Uma mobilização nas redes sociais está impulsionando uma proposta para reduzir a jornada de trabalho semanal e acabar com a popular escala 6x1. Essa discussão surgiu após um movimento online reunir mais de 2 milhões de assinaturas em um abaixo-assinado, promovido pelo movimento Pela Vida Além do Trabalho (VAT), fundado pelo ex-balconista de farmácia e atual vereador pelo PSOL, Rick Azevedo.
O que é a escala 6x1 e como surgiu a proposta?
Na escala 6x1, comum no comércio e em áreas de serviço, o trabalhador trabalha seis dias seguidos e descansa apenas um dia. A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) permite essa escala, desde que não ultrapasse o limite de 44 horas semanais. Porém, muitos trabalhadores reclamam que essa rotina limita o tempo para a vida pessoal, lazer e outras oportunidades de estudo ou trabalho.
A ideia de acabar com a escala 6x1 surgiu quando Rick Azevedo, ainda balconista, gravou um vídeo no TikTok criticando o modelo de trabalho. No vídeo, ele chamou a escala de "escravidão moderna". O vídeo viralizou, e Rick criou o VAT, que rapidamente ganhou apoio popular. Além disso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também defende essa mudança e apresentou uma proposta no Congresso para reduzir a jornada semanal de trabalho.
PEC sugere mudança para jornada de 36 horas semanais
Erika Hilton propôs uma mudança na Constituição para que a jornada semanal seja reduzida de 44 para 36 horas sem redução salarial. Esse modelo permitiria uma escala 4x3, com quatro dias de trabalho e três de descanso. Para que essa Proposta de Emenda Constitucional (PEC) comece a tramitar, Erika precisa de 171 assinaturas no Congresso; ela já conta com o apoio de 134 parlamentares.
A PEC também cita experiências internacionais com a escala 4x3, como um projeto piloto da organização 4 Day Week Global. O projeto testou a semana de quatro dias e encontrou resultados positivos, como maior produtividade, menos estresse e maior satisfação entre os funcionários. Em algumas empresas, houve até aumento de receita.
Mas nem todo mundo é a favor
Apesar de muitos apoiarem a ideia, alguns setores, como o de comércio, são contra a redução de jornada sem ajuste salarial. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) alega que essa medida aumentaria os custos das empresas, o que poderia resultar em demissões e aumento de preços para os consumidores.
A CNC alertou que o impacto da PEC pode ser ainda mais prejudicial nos setores de comércio e serviços, onde a flexibilidade na jornada de trabalho é essencial para atender à demanda dos consumidores.
Qual a próximo passo da PEC?
Agora, a proposta de Erika Hilton espera o apoio necessário no Congresso para começar a tramitar. A PEC representa uma grande mudança nas regras de trabalho no Brasil, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos trabalhadores. No entanto, enfrenta desafios econômicos e logísticos para que seja aprovada.
Se aprovada, a proposta pode transformar as relações de trabalho no Brasil, possibilitando uma semana de trabalho mais curta e mais tempo livre para a vida pessoal dos trabalhadores.
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