Desde que o Bitcoin começou a crescer em valor de mercado e a incomodar bancos e instituições financeiras ao redor do planeta os investidores mais medrosos conservadores esperam que ele entre para a bolsa de valores para poderem, finalmente, entrar no mercado de criptomoedas com uma segurança mínima.
E se você é um desses que quer entrar na onda do sucesso do Bitcoin, mas não sem uma segurança mínima, pode comemorar: desde ontem, domingo, 10 de dezembro de 2017, o Bitcoin passou a ser comercializado na bolsa de valores de Nova Iorque, a Wall Street. A responsável pelo lançamento dos fundos foi a Chicago Board Options Exchange (CBOE).
Como era de se esperar, em poucas horas de negociações, o ativo já havia sido valorizado em 25%, o que desencadeou uma parada de cinco minutos no comércio dos papéis, medida que é tomada sempre que uma ação cai demais ou sobe bastante para que não aconteça uma reação em cadeia.
Além disso o lançamento também causou o colapso do site da CBOE devido a um aumento imprevisto no tráfego. A própria companhia fez o anúncio em seu Twitter:
Segundo a rede americana de televisão, CNBC, o futuro (que expira em 17 de janeiro de 2018) foi negociado por valores de cerca de de US$ 2.000 acima do que era praticado pelo mercado no momento, totalizando US$ 18.490 (um aumento de quase 20%).
Para quem não sabe o que é um futuro, aqui vai uma breve explicação: um futuro permite que duas partes troquem um ativo a um preço específico em data acordada no futuro. No caso dos futuros de Bitcoin, é essencialmente um produto financeiro que permite que os investidores apostem no que acham que o preço da Bitcoin será em uma data futura. Portanto, quem pagou quase 18.5 mil dólares no Bitcoin ontem acha que no término do contrato, 17 de janeiro, ele estará valendo este valor, no mínimo.
O lançamento dos futuros da Bitcoin no CBOE significa que grandes empresas de investimento e corretores podem começar a apostar pesado nas criptomoedas, dando mais credibilidade para quem espera um nome forte por trás das transações para investir junto e, possivelmente, frenando sua volatilidade.
A medida abre também a possibilidade do BTC ser transformado em um fundo negociado regularmente na bolsa, onde possuirá os ativos subjacentes (Bitcoin, neste exemplo) e divide sua participação em ações. Os investidores receberão juros ou dividendos, uma vez que são continuamente negociados.
Claro que algumas pessoas ainda não estão convencidas de que a Bitcoin esteja pronta para usar com tais instrumentos financeiros (os banqueiros, principalmente), mas aposto que quem comprou a moeda a quase 20 mil dólares ontem está rindo à toa, só esperando o valor que ela vai alcançar daqui a pouco mais de 30 dias. Isso porque desde 01 de janeiro de 2017 a moeda já cresceu, pasme, 1.600%.
E para quem não entendeu aquele (re)estreia no título, eu explico: Wall Street já foi o local da primeira casa de troca de Bitcoins do mundo, antes do sistema formal impossibilitar a sua sobrevivência. Para saber mais sobre essa história, é só clicar aqui.