Desde dezembro de 2024, astrônomos monitoram de perto o asteroide YR4, um objeto espacial com cerca de 40 a 100 metros de comprimento, que pode atingir a Terra em 22 de dezembro de 2032. Embora as probabilidades de impacto ainda sejam pequenas, alguns cientistas já discutem a possibilidade de utilizar uma bomba nuclear para desviá-lo da rota. De qualquer forma, vale adiantar que o caso ainda não é para pânico.

Resumo do que você precisa saber ⏳

  1. O asteroide 2024 YR4 tem atualmente 2,2% de chance de colidir com a Terra em 2032.
  2. Cientistas avaliam o uso de uma explosão nuclear no espaço para alterá-lo de trajetória.
  3. Simulações indicam que essa técnica poderia evitar o impacto, mas também criar fragmentos menores e perigosos.

Um problema real ou apenas alarde?

As probabilidades de impacto têm oscilado nos últimos meses, o que é comum quando um asteroide recém-descoberto entra na lista de riscos da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA). Especialistas explicam que, com mais observações, a chance de impacto geralmente diminui. Ainda assim, o fato de as probabilidades terem subido recentemente acendeu um alerta.

Aumentaram as chances do asteroide YR4 colidir com a Terra. Imagem: European Space Agency/The New York Times
Aumentaram as chances do asteroide YR4 colidir com a Terra. Imagem: European Space Agency/The New York Times

É muito provável que, até abril de 2025, os cientistas confirmem que nenhum impacto ocorrerá. Davide Farnocchia, engenheiro de navegação da NASA, falou sobre isso:

"É verdade que a probabilidade de impacto quase dobrou recentemente, mas isso não significa que continuará assim."

Explosão nuclear funciona?

Apesar da confiança de Farnocchia, alguns cientistas já trabalham com cenários de defesa planetária. Um estudo publicado na revista Nature Physics sugere que uma das melhores opções para evitar um impacto seria utilizar pulsos de radiação gerados por uma explosão nuclear no espaço.

Em experimentos, cientistas usaram máquinas de radiação para simular a interação com um asteroide. O resultado? O objeto foi vaporizado e alterou sua rota, como um foguete "dando ré". Segundo Harrison Agrusa, cientista do Observatório Côte d'Azur, essa técnica poderia ser a única solução para asteroides detectados com pouco tempo de antecedência.

O plano seria simples: uma espaçonave não tripulada transportaria um dispositivo nuclear, que explodiria próximo ao asteroide. Isso liberaria raios-X, gama e nêutrons, fragmentando e vaporizando parte do objeto. No entanto, existe um grande risco: a explosão poderia transformar um grande asteroide em vários pequenos fragmentos, que ainda atingiriam a Terra.

O que vem por aí?

Até abril deste ano, os cientistas continuarão monitorando o 2024 YR4 para determinar sua rota exata. Caso se confirme a necessidade de um plano de defesa planetária, a explosão nuclear no espaço pode se tornar uma opção real.

Nathan Moore, autor principal do estudo, diz que é bom saber que "grandes asteroides não costumam impactar a Terra" e que ainda assim "é ainda melhor saber que podemos nos preparar para defender":

"É reconfortante saber que grandes asteroides não impactam a Terra com frequência. E ainda mais reconfortante saber que temos maneiras de nos preparar para esse tipo de desastre natural".

Por enquanto, não é o caso de pânico. Mas, se em 2028 o asteroide voltar a entrar na rota da Terra, as discussões sobre bombas nucleares no espaço vão ganhar ainda mais força.

Com informações de Folha e A Rede.