A greve dos auditores fiscais da Receita Federal completou dois meses, causando atrasos na entrega de milhares de remessas e gerando bilhões em prejuízos. O movimento segue a estratégia de operação-padrão, com o prazo de liberação das mercadorias para importação e exportação podendo superar 30 dias. Os auditores reivindicam ajustes salariais.

Greve na Receita Federal gera atrasos e bilhões em prejuízos

Com a greve, empresas de comércio internacional estimam que mais de 75 mil remessas estejam paradas nos portos e aeroportos brasileiros. Medicamentos e cargas vivas estão entre as poucas exceções submetidas a um trâmite mais rápido, mas ainda assim, o prazo de despacho subiu de um para sete dias.

Ainda não se sabe ao certo o tamanho do prejuízo financeiro, mas uma operação-padrão feita pela Receita Federal em junho de 2024 causou perdas de 3,3 bilhões de reais. Outra forma de medir os prejuízos é lembrar que cada dia de atraso no despacho das remessas onera as empresas em 2,1%.

Por enquanto, a greve não tem prazo para terminar. O Sindifisco Nacional, que representa os grevistas, alega que o movimento foi iniciado devido ao descumprimento, por parte do governo, de um acordo fechado no ano passado para reestruturar as carreiras e os reajustes salariais.

O sindicato afirma que o acordo previa que o Ministério da Gestão e os auditores instalariam mesas específica de negociação até julho de 2024 para tratar desses temas, algo que não aconteceu. Os auditores ainda argumentaram que o salário-base acumula perdas inflacionárias desde 2016.

O Ministério da Gestão, por outro lado, afirma que o acordo foi fechado em fevereiro do ano passado e que não há previsão de novas negociações. A pasta revelou que a remuneração total dos auditores já alcança R$ 42.700 no topo da carreira, incluindo os bônus.

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