A Anatel surpreendeu ao admitir que não tem competência para monitorar ou combater as bets irregulares no Brasil. Durante a CPI das Bets, a superintendente de Fiscalizações, Gesilea Fonseca Teles, explicou que a agência funciona apenas como um "intermediário", repassando ordens do Ministério da Fazenda para as operadoras de telefonia bloquearem sites ilegais.

Resumo do que você precisa saber ⏳

  • A Anatel admite que não consegue fiscalizar bets irregulares, apenas repassa ordens de bloqueio.
  • VPNs e mudanças constantes de domínio dificultam o combate a esses sites.
  • Modernização do Marco Civil é vista como essencial para aumentar a eficácia da fiscalização.

Anatel apenas encaminha ordens de bloqueio

Atualmente, quando o Ministério da Fazenda identifica um site de apostas ilegais, ele solicita o bloqueio à Anatel, que comunica às operadoras de internet fixa e móvel. No entanto, a superintendente deixou claro que essa abordagem é limitada, porque a Anatel não pode monitorar os movimentos dos sites ou das operadoras.

"Todo esse procedimento está fora do nosso controle. Apenas repassamos as ordens."

Outro obstáculo destacado por Teles é o uso de VPNs pelos apostadores e as constantes mudanças de domínios pelos sites ilegais, o que dificulta qualquer tentativa de bloqueio mais eficaz. Para resolver essa situação, a modernização do Marco Civil da Internet é apontada como solução. Com isso, seria possível responsabilizar os provedores de conexão e serviços de aplicação que não cumprissem ordens de bloqueio.

Anatel apenas encaminha ordens de bloqueio, afirma superitendente em CPI das bets irregulares. Imagem: Anatel/Reprodução
Anatel apenas encaminha ordens de bloqueio, afirma superitendente em CPI das Bets. Imagem: Anatel/Reprodução

Apesar das dificuldades, a Anatel garante que está fazendo tudo o que é possível para colaborar com o governo no combate às bets ilegais.

"A situação é complexa, mas seguimos auxiliando dentro das nossas limitações."

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