candidatos de forma online. No entanto, nada ainda substitui o contato pessoal e a troca de experiências.”
Paulo Amorim – DELL – http://migre.me/41UEQ


Com este comentário do executivo de RH da DELL, dá pra entender bem que redes sociais dentro das empresas é uma questão de ORGANIZAÇÃO – isso mesmo: organização. Todos sabem que um dos meios mais eficientes de comunicação hoje em dia é a Web, e por que não usá-la a favor da empresa?

Sabemos que em algumas corporações, as redes sociais são incentivadas, e até inspiram outras ferramentas corporativas. Em outras, são totalmente banidas. Mas o que seu funcionário diz sobre a empresa nas redes sociais? Ele elogia? Ele critica? Ele tem razão em dizer o que diz? Ele é parte ativa de sua força de venda, não é? Então, para todas as respostas, quem monitorar terá trabalho a fazer!

O que poderíamos fazer para a melhoria do clima organizacional? Conversando com meu amigo Celso Cestaro (@cecestaro), até levantamos um possível título para outro artigo a partir deste assunto, é sobre Cultura organizacional; além dele outros nomes como Newton Alexandria (@DrConteudo | @New_Alexandria), Amanda Cardoso (@amandacardoso) e Gabriel Leite (@GabrieLeite) também darão aqui suas opiniões sobre o assunto.

Partindo para ferramentas, sabemos que o blog corporativo é parte fundamental de estratégias em redes sociais. Já sobre o Twitter, o grande pecado ao estar no microblog é tuitar por tuitar, tuitar de forma automática e sem relevância. Enfim, quanto às várias redes existentes hoje em dia, a dica fundamental é: saber usar cada uma delas.

Vamos às considerações dos profissionais mencionados acima:

Atualmente não tenho do que reclamar quando o assunto é liberação das redes sociais nas empresas, a agência em que trabalho todas as redes são permitidas. Acredito que a empresa tenha esse tipo de “postura” por ser uma agência que trabalha com publicidade online, a liberdade de acesso não é vista como uma forma de improdutividade até porque trabalha com redes sociais.

Mas me pergunto: até que ponto o acesso gera improdutividade? Um funcionário que tem um Smartphone pode conectar a hora que quiser e fazer o que bem entender no horário de trabalho. Nos tempos de hoje, as empresas não tem mais tanto controle quando o assunto é acesso as redes sociais. Acredito que independente do segmento da empresa as redes sociais precisam ser liberadas nem que seja por determinado horário. Aqui em Pernambuco tem uma empresa de tecnologia em que as redes sociais são liberadas apenas no horário do almoço, uma postura que impõe limite ao acesso, mas permite que o funcionário interaja com outras pessoas, leia notícias e comente com os próprios colegas de trabalho.

Tudo é simples quando falamos como funcionários, mas cada um tem uma postura, sempre tem aqueles sem noção que não sabem o limite da liberdade. Como foi citado no post, cabe a empresa monitorar e saber quais sites e horários são viáveis para que o funcionário tenha sua liberdade.

Partindo do ponto de vista e assunto previstos, acredito numa única resposta: não há hoje como banir as redes sociais dos ambientes corporativos!

A justificativa é bastante óbvia, mas, como todas as questões na vida, toda liberdade gera responsabilidade. A obviedade está em que as empresas (leia-se setor privado) têm nesses ambientes um grande potencial de angariar clientes e conquistar um rendimento financeiro maior; já no setor público, é grande a oportunidade de se aproximar do público e oferecer serviços e atendimento único, evitando-se a aglomeração em balcões e a má reputação que envolve a seara pública no retorno aos cidadãos.

Não se pode olvidar que as liberdades poderão ser usadas em desmedida pelos colaboradores, tanto do setor público quanto do privado. Assim, a melhor maneira é a regulamentação do uso das mídias sociais, evitando-se dissabores. Um tweet, uma frase, um vídeo ou uma informação dada de forma incorreta pode gerar repercussões que podem afetar a credibilidade do serviço e/ou da empresa, além da responsabilização penal, cível e/ou administrativa decorrente.

A política de segurança da informação do órgão ou da empresa pode vir a estabelecer orientações adequadas, que dependerão, é claro, de uma culturalização do assunto. Sem palestras de inserção do tema e destaque quanto à sua importância os resultados podem não ser positivos.

Já escrevi alguns artigos sobre redes sociais e segurança da informação. Deixo os seguintes textos como indicação de leitura, sendo o segundo uma abordagem mais técnica e jurídica, enfocando as responsabilizações penais e cíveis decorrentes:




"As mídias sociais já fazem parte do dia a dia dos brasileiros e a metodologia de trabalho deve fazer parte dessa tendência, não ir contra, ou seja, bloqueando e estabelecendo proibições ao acesso. Estamos vivendo uma revolução digital onde o Google, as mídias sociais e a internet são o centro de tudo. Hoje no Brasil cerca de 85% das pessoas que acessam a internet estão em alguma rede social e possui uma forte necessidade de estar se expressando a todo o momento. Como barrar isso? Não há mais controle. Se bloquear o computador o colaborador ficará chateado com a empresa e fará de tudo para quebrar o bloqueio ou até irá fazer pelo celular, não seria melhor então liberar? Porém, para isso é preciso ter palestras de conscientização com um manual interno de utilização das mídias sociais, com dicas e sugestões éticas de uso no ambiente de trabalho, de forma que o colaborador não perca o foco e não acabe, por falta de informação, prejudicando a empresa e seu trabalho. Pesquisas mostram já que a utilização das mídias sociais no ambiente de trabalho tornam os profissionais mais produtivos. Vamos twitar, vamos curtir, agora tudo com responsabilidade e organização. A metodologia de trabalho moderna nas empresas cada vez mais deve pregar pelo bem estar dos colaboradores, nada melhor que se sentir bem no lugar que trabalha.”

“As empresas devem assimilar e encarar de uma vez por todas que o controle das informações e das ferramentas de expressão não está nas mãos delas. Prova maior disso são as reclamações de consumidores e funcionários na internet, especialmente nas redes sociais, que viram verdadeiras febres, inclusive porque outros se sensibilizam e viralizam-nas, porque sabem que têm o poder juntos, e que não há melhor ambiente para serem ouvidos do que naquele onde a empresa-alvo não pode facilmente controlar.

Quando responsável pela área de Comunicação e Marketing de uma empresa, um dos meus desafios foi o de como controlar o acesso dos vendedores em pleno expediente às redes/mídias sociais. A solução foi reuni-los e pedir que eles sugerissem um horário que mais lhe conviessem para atualizar suas informações na web.

Cada caso é um caso, mas acredito que o diálogo e a sondagem são fatores decisivos para resolver a questão de forma a dar direitos e definir deveres, e que no geral seja satisfatório para todos os envolvidos. As tecnologias estão aí, as novas mídias, como o próprio nome diz, são sociais, e não dá para ignorar e usar as velhas práticas, exatamente porque são novos tempos, são novos valores, tudo novo. A saída mais condizente é adotar políticas inclusivas, e não restritivas.”

Newton Alexandria, Cofundador e CEO da Dr. Conteúdo.


Enfim, após todos estes pontos levantados, qual a sua opinião sobre o assunto?