A KZ foi acusada de oferecer US$ 1000 para fazer um vídeo sobre o KZ Krila. Aparentemente a situação foi resolvida após uma conversa com o youtuber "DMS", mas infelizmente a história não acabou por aí. Em comunicado, a empresa se pronunciou sobre o vídeo do Crinacle, que detêm a maior base publica de curvas de respostas de frequência de fones de ouvido in-ear do mundo, causando um segundo escândalo que explicarei abaixo.
DMS e KZ conversam e vídeo de denúncia é retirado das buscas no YouTube
Anteriormente, o youtuber DMS fez um vídeo denunciando a KZ por oferecer US$ 1000 para publicar um review (análise) sobre o KZ Krila. Após esse episódio, somado a diversas declarações de ambas as partes, como você pode conferir nesta matéria do Oficina da Net, o DMS publicou um novo vídeo comunicando de que forma terminou o caso.
De acordo com a KZ, a pessoa que entrou em contato com o DMS foi um distribuidor e não a empresa em si. Por conta disso, o youtuber relatou em seu novo vídeo que a companhia concordou em publicar um novo comunicado em sua página no Facebook tentando abordar três pontos:
- A associação da marca com distribuidores
- A KZ não apoia reviews pagos em hipótese alguma
- Uma ação foi tomada internamente comunicando aos distribuidores que isso [reviews pagos] não será permitido no futuro.
Em seu novo comunicado, a KZ diz que:
Até o momento, apenas nossa conta oficial entrou em contato com influenciadores para análises. Não chegamos a autorizar revendedores a entrar em contato com influenciadores em nosso nome e não temos nenhuma ligação com revendedores. Não conhecemos o "Jay" (revendedor) mencionado na captura de tela. É injusto atribuir nossas ações apenas com base em uma captura de tela. É certo que isso pode ser obra de alguns revendedores, e até mesmo de algumas lojas da KZ "oficiais" no exterior (somente empresas fora da China podem registrar como revendedores locais). Portanto, este incidente não representa as ações de instância oficial.
Na tentativa de evitar futuros problemas com reviewers, a empresa disponibilizou os meios de contato oficiais falando o seguinte:
Para evitar incidentes semelhantes no futuro, estamos divulgando todos os sites e e-mails de contato da seguinte forma.
Abaixo você pode conferir a mensagem da KZ na integra.
Crinacle continua seu boicote à KZ e publica um texto em seu site explicando o motivo
No mesmo dia em que o youtuber DMS publicou um novo vídeo sobre sua história com a KZ, o Crinacle se pronunciou dizendo que sua última fala dizendo que iria boicotar a empresa continua de pé. Anteriormente, ele publicou no Twitter (atual "X") dizendo o seguinte:
Estarei boicotando completamente a KZ e suas submarcas associadas (CCA/Joyodio) de agora em diante. Todos os modelos serão removidos na última atualização da lista de classificação e colocados na lista negra de qualquer review futuro.
I'll be completely boycotting KZ and their associated sub-brands (CCA/Joyodio) from here on out. All models will be removed in the latest Ranking List update and blacklisted from any future reviews. https://t.co/rvWBCBDFUI
— crin (@crinacle) August 14, 2023
Crinacle explica que mesmo com o DMS aceitando a explicação da KZ de que "as cortinas do drama finalmente fecharam", o boicote a marca ainda permanecerá. Segundo ele, trata-se de um problema que vem desde o primeiro conflito dele com a empresa, onde diversos usuários do KZ x Crinacle CRN (KZ ZEX Pro) descobriram que, mesmo após desconectar os fios dos drivers (alto-falantes) de armaduras balanceadas (BAs ou balanced armatures) e magnetostáticos, o som permaneceu o mesmo, dando a entender que somente o driver dinâmico (DD ou dynamic driver) estava funcionando de fato.
Durante o primeiro comunicado, relacionado ao DMS, publicado pela KZ em sua página, é dito:
Além disso, por falar em pagamentos, é amplamente conhecido na comunidade de áudio de alta fidelidade que certas marcas há muito mantêm alguns influenciadores famosos listados em sua lista de gastos. Esses influenciadores estão simultaneamente associados a muitas marcas ou submarcas diferentes, como a relação mãe-filho, onde fabricante de equipamentos de áudio os "alimenta". Quando essas empresas precisam dos influenciadores para promover seus produtos, em nome da "objetividade", isso muitas vezes a análise do produto acaba se transformando apenas em um "hype". Este incidente não é diferente.
Veja o influenciador chamado Crin***, que é bem conhecido no setor de áudio. Para suas colaborações,o requisito básico é uma comissão de 15% sob o preço de venda do produto no varejo. Essa comissão de 15% acaba sendo distribuída entre os consumidores [valor embutido no preço do produto], o que significa que os consumidores pagam a conta. A KZ, por sua vez, visa oferecer preços mais baixos, trazendo produtos mais acessíveis e de alta qualidade aos consumidores. Focamos na essência do produto. É por isso que nos recusamos consistentemente a nos envolver em tais colaborações baseadas em comissões de 15% ou em reviews pagos.
Esses "influenciadores" simplesmente desperdiçam o dinheiro que você provê, replicando o mesmo modelo. Após a associação com a nossa marca, eles fazem pequenos ajustes [tuning], passam para outras marcas, mudam o nome e continuam o hype. No entanto, nenhuma marca inovou e atualizou os componentes internos como a KZ. Estamos dedicados ao avanço da tecnologia e experiência do próprio produto.
Como você pôde ver acima, a KZ não somente decidiu atacar o DMS e seu vídeo em seu texto, mas também o Crinacle. De acordo com a declaração de Crinacle, há um motivo para isso. Ele diz o seguinte:
Depois do CRN, eu estava muito satisfeito com a KZ em termos de futuras colaborações. Não tive notícias deles por meses, então presumi que eles também estivessem [satisfeitos]. Nenhum dano, nenhuma falta; Eu estava com outros projetos até o pescoço e não queria abrir a "Caixa de Pandora" de novo.
Até março deste ano, quase que um ano após o escândalo do KZ CRN, a KZ entrou em contato. Eles queriam colaborar e eu estava meio disposto a considerar sob alguns termos (muito duros), que era basicamente uma maneira indireta de dizer-lhes para recuar:
- Minha marca não deveria estar na caixa.
- Eu não tinha obrigação contratual de promover a colaboração.
Claro, eles não ficaram felizes com isso e tentaram não aceitar. Naturalmente, eu os rejeitei.
Após a rejeição da oferta da KZ para uma nova colaboração (novo lançamento de fone), Crinacle relata que a empresa ofereceu 15% do valor do produto, mas somente se não houvesse as exigências impostas por ele. Para piorar mais ainda a situação, foi dito que a companhia continuou fazendo a mesma proposta até julho de 2023.
Mesmo com a grande insistência, Crinacle não aceitou a oferta da KZ. Entretanto, ele resolveu testar até onde a empresa poderia ir e ofereceu uma contraproposta exigindo:
- Um pagamento fixo adicional além de uma divisão de receita.
- Um agente na China para verificar pessoalmente os relatórios de vendas da KZ.
- Sem obrigação contratual de promover o produto.
- Capacidade de retirar o produto do mercado a qualquer momento, por qualquer motivo.
- Se for feito um vídeo/artigo promocional, o direito de dizer o que quiser no conteúdo, mesmo que o conteúdo seja prejudicial à marca KZ.
Obviamente a KZ recusou a proposta de Crinacle. Depois disso, ocorreu o episódio com o youtuber DMS e a partir daí você já sabe o restante da história.
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