Os Correios firmaram uma parceria com a empresa digital Infracommerce, que será responsável por operar o primeiro e-commerce da estatal, previsto para estrear até junho. A iniciativa, inédita na trajetória da estatal, busca diversificar os negócios e ampliar as fontes de receita, sobretudo após o prejuízo bilionário registrado no ano passado.
Correios terá seu próprio e-commerce
Os Correios querem focar em sua atividade principal — entregas em todo o Brasil, inclusive em locais remotos — e delegar operações laterais a empresas privadas. A estatal já negocia com outras companhias para novas parcerias.
Questionados pela Folha de S. Paulo, os Correios não comentaram a iniciativa, enquanto a Infracommerce disse que "prefere não comentar informações até que todos os procedimentos legais sejam concluídos".
Parceria vai beneficiar ambas as empresas
Essa parceria pode beneficiar ambas as empresas. A Infracommerce, por exemplo, enfrenta uma grave crise financeira e, no ano passado, renegociou R$ 670 milhões em dívidas, o que representa 85% do seu endividamento total.
No terceiro trimestre de 2024, a companhia registrou um prejuízo de R$ 93,4 milhões, uma alta de 82,5% em relação ao mesmo período de 2023.
Os Correios também passam por dificuldades. Em 2024, a estatal teve um deficit de R$ 3,2 bilhões, atribuído pelo presidente Fabiano Silva dos Santos à "taxa das blusinhas" imposta pelo governo Lula.
Além da crise financeira, a estatal está sob investigação por supostamente não entregar encomendas em algumas cidades do Brasil. O Ministério Público Federal abriu um inquérito para apurar possíveis irregularidades.