A criadora do formato MQA foi a falência, conforme relatado pela WhatHiFi, popular revista e site administrado pela Future, uma famosa empresa de multimidia fundada em 1985 no Reino Unido. Consequentemente, o Tidal, serviço de streaming que adotou o MQA como principal formato da plataforma, declarou que fará mudanças em seu aplicativo. O assunto foi discutido em uma publicação no Reddit e abaixo você vê os detalhes.
Criadora do MQA anuncia falência
Na semana passada, o site WhatHiFi relatou que a empresa responsável pela criação do formato MQA foi à falência. Na matéria é dito que a empresa declarou o seguinte:
Após a recente recepção positiva à mais recente tecnologia da MQA (SCL6), aumentou o interesse internacional em comprar a MQA Ltd. Ao mesmo tempo, o principal financiador da MQA está buscando uma saída. oportunidades e agilizar esse processo, a empresa passou por uma iniciativa de reestruturação, que inclui entrar em administração e é comparável ao Capítulo 11 nos EUA.
Durante este processo, a MQA continua negociando normalmente ao lado de seus parceiros.
Não faremos mais comentários enquanto as negociações ocorrerem.
No dia 12 de abril, o site da revista estadunidense Billboard disse que no Reino Unido, quando uma empresa declara falência, o país protege a companhia insolvente dos credores por um tempo. De acordo com o relatado, esse "espaço para respirar" dá a empresa a chance de sair de seus problemas financeiros de alguma forma. Há também o cenário onde o administrador nomeado pelo tribunal irá aconselhar a companhia a tomar medidas como, por exemplo, a venda de ativos para pagar as dívidas.
Tidal anuncia mudanças em sua plataforma com a falência da criadora do MQA
Jesse Dorogusker, CEO da Tidal, fez um AMA (Ask me Anything ou Pergunte-me Qualquer Coisa) no subreddit "TIdaL". Em um comentário publicação criada por Jesse ("TIDAL_Jesse" no Reddit), ele diz que o Tidal se preocupou com a alta qualidade e até com formatos de áudio experimentais muito antes de ser legal ou comum entre os serviços de streaming de música. O motivo desta preocupação, segundo o CEO do Tidal, é "porque os artistas tomam cuidado ao fazer sua arte e querem/esperam apresentar seu trabalho da melhor maneira". Essa fala está diretamente relacionada à intenção de Bob Stuart ao criar o formato MQA, que era trazer a "qualidade de estúdio" para o streaming de música. Segundo o seu desenvolvedor, o MQA foi criado com base em "pesquisas neurocientíficas recentes".
Bob diz que a codificação tradicional em formatos como, por exemplo, o FLAC, descarta informações para reduzir o tamanho, enquanto o MQA captura todo o sinal e realiza um processo chamado de "dobra" ("fold"). Essa dobra faz com que o tamanho do arquivo de áudio seja menor do que uma música em FLAC. Por este motivo, Jesse diz em seu comentário no Reddit que "vivemos em um mundo dominado por dispositivos móveis e os telefones celulares têm restrições de memória, planos de dados, mapas de cobertura - portanto, sempre há uma consideração pela necessidade do cliente entre mais qualidade e mais eficiência de largura de banda/armazenamento".
Como falamos acima, a empresa responsável pela criação do MQA foi a falência. Como o Tidal utiliza o formato MQA como destaque para a transmissão das músicas, houve a necessidade de um esclarecimento da companhia a respeito do ocorrido. Foi então que Jesse Dorogusker fez um comentário em seu AMA (Ask me Anything) no subreddit "TIdaL", onde fala que:
Em breve apresentaremos o FLAC Hi-Res para nossos assinantes do HiFi Plus. É sem perdas e um padrão aberto. É um arquivo grande, mas daremos a você controles para discar para cima e para baixo com base no que está acontecendo.
Hoje (14), a WhatHiFi relatou que entrou em contato com o Tidal para obter esclarecimentos a respeito das mudanças que irão ocorrer e um porta-voz da empresa disse o seguinte:
Nosso catálogo MQA existente continuará disponível na plataforma.
Após essa fala, é possível concluir que o atual catálogo da plataforma de streaming que possui arquivos no formato MQA não irá ser alterado. Entretanto, com a situação atual de falência da empresa por trás do MQA, é provável que o Tidal evite adicionar novos álbuns e faixas no formato.
O que irá mudar no Tidal?
De acordo com o CEO do Tidal, o aplicativo de streaming deixará de usar o MQA e substituirá por arquivos de áudio em alta resolução no formato FLAC, mas segundo o porta-voz da empresa, será mantido o catálogo já existente em MQA na plataforma. Como a empresa sabe que isso fará com que o uso de dados na plataforma aumente, foi dito que os usuários terão uma forma de aumentar ou diminuir o bitrate (fluxo de dados) conforme houver a necessidade.
Com essa mudança, os planos Hi-Fi e Hi-Fi Plus do Tidal irão oferecer o seguinte:
- Plano Tidal Hi-Fi Plus: FLAC "Hi-Res" (Mínimo de 24bits/96kHz), MQA (catálogo existente, sem novas adições), Dolby Atmos e Sony 360 Reality Audio.
- Plano Tidal Hi-Fi: FLAC com resolução 16-Bit/44,1 kHz (qualidade do CD).
Não foi informado qual será a resolução máxima suportada na transmissão dos arquivos FLAC no plano Hi-Fi Plus, mas acredita-se que será pelo menos 24bits/192kHz, pois é o praticado pelos serviços Qobuz, Apple Music e Amazon Music.
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