Se você acompanha as notícias ligadas ao espaço com o mesmo entusiasmo que eu, então já deve estar à par da nova corrida espacial que está ocorrendo nesse momento, ou melhor, desde o ano passado. O que ocorreu agora foi "apenas" que ela ficou mais acirrada (e aí que a coisa fica boa e anda rápido).
Mas se você não lembra ou não sabe, eu relembro:
Se existe um cara foda nesse mundo vivo, esse cara é Elon Musk. Ele criou o PayPal, criou a Tesla, e, entre outras, criou a SpaceX, a mais bem-sucedida empresa de exploração espacial privada do mundo. Um dos objetivos da SpaceX é levar o homem a Marte e se hoje tanto se fala em pisar no Planeta Vermelho, a culpa é de Elon.
O melhor de tudo isso foi que a ânsia de Elon por chegar em Marte trouxe à tona e boa e velha corrida espacial que tantos avanços possibilitou lá nos anos 60. Só que diferentemente da anterior, onde os governos tomavam as decisões, agora são os bilionários que estão competindo entre si. Estão na briga a Blue Origin, criada por Jeff Bezos, fundador da Amazon, a Virgin Galactic, criada por Richard Branson, fundador da Virgin e a Boeing (a mesma dos aviões), só para citar algumas.
Hoje a mais cotada para isso é a SpaceX de Elon Musk que já tem dezenas de contratos com a NASA e com governos mundo afora para o envio de satélites e tripulação para missões espaciais diversas, porém, há cerca de um ano o diretor executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, fez uma declaração polêmica. Ele disse que sua empresa venceria a SpaceX e seria a precursora no trânsito de humanos para Marte.
Na época, final de outubro, ele disse: "Estou convencido de que a primeira pessoa a pisar o pé em Marte chegará lá em um foguete Boeing". iaodhuaduiahdiuhauis teu cu
E ao que tudo indica não foi apenas uma coisa de do calor do momento (a frase foi proferida durante um evento de tecnologia patrocinado pela própria Boeing), pois Muilenburg repetiu a afirmação nesta quarta-feira ao dar uma entrevista ao canal americano CNBC.
E mais, ele fez questão de colocar datas para os próximos passos: "Vamos fazer um primeiro vôo de teste em 2019 e vamos fazer uma missão de estilingue em torno da Lua." Depois disso ele acredita que para chegar em Marte não falta muito.
Da primeira vez Musk não reagiu à provocação sadia do concorrente, afinal, podia ser palavras ao vento, mas uma segunda afirmação não podia passar batida. Assim, Elon Musk, ofereceu uma resposta na rede social que mais interaje, o Twitter:
Do it
— Elon Musk (@elonmusk) 7 de dezembro de 2017
A verdade é que o foguete da Boeing não vai a qualquer lugar tão cedo. Embora Muilenburg diga que ele será lançado em 2019, a NASA admitiu que isso não acontecerá (o foguete da Boeing está sendo construído em parceria com a agência espacial americana).
O lançamento já foi adiado do final de 2017 para "não antes de" dezembro de 2019. E mais, o alto escalão da NASA disse que um lançamento em 2019 é um cenário de "melhor caso", enquanto que uma nova adiada para para junho de 2020 é o mais provável.
Outro problema (para a Boeing) e que nos faz apostar todas as fichas em Elon é que ela não vai pousar um foguete em Marte sem ter um financiamento vindo da NASA que cubra praticamente todos os custos da missão (até o momento ela já colocou mais de US$ 10 bilhões no desenvolvimento do SLS - Space Launch System, a parceira entre eles). Porém, conforme pode ser visto no gráfico abaixo, o orçamento da agência espacial encolhe a cada ano que passa e ela não tem possibilidade orçamentária de financiar os planos de Muilenburg.
Claro que a SpaceX também irá precisar de algum tipo de financiamento do governo para desenvolver seu "Big Falcon Rocket" e então chegar a Marte, mas a Musk tem uma cartada que pode ajudar a convencê-los: contratos comerciais.
Enquanto a Boeing não tem nenhuma outra parceria que não a própria NASA, a Spacex, conforme dito anteriormente, faz lançamentos particulares cada vez mais frequeentes, fatia de mercado que certamente interssa ao Órgão americano.
Assim segue o jogo por enquanto. Na dianteira, disparado, vem correndo Musk e a SpaceX, depois Muilenburg e algumas bravatas, porém, só sei de uma coisa: Se a Blue Origin vier do nada e disser que vai mandar antes das duas companhias, melhor ainda. Quanto mais gente na briga, melhor. Eu só quero ir pra Marte antes do meu famigerado falecimento.
Fonte: Fortune
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