Morreu na madrugada desta quarta-feira o físico britânico Stephen William Hawking, de 76 anos. A informação veio de um comunicado da família: "Estamos profundamente tristes pela morte de nosso pai hoje", comentam os filhos Lucy, Robert e Tim.
"Ele foi um grande cientista e um homem extraordinário cujo trabalho e legado viverão por muitos anos. Sua coragem e persistência com seu brilho e humor inspiraram pessoas em todo o mundo. Ele disse uma vez: 'Não seria muito um universo se não fosse o lar das pessoas que você ama'. Nós vamos sentir falta dele para sempre", diz o comunicado.
Hawking se tornou conhecido no mundo todo ao questionar e abordar temas como a origem do universo. Na década de 1960, Hawking ficou famoso com a teoria da singularidade do espaço-tempo, os buracos negros no universo. A teoria ganhou um livro chamado "Uma breve história do tempo" - lançado em 1988. O físico também ganhou um filme sobre sua história, lançado em 2014 e vencedor de um Oscar, o "A Teoria de Tudo".
A vida de Stephen Hawking
Nascido em 8 de janeiro de 1942, no Reino Unido, Hawking enfrentou o mais duro dos problemas, uma doença degenerativa chamada esclerose lateral amiotrófica (ELA). Ele perdeu, gradativamente, a força e os movimentos de pernas, braços e cabeça e viveu por muitos anos em uma cadeira de rodas tecnológica e com um sintetizador eletrônico para reproduzir sua voz. Aliás, esta voz robótica reproduzida pela cadeira, se tornou uma das mais ouvidas pelo mundo da ciência e da física. Sem o movimento das mãos e sequer das cordas vocais, Hakwing se comunicava com os olhos e a ajuda do computador.
Stephen já era formado em física pela Universidade de Oxford, depois cursou pós-graduação em Astronomia, pela Universidade de Cambridge. Aos 21 anos ele passou a notar movimentos fracos e atrapalhados, foi diagnosticado então com uma rara doença, a Esclerose Lateral Amiotrófica - uma doença degenerativa, que faz a cordenação motora e os movimentos musculares pararem gradativamente.
"Vivi sob o espectro de uma morte precoce durante os últimos 49 anos. Não tenho medo da morte, mas não tenho pressa de morrer. Há tanta coisa que quero fazer primeiro", dizia ao Guardian em 2011. Stephen Hawking viveu e lutou contra o "ELA" por 55 anos.
Homenagens
A Nasa homenageou o físico nas redes sociais: "Suas teorias desbloquearam um universo de possibilidades que nós e o mundo estamos explorando. Pode continuar voando como Superman em microgravidade, como você disse aos astronautas no @Space Station em 2014".
Remembering Stephen Hawking, a renowned physicist and ambassador of science. His theories unlocked a universe of possibilities that we & the world are exploring. May you keep flying like superman in microgravity, as you said to astronauts on @Space_Station in 2014 pic.twitter.com/FeR4fd2zZ5
— NASA (@NASA) 14 de março de 2018
Theresa May também prestou uma homenagem ao físico: "O professor Stephen Hawking era uma mente brilhante e extraordinária - um dos grandes cientistas de sua geração. Sua coragem, humor e determinação para tirar o máximo proveito da vida foi uma inspiração. Seu legado não será esquecido".
Professor Stephen Hawking was a brilliant and extraordinary mind - one of the great scientists of his generation. His courage, humour and determination to get the most from life was an inspiration. His legacy will not be forgotten.
— Theresa May (@theresa_may) 14 de março de 2018
Neil deGrasse Tysson foi outro que prestou sua menção: "Sua morte deixou um vácuo intelectual. Mas não está vazio. Pense nisso como uma espécie de energia de vácuo que permeia o tecido do espaço-tempo que desafia a medida".
His passing has left an intellectual vacuum in his wake. But it's not empty. Think of it as a kind of vacuum energy permeating the fabric of spacetime that defies measure. Stephen Hawking, RIP 1942-2018. pic.twitter.com/nAanMySqkt
— Neil deGrasse Tyson (@neiltyson) 14 de março de 2018
E também a Universidade de Cambridge: "Olhe para as estrelas e não nos seus pés" - Professor Stephen Hawking 1942-2018
"Look up at the stars and not down at your feet" - Professor Stephen Hawking
— Cambridge University (@Cambridge_Uni) 14 de março de 2018
1942-2018 https://t.co/h8uWznhEpb pic.twitter.com/RVeQx2BTxP
Stephen Hawking, queria muito que a ciência e os mistérios do universo fossem assuntos palpáveis para todos os públicos e não apenas para os estudiosos da área, por isso, chegou a reescrever o livro "Breve História do Tempo" em uma versão mais curta e com termos de melhor entendimento popular. Ele deixa seu nome marcado como um homem que tentou aproximar a ciência das pessoas.
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