O observatório espacial TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), ou seja, o satélite de pesquisas de exoplanetas em trânsito, foi lançado ao espaço no início da noite da última quarta-feira (18).
A NASA lançou em 2009 um outro telescópio espacial chamado de Kepler, mas infelizmente ele acabou apresentando problemas em suas rodas de reação, as quais o mantinham alinhado, ocasionando assim defeitos, resultando em uma morte prematura. Porém, o Kepler já havia conseguido identificar em torno de 2.600 exoplanetas.
Agora, o principal objetivo do TESS consiste em encontrar os exoplanetas pelas técnicas de trânsito planetário, identificando as variações de luz que ocorrem assim que os planetas passam em sua frente, mas também estudá-los observando as suas atmosferas.
Aproximadamente 3.700 exoplanetas já tiveram a sua existência confirmada utilizando a técnica do trânsito. Desta forma, com o TESS, o objetivo principal é estudar em detalhes a luz das estrelas, buscando entender as suas variações.
Como o TESS conta com materiais mais modernos e mais novos, acredita-se que ele conseguirá enxergar com mais precisão, conseguindo abranger uma região mais ampla no céu e terá a capacidade de estudar a atmosfera dos exoplanetas.
Paul Hertz, diretor de astrofísica da NASA, disse "Há muito interesse em procurar bioassinaturas como as da Terra, como metano, dióxido de carbono, vapor de água e oxigênio".
O TESS vai começar catalogando milhares de estrelas, concentrando-se numa faixa de 30 a 300 anos-luz de distância, com isso, as chances de localizar exoplanetas menores é muito maior, com possibilidades de serem rochosos, assim como a Terra. No passado, o Kepler conseguiu descobrir a grande maioria dos exoplanetas em uma faixa de 300 a 3000 anos-luz de distância, considerado longe demais.
Durante os primeiros dois anos, o céu foi dividido em 26 setores, para a missão inicial, onde as quatro câmeras de campo amplo do telescópio irão mapear 13 setores que abrangem o céu austral, hemisfério Sul, durante o primeiro ano e 13 setores do céu do Norte durante o segundo ano, cobrindo 85% do céu.
A ideia da NASA é de que o TESS permaneça no espaço por muitos e muitos anos, para isso, a companhia projetou o telescópio para uma órbita em que o observatório ficará centralizado entre a Terra e a Lua, permanecendo em um ponto de equilíbrio, que vai fazer com seja gasto muito pouco combustível. A partir de agora, dentro das próximas semanas, o TESS terá seus motores de propulsão acionados por umas seis vezes, para que consiga passar por uma série de órbitas, até que alcance a Lua, onde terá uma assistência gravitacional que vai fazer com que o telescópio seja direcionado para sua órbita final, circulando pela Terra 13,7 dias.
Serão 60 dias de verificação e testes de instrumentos até que o telescópio entre em modo científico, onde os trabalhos realmente terão início.
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