Com a seca cada vez mais grave e os níveis de reservatórios das hidrelétricas em queda, o governo federal está analisando a possibilidade de retomar o horário de verão no Brasil. A proposta, que está sendo liderada pelo Ministério de Minas e Energia, sugere aliviar a pressão no sistema elétrico e garantir maior segurança no fornecimento de energia. A decisão final ficará nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por que o horário de verão está sendo considerado?

De acordo com o ministro Alexandre Silveira, o horário de verão é uma medida que "passa a ser uma realidade muito premente" diante da atual situação. A equipe técnica do ministério está finalizando a proposta, e o retorno da medida seria planejado com antecedência, possivelmente para 2025.

A seca prolongada tem levado o Brasil a aumentar o uso de usinas termelétricas, que são mais caras e, consequentemente, encarecem a conta de luz para os consumidores. O horário de verão, que permite aproveitar mais a luz natural no final da tarde, poderia reduzir o consumo de energia nos horários de pico, aliviando o sistema e evitando sobrecarga.

Essa solução não é nova: o Brasil adotou o horário de verão por muitos anos, mas ele foi extinto em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Na época, o argumento principal era que a economia gerada pela mudança de horário havia diminuído significativamente. No entanto, o agravamento da crise hídrica e o impacto no setor elétrico reacenderam o debate sobre sua importância.

Se voltar, quais são os impactos?

Embora ainda não tenha sido decretada a volta imediata do horário de verão, o governo está estudando cuidadosamente todos os impactos que a medida pode trazer. O vice-presidente Geraldo Alckmin vê com bons olhos essa alternativa, destacando que, além de economizar energia, campanhas de conscientização para reduzir o desperdício de eletricidade também podem ser eficazes.

Porém, o retorno do horário de verão traz desafios, especialmente no setor aéreo e nas telecomunicações, além de possíveis ajustes nos sistemas automáticos de smartphones, que já causaram transtornos no passado. Esses fatores estão sendo levados em consideração pelo governo antes de tomar qualquer decisão definitiva.

Quando o horário de verão pode voltar?

Caso a proposta seja aprovada, o horário de verão só deve ser implementado a partir de 2025. Segundo o ministro Silveira, não há tempo hábil para decretar a mudança no curto prazo, mas o planejamento está sendo feito para garantir que a medida seja introduzida de forma organizada e com o mínimo de impacto na vida dos brasileiros.

Enquanto a decisão não é tomada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) segue avaliando outras ações para garantir a segurança do sistema elétrico, especialmente com a previsão de redução dos níveis dos reservatórios até o fim de novembro.