O Tidal anunciou que a partir de agosto de 2023, irá adotar o "FLAC Hi-Res", um formato de áudio lossless (sem perdas). Para os participantes do "Programa de Acesso Antecipado" do Tidal para iOS, o conteúdo em alta resolução no formato FLAC já está disponível. Simon Cohen, do site DigitalTrends, relatou sua experiência com essa mudança através da versão beta do aplicativo de streaming de música.
O que irá acontecer com o conteúdo em MQA no Tidal?
Embora Andy Madden, do site WhatHiFi, tenha relatado que um porta-voz do Tidal disse que o "catálogo MQA existente continuará disponível na plataforma", Simon Cohen, do DigitalTrends, expressou preocupações sobre essa afirmação. Ao que parece, a plataforma de streaming pretende retirar seu conteúdo em formato MQA de forma "invisível", sem que os usuários percebam. Essa foi a conclusão que Simon chegou após observar o que foi alterado no aplicativo.
Simon relatou que, ao testar versão beta do Tidal para iOS, notou a substituição da designação "Master" pela "Max" na tela de reprodução de músicas. Anteriormente, a descrição "Master" era utilizada para informar quando uma música em MQA ("Master Quality Authenticated") estava sendo reproduzida, mas com essa alteração para o "Max", tudo ficou confuso.
Segundo o Tidal, "Max" quer dizer que o usuário estará "obtendo a versão de melhor qualidade de qualquer música" na plataforma de streaming. Entretanto, essa "melhor qualidade" pode ser tanto FLAC quanto MQA e não é possível saber através do aplicativo qual o formato que está sendo reproduzido. A única forma de descobrir é através da utilização de um DAC (Digital to Analog Converter) USB que sinalize de alguma forma quando o formato MQA está sendo transmitido, seja através de um LED, que brilha em uma cor específica (geralmente roxa), ou uma tela, que exibe as informações do arquivo reproduzido.
Não há como filtrar as músicas consideradas "Max" de acordo com o formato do arquivo (MQA ou FLAC), segundo Simon. Ele diz que o aplicativo só disponibiliza três opções para regular a qualidade da transmissão: Baixa, Alta e Máxima.
Certamente haverá casos em que teremos uma mesma música em MQA e FLAC ao mesmo tempo na biblioteca do Tidal. Neste caso, segundo o porta-voz da plataforma de streaming, acontecerá o seguinte:
Se existe uma faixa em ambos e um usuário selecionou Max, o HiRes FLAC será priorizado sobre a versão MQA. Se uma versão HiRes FLAC (uma versão FLAC de pelo menos 24 bits, 48 kHz) não existir, a versão MQA será o arquivo de origem.
Embora o Tidal tenha dito que irá priorizar o FLAC ao invés do MQA quando houver músicas em ambos os formatos, Simon relata que todas as suas faixas favoritas que eram anteriormente identificadas como "Master", ainda fazem com que o LED do seu DAC USB indique que está sendo reproduzido um arquivo em "Master Quality Authenticated". Neste caso, há a chance de que a plataforma ainda não tenha adicionado a versão em FLAC destas músicas.
Ao mesmo tempo, Simon diz que o álbum Continuum de John Mayer, de 2006, que anteriormente estava no formato MQA, agora só conta com a versão em FLAC. Para descobrir isso, ele utilizou o seu DAC USB para determinar o formato das músicas.
O Tidal vai ou não se livrar do MQA?
Acredita-se que o Tidal não informe qual o formato do arquivo que está sendo reproduzido ao exibir o "Max" na tela de reprodução do aplicativo porque há a intenção de em algum momento simplesmente retirar as músicas em MQA da plataforma, deixando somente as faixas em FLAC. Ou seja, não é improvável que em um futuro próximo o seu DAC USB não acuse mais a reprodução de faixas em "Master Quality Authenticated" ao utilizar o serviço de streaming Tidal.