O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, enviou uma recomendação formal ao governo federal para a retomada do horário de verão no Brasil. A proposta, apoiada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), visa evitar o "estresse" nas redes de transmissão de energia, especialmente durante o período crítico entre 18h e 21h.

Por que o horário de verão é necessário?

A recomendação vem em um momento em que o Brasil enfrenta uma seca histórica, o que afeta a produção de energia em hidrelétricas, principal fonte de eletricidade do país. Apesar de o ministro ter garantido que não há risco imediato de falta de energia, ele ressaltou que o aumento no uso de usinas térmicas durante o período noturno — entre 18h e 21h — está encarecendo a produção e colocando maior pressão sobre o sistema.

Silveira destacou que, embora a geração de energia esteja sob controle, é justamente nesse horário de pico que o sistema precisa acionar quase toda a capacidade disponível de usinas térmicas, que são mais caras e menos sustentáveis. O retorno do horário de verão, portanto, poderia aliviar esse pico de demanda ao deslocar o consumo de energia para horários de menor pressão sobre o sistema.

Decisão final nas mãos do presidente

Agora, a decisão final sobre a implementação do horário de verão está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro Alexandre Silveira já discutiu a questão com o presidente, e o Planalto indicou que deve tomar uma decisão em até 10 dias. Caso aprovado, o retorno do horário de verão dependerá apenas de um decreto presidencial.

Além do horário de verão, o Ministério de Minas e Energia está estudando outras ações para enfrentar os desafios gerados pela escassez hídrica. Silveira mencionou que o governo está comprometido em garantir a estabilidade do fornecimento de energia e minimizar os impactos financeiros para os consumidores.

O horário de verão foi suspenso em 2019, durante o governo de Jair Messias Bolsonaro, sob o argumento de que os benefícios em economia de energia haviam se reduzido ao longo dos anos. No entanto, o cenário atual de crise hídrica reacende a discussão sobre o seu retorno como uma medida eficiente para lidar com os desafios no setor elétrico.