O Bitcoin deixou de ser uma tecnologia popular entre criptógrafos para se tornar o nono ativo mais valioso do mundo por capitalização de mercado. A ascensão da criptomoeda criou milionários, reimaginou o dinheiro e lançou uma indústria multibilionária inspirada em sua revolucionária tecnologia descentralizada. Mas também trouxe alguns efeitos colaterais indesejados.
A poderosa computação necessária para suportar a mineração de Bitcoin requer quase tanta energia para funcionar do que todo o país da Argentina, levando a críticas sobre seu impacto ambiental.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, a mineração de bitcoin no mundo usa mais de 121 terawatt-hora (TWh) por ano. Se o bitcoin fosse um país, ele estaria entre os 30 maiores consumidores de eletricidade do mundo.
Porque o Bitcoin consome tanta energia?
O Bitcoin teve um grande aumento de valor nos últimos anos, e essa valorização é a principal responsável pelo grande gasto de energia da criptomoeda. E esse problema foi previsto pelo criador do Bitcoin, conhecido pelo pseudônimo de Satoshi Nakamoto. Apenas duas semanas após a criação da criptomoeda, em 27 de janeiro de 2009, Hal Finney tuitou sobre possíveis emissões futuras de CO2.
Porém, a demanda energética do bitcoin se equiparou ao nível de um país pequeno quando houve grande rali de preços da criptomoeda. Nos anos seguintes o mercado desaqueceu, e com isso a demanda de energia também. Entretanto, nos últimos anos o Bitcoin teve alta seguida de alta, e disso fez com que suas necessidades energéticas se tornassem ainda maiores.
Além disso, o consumo enérgico do Bitcoin, que mais do que quadruplicou desde o início de seu último pico em 2017, deve piorar, pois quanto mais seu preço sobe, mais concorrência há pela moeda e, portanto, mais energia ela consome.
Outro motivo do excessivo consumo enérgico do bitcoin é que a maioria dos mineradores está sediada na China, e lá cerca de 70% das fontes de energia é derivada do carvão, uma fonte de energia não renovável.
A mineração necessária para gerar novas unidades de bitcoin envolve a resolução de equações matemáticas complexas, mas arbitrárias. Essas operações exigem uma computação com muito poder de processamento. As energias não renováveis, como o carvão, apesar de serem mais prejudiciais para o meio ambiente, são mais baratas, e isso é o que atrai os mineradores de bitcoin.
Como resolver esse problema?
A solução é a utilização de energia renovável para a mineração de Bitcoin. E isso já está sendo providenciado com a instalação de mineração ecológica operando em grande escala. Isso está acontecendo por exemplo na Islândia e na Noruega, onde quase 100% de toda a produção de energia é renovável. Além disso, as baixas temperaturas desses países também ajudam a reduzir custos resfriando os servidores de computador naturalmente.
E o número de mineradores que utilizam fontes de energia renovável aumentou 16% em 2 anos, de acordo com o terceiro Estudo Global de Benchmarking de Criptoativos da Universidade de Cambridge. Em 2018, 60% dos mineradores de bitcoin usavam fontes ecológicas, e atualmente são 76% dos mineradores de criptomoedas.
Novo estudo contradiz alegação de Elon Musk sobre uso de energia 'insano' do Bitcoin
Apesar de Elon Musk dizer que o bitcoin produz um consumo insano de energia, uma pesquisa realizada pela Galaxy Digital comprova que a mineração de bitcoin usa metade da energia de um sistema bancário normal.
Quanto os bancos físicos poluem vs mineração de Bitcoin
O consumo anual de eletricidade de toda a mineração de bitcoin é estimado em cerca de 114 milhões de terawatts por hora. Os bancos tradicionais usam cerca de 264 milhões de terawatts por hora, enquanto a mineração para o ouro real é responsável por consumir cerca de 241 terawatts por hora.
- Bancos tradicionais: 264 Mi TW/h
- Mineração de Bitcoin: 114 Mi TW/h
- Mineração de ouro: 244 Mi TW/h
Apesar de tudo, e da grande queda ocorrida nos últimos dias, o Bitcoin ainda é a maior criptomoeda do mundo. Entretanto, é inegável que o surpreendente tuíte de Musk prejudicou em muito a reputação da moeda digital, que se baseia em tendências da internet e movimentos de redes sociais.
Por fim, vale lembrar que o bilionário ao repudiar o bitcoin, defendeu as criptomoedas bandwagon Dogecoin, que tiveram um aumento significativo.
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