Análise a fundo: Apple Music ou Tidal? Qual vale mais a pena?

Em maio de 2021, o Apple Music começou a oferecer transmissão de áudio sem perdas (lossless). Na época, a empresa optou por não aumentar o preço, apesar do aumento significativo no uso de dados, devido ao maior tamanho das músicas em alta resolução, chegando a 24-bits/192 KHz. Isso colocou o Tidal em uma competição acirrada, pois o Apple Music já estava instalado em todos os iPhones e iPads, e ter um preço mais acessível.

Qual tem a melhor biblioteca de música?

Ao utilizar o Apple Music e o Tidal por um bom tempo, percebi que infelizmente o Tidal não tem uma grande variedade de músicas comparado ao Spotify, ao YouTube Music e ao Amazon Music. Para a minha surpresa, o Apple Music conseguiu se equiparar ao Spotify quando avaliei a diversidade de faixas na plataforma de streaming. Além disso, no comparativo entre o Apple Music e o Spotify, comentei que o Apple Music conseguiu me oferecer em todos os momentos as mesmas músicas e álbuns que o Spotify tinha, mas com qualidade de som superior.

Embora o Tidal também tenha uma qualidade de som superior à do Spotify, assim como o Apple Music também tem, o aplicativo ainda carece de uma variedade maior de álbuns e músicas. Você pode constatar isso ao tentar realizar a transferência de playlists entre o Tidal e o Apple Music. Caso não saiba como migrar as listas de reprodução entre as plataformas, confira o nosso tutorial.

Quais as diferenças na interface dos aplicativos atualmente?

A página inicial dos aplicativos do Apple Music e Tidal para celular possuem propostas diferentes ao visualizá-la no topo. Enquanto no Apple Music percebe-se que o conteúdo é voltado para a descoberta de novos artistas e álbuns, no Tidal você nota que há foco nas músicas que foram tocadas recentemente e em faixas que são semelhantes a elas. Entretanto, o sistema de descoberta de músicas utilizado deixa a desejar em ambos os casos, como verá mais abaixo.

Na tela de reprodução, a impressão que tive foi de um visual mais "clean" (limpo) no app Apple Music enquanto no Tidal é "poluído", com diversos botões para selecionar. Embora isso não queira dizer que um seja melhor do que o outro, é algo que pode ou não agradar aqueles que gostam de apreciar a capa do álbum que está sendo reproduzido no momento. Porém, a arte no aplicativo Tidal para Android é maior que no do Apple Music.

Para acessar os créditos da banda, artista ou conjunto, o Tidal ainda continua ser um exemplo nesse quesito. Basta tocar no símbolo "i" para acessar todas as informações sobre a autoria da música que está sendo reproduzida. Já no Apple Music, é necessário tocar no símbolo de três pontos verticais para depois selecionar a opção "ver créditos".

No caso do botão para alterar a playlist que está sendo reproduzida, há um botão dedicado a isso tanto no Apple Music quanto no Tidal. Entretanto, no caso do Apple Music, além de permitir mudar a ordem de reprodução das caixas, há também opções de controle da música como os botões de avançar e retroceder, do play/pause, da reprodução aleatória, da reprodução em looping e da reprodução infinita.

O acesso a biblioteca de músicas, álbuns, artistas e playlists é parecido no Apple Music e no Tidal. É necessário selecionar uma destas opções para depois filtrar o que está salvo nestas listas. Porém, em algumas seções, o Apple Music deixa a desejar em termos de filtros, que é o caso da página de artistas.

Qual dá melhores indicações de músicas, álbuns e artistas?

A indicação de músicas do Apple Music é levemente melhor que a do Tidal, embora o aplicativo não tenha um sistema tão intuitivo para a descoberta de novas obras. Achei algumas playlists do Apple Music muito boas e creio que é devido ao fato de que o serviço de streaming utiliza um sistema híbrido de algoritmos e curadoria humana para a seleção de faixas. Ao mesmo tempo, tive um certo trabalho para conseguir achar uma boa lista de músicas.

No caso do Tidal, gostei das músicas que me foram indicadas nos momentos em que todas as faixas de um álbum tinham acabado de serem reproduzidas. Além do aplicativo me apresentar melodias semelhantes às que estavam sendo tocadas, as escolhas não foram nada mal. Porém, confesso que prefiro escutar playlists prontas feitas por uma curadoria humana do que as listas prontas obtidas através de algoritmos. Por este motivo, ainda prefiro mais o Apple Music no quesito de "indicações".

Há como armazenar músicas offline localmente nos dois serviços?

Sim, ambos os aplicativos permitem o armazenamento de músicas offline no dispositivo logado. Desta forma, é possível ouvi-las mesmo quando não se está conectado à internet. Entretanto, é importante salientar que elas estarão disponíveis somente no dispositivo que se realizou o download, ou seja, se você realizar o download das faixas no seu celular, elas não irão aparecer no seu notebook.

Há diferenças na versão para Android do Apple Music e do Tidal?

Sim, enquanto o Tidal consegue nativamente reproduzir em bit perfect [1] as músicas em celulares (Android e iOS) e computadores (Windows e macOS), o Apple Music necessita da utilização do iOS ou do iPad OS para obter a reprodução das faixas sem a interferência do sistema operacional.

Além disso, se você não possuir o iPhone 15 ou um iPad mais recente, será necessário utilizar um adaptador de lightning para USB-A fêmea, caso queira obter o bit perfect. Caso queira saber mais a fundo sobre em que cenários o Apple Music permite a transmissão sem perdas, acesse este artigo.

[1] Artigo sobre o bit perfect e o streaming de música lossless

Qual possui a qualidade de música maior? Apple Music ou Tidal?

Infelizmente não tive a oportunidade de testar o Apple Music através de um iPhone ou iPad ligado ao meu DAC de mesa [2]. Entretanto, o que eu posso dizer é que o som do Apple Music me agradou mais que o Spotify e o YouTube Music, por exemplo.

[2] Artigo sobre o que é um DAC/amp e um DAC

Preço

Caso você tenha um iPhone ou um iPad, o Apple Music sem dúvidas leva vantagem devido ao fato de que seu aplicativo transmite faixas com uma resolução de até 24-bits/192 KHz cobrando apenas R$ 21,90 por mês no plano individual. No Tidal, é necessário assinar o plano Hi-Fi Plus para obter a reprodução de faixas na mesma resolução. Somente no plano Hi-Fi que o Tidal consegue se equiparar em termos de valores, mas neste caso a transmissão é limitada a 16-bits/44,1 KHz (qualidade equivalente à do CD).

Entretanto, se você for um usuário do Android e do Windows, o Tidal pode valer mais a pena, pois seu aplicativo possui recursos para obter o "bit perfect".