Antes de você começar a ler este maravilhoso artigo, uma informação importante: Infelizmente ele não é de minha autoria, mas de Eric Berger, e foi publicado originalmente no site Ars Technica. Eu apenas tomei a liberdade de traduzi-lo para que mais pessoas possam ter a oportunidade de ler tal conteúdo.
A história foi dividida em 6 partes:
Parte 1 - Como um incêndio levou o homem à Lua
Parte 2 - A aposta de 50/50 que terminou com a vitória da Corrida Espacial
Parte 3 - O triunfo e a quase tragédia do primeiro pouso lunar
Parte 4 - A febre da Apollo segue viva na NASA
Parte 5 - Salvando a tripulação da Apollo 13
Parte 6 - Depois da Apollo, a NASA segue atrás de um bis
Agora sim, siga à leitura.
Uma extensa, densa e cinzenta névoa surgia poucas centenas de metros abaixo quando Neil Armstrong espiou pela janela pequena da Eagle. De dentro do módulo lunar, um abrigo tão frágil com suas paredes da grossura de papel-cartão, o comandante da Apollo 11 finalmente teve uma visão clara de onde o computador de bordo o havia mandado aterrissar.
Ele não gostou do que viu lá. Uma grande cratera. Pedregulhos espalhados por toda parte. Uma armadilha mortal.
Para piorar a situação, a Eagle tinha reservas de combustível limitadas. Se Armstrong não pudesse encontrar um local de pouso seguro em breve, ele teria que abandonar a metade inferior da sonda e meter a potência máxima para escapar da órbita lunar em um perigoso e arriscado processo de tudo ou nada para abortar a missão. Caso contrário, ele e Buzz Aldrin não apenas se tornariam os primeiros humanos a pousar na Lua, mas também se tornariam os primeiros humanos a morrerem por lá.
Felizmente, a NASA havia feito uma boa escolha com os membros da tripulação. Armstrong, em particular, tinha sangue frio, graças ao seu extenso histórico de piloto de testes. Ele sabia que precisava se concentrar nos problemas que poderia resolver em vez dos problemas que não podia, já que a responsabilidade de monitorar a quantidade de combustível era com o pessoal da NASA na Terra. Armstrong sabia que Charlie Duke, seu CAPCOM (termo que designa o encarregado em terra de manter o contato com a tripulação via rádio), diria a ele quando o combustível ficasse muito baixo. Então, ele cuidadosamente se ocupou em dirigir o módulo lunar para longe dos pedregulhos. E, embora os grãos de poeira lunar tornassem difícil avaliar sua velocidade em relação à superfície da Lua, ele fez um suave toque.
Ninguém assistiu a este drama se desenrolar a 386 mil quilômetros de distância tão concentrado do que um bando de controladores de voo na sala de Controle da Missão. "O que mais me lembro é a tensão", disse Duke. "Estávamos literalmente segurando a respiração."
Então, quando Neil Armstrong ligou para Houston do local de pouso usando o seu codinome "Tranquility Base" para dizer que a Águia havia pousado, a resposta automática de Duke foi "Twan ... Tranquility", deixando escapar a primeira coisa que lhe veio à mente. "Entendido. Você no chão. Aqui tem um monte de caras prestes a ficarem azuis. Agora estamos respirando de novo."
Quase meio século depois, Duke ainda sorri à lembrança. "Foi um impulso daquele momento", disse ele. "Eu estava tão empolgado que nem consegui dizer "Tranquility" no começo. Eu estava apenas falando a verdade. Eu tenho que repetir muito aquela frase e, além de me lembrar das palavras, também me lembro das emoções. Eu olho para as fotos do Controle da Missão agora, e o que impressiona é a intensidade de todos os rostos."
Hoje, os desembarques da Lua ainda hoje nos tiram o fôlego. Mas em 20 de julho de 1969, a NASA cravava, sem dúvidas, a maior conquista tecnológica do século XX. Certamente, ainda não houve nada igual no século XXI. O que a humanidade alcançou até aqui em questão de espaço aconteceu tão rapidamente na década de 1960 que até hoje ainda não conseguimos igualar as conquistas atuais com aquelas de 50 anos atrás. Na verdade, nós nem chegamos perto.
Apollo 9
Sete meses antes do pouso da Apollo 11, a NASA já havia feito história no final de 1968 com sua eufórica missão Apollo 8 ao redor da Lua. Mas ainda havia muito trabalho a ser feito na primavera e no verão de 1969, antes que Armstrong e Aldrin pudessem levantar voo. O programa Apollo foi projetado de forma semelhante a uma escada, onde cada missão era desenvolvida a partir dos avanços da anterior. Então, antes que pudessem pousar na Lua, teriam que construir um módulo de aterrissagem para fazer isso - e então teriam que levá-lo para um test drive.
Durante a Apollo 8, três astronautas se afastaram a cerca de 100 km da superfície da Terra. O voo de seis dias provou que o Módulo de Comando Block II poderia transportar humanos com segurança para o espaço inexplorado. Foi a partir dessa missão, também, que a NASA pôde ficar mais confiante em seu monstruoso foguete Saturn V, que em seu terceiro voo em órbita já não mostrava os mesmos problemas de tremores que haviam prejudicado o lançamento anterior.
Mas para chegar à Lua, a NASA precisaria de mais do que uma cápsula espacial que não mate todo mundo e um foguete gigante. A Lua não tem oceanos para um módulo mergulhar e amortecer a queda ou uma atmosfera para ajudar na descida através de um paraquedas, por exemplo. Por conta disso, para alcançar a superfície lunar, a NASA precisaria de um tipo totalmente novo de veículo espacial tripulado.
Inicialmente, os engenheiros da NASA não tinham ideia, literalmente, de como poderiam colocar uma tripulação na Lua com segurança e depois devolver os astronautas à Terra. Eventualmente, eles foram convencidos por uma ideia defendida por John Houbolt, conhecida como "encontro orbital lunar".
O plano envolvia um lançamento que incluiria o módulo de comando, o módulo de serviço e o módulo lunar. Ao chegar na Lua o módulo lunar se separaria do restante e faria uma descida controlada até a superfície. Então apenas uma pequena parte do módulo de pouso - que funcionaria como módulo de escape - precisaria deixar a superfície do satélite e se encontrar com o módulo de comando para se reacoplarem e, enfim, retornarem à Terra.
Esse encontro foi visto durante boa parte do desenvolvimento do plano como um enorme risco, que exigia muita matemática e muito convencimento para que o alto-escalão da Agência Espacial concordasse em confiar a missão a um distante e arriscado encontro de módulos ao redor da Lua - e até que a Gemini fosse ao espaço a NASA nem mesmo tinha certeza se o tal encontro seria tecnologicamente possível.
Ao decidir por esta missão decidia-se por uma aterrissagem lunar completa e um voo de retorno através de um único lançamento do Saturn V, porém, também significava que a capacidade de transporte da carga útil do foguete estava no seu limite. O módulo lunar precisava ser muito leve para que o foguete pudesse catapultá-lo até a Lua, e foi essa necessidade que deu a "cara" pela qual conhecemos a espaçonave.
Sua aparência - hoje - icônica é um resultado direto da necessidade de baixar peso: A folha laranja do polímero chamado Kapton que envolvia o módulo, as quatro patas de aterrissagem e até os detalhes da escotilha. Tudo.
Felizmente, já que seria guardado com segurança dentro de uma área de carga útil no lançamento, o módulo lunar não precisava de algumas coisas bastante pesadas como um escudo térmico nem os controles aerodinâmicos que um avião ou espaçonave deve ter para navegar por uma atmosfera. Sua forma também não importava. Se as antenas ou pernas ou outros componentes se destacassem em ângulos estranhos não faria diferença para um veículo que nunca encontraria resistência ao ar. E, por causa da fraca gravidade da Lua, os materiais do módulo lunar de 7 metros de altura ainda podiam ser delicados
Se a Apollo 8 foi a missão mais ousada da agência, há um consenso geral entre os veteranos da NASA de que a missão Apollo 9 seria a mais arriscada já que era a encarregada de testar um frágil e complexo módulo lunar. Finalmente, no início de março de 1969, o módulo lunar estava pronto para voar. E nessa altura do campeonato ele tinha que funcionar, já que restavam apenas nove meses para o final da década e para cumprir o prazo dado por Kennedy, em 1961. Se houvesse grandes problemas com o veículo, é difícil imaginar a NASA estudando-os, aplicando correções e testando novamente antes que o tempo acabasse.
O comando do voo caiu para Jim McDivitt e Rusty Schweikart e David Scott como auxiliares. McDivitt foi escolhido para este voo que ele chamou de "o sonho de um piloto de testes" porque era, em muitos aspectos, um piloto e um comandante geral muito melhor do que qualquer outro na agência. A Apollo 9 nunca teria a glória da Apollo 8 que voou ao redor da Lua e as missões de pouso, mas seu voo em órbita terrestre baixa era um ponto chave da NASA em seus planos de um dia alcançar a Lua.
Após seu lançamento e subsequentes manobras orbitais necessárias para atestar o sucesso de todos os sistemas embarcados, McDivitt e Schweikart desceram por um túnel estreito do módulo de comando da Apollo até o módulo lunar. Lá eles se soltaram do módulo de comando e passaram a testar os motores do módulo de aterrisagem como se estivessem prestes a descer no próprio satélite.
Então veio o momento crucial: simular uma decolagem com o módulo como se estivessem partindo da Lua. O mecanismo de separação usava a mesma função de abortar missão verdadeira que, por sua vez, era repleta de arestas que mais pareciam guilhotinas prontas a cortar fios e cabos explosivos e parafusos que separam as duas partes. Eles tiveram que testar isso na órbita da Terra porque o protótipo estava cheio de perigos. Com McDivitt e Schweikart pilotando o módulo lunar no estágio de subida, eles iniciaram a separação e se soltara do estágio de descida maior.
Nada explodiu, ótimo! Logo eles manobraram de volta para o módulo de comando e acoplaram.
Durante todo o programa Gemini, a NASA procurou o encaixe perfeito para fazer a ideia do encontro dos módulos tornar-se realidade. Agora que isso estava ok era hora deles construírem duas espaçonaves novinhas em folha - a cápsula Apollo e o módulo lunar - para poderem rasgar o espaço menos de três anos depois. E o deu certinho: depois da Apollo 9, a NASA tinha uma cápsula com capacidade para viajar pelo espaço remoto, um enorme foguete e um módulo de pouso levinho - tudo o que era necessário para pousar na Lua.
Apollo 10
Depois que a tripulação da Apollo 9 retornou, no dia 13 de março, a expectativa pública começou a ser direcionada para o verdadeiro pouso lunar. A próxima missão deve ir à superfície? Certamente Tom Stafford e Gene Cernan gostariam de levar o módulo lunar Apollo 10 para a Lua, mas o diretor de voo recuou durante as discussões internas.
"Houve uma grande demanda na época", lembra Kraft sobre o debate entre pousar ou não com a Apollo 10 na Lua. O Controle da Missão queria entender cada detalhe da missão Apollo 10 até o ponto em que o módulo lunar faria sua descida final, antes de finalmente partir para uma atividade real. Kraft acrescenta: "Quando dissemos que era isso que queríamos fazer, muitas pessoas disseram 'por que diabos você faria isso? Se você for tão longe, por que você não iria em frente e pousaria na Lua?' "
A resposta foi que descobrir como levar o módulo lunar a cerca de 14 km da Lua, a menor altitude em que eles poderiam ser socorridos pelo módulo de comando caso algo desse errado, já era um trabalho grande o suficiente para aquela missão. Se a Apollo 11 fosse aquela que representaria um enorme salto - aterrissando na Lua, andando em sua superfície e voltando à Terra - os administradores da missão queriam ter certeza de que saberiam tudo que era possível sobre levar astronautas ao satélite até aquele ponto.
"Nós sentimos que deveríamos ter a experiência e certeza de sermos capazes de fazer aquelas manobras extremamente perigosas, extremamente importantes e extremamente precisas ao redor da Lua antes que pudéssemos dizer que poderíamos fazê-lo", disse Kraft.
Os diretores da NASA também tinham seus motivos práticos. O módulo lunar foi o último a ser construído. Portanto, embora a sonda pudesse pousar na superfície da Lua ela era pesada demais para decolar novamente. Mesmo que a NASA quisesse fazer o pouso e depois retornar, a física simplesmente não deixava.
E, no fim, a Apollo 10 validou essa abordagem cautelosa.
Em 23 de maio daquele ano, Stafford e Cernan aproximaram-se a cerca de 14 km acima da Lua e fizeram dois sobrevoos sobre o local de pouso proposto para a Apollo 11. Eles estavam empolgados por estarem tão perto da superfície lunar, quase dentro de suas crateras, na verdade. Em certo ponto a mistura de alegria e excitação de Cernan tornou-se tão forte que refletiu em sua personalidade normalmente taciturna. Enquanto contornavam as montanhas e crateras com tranquilidade como se estivessem a bordo de um simples e velho avião, Cernan não pôde conseguiu se conter repetindo "Filho da puta! Filho da puta!" diversas vezes como foi captado pelo link de rádio com a Terra.
Mas alguns minutos depois, quando o estágio de subida do módulo lunar se separou do estágio de descida, Cernan gritou "Filho da puta", novamente. Desta vez, ele não se maravilhou com a superfície lunar, mas sim exclamou porque a espaçonave começou a girar descontroladamente. Eles esqueceram de um botão, fazendo com que o módulo lunar começasse a procurar o módulo de comando. Stafford assumiu o controle manual e ajustou as coisas corretamente.
Esse infortúnio antecipou e deu tempo para que fossem corrigidos os problemas que a tripulação da Apollo 11 enfrentaria quando fizessem sua própria descida, dois meses depois.
Na hora certa no lugar certo
Neil Armstrong não foi a escolha original da NASA para pousar na Lua. Anos antes das missões lunares, o astronauta-chefe Deke Slayton havia concordado com os líderes da agência espacial que, se disponível, um dos astronautas originais do Mercury 7 deveria ter essa honra.
Sua escolha foi Gus Grissom, que pilotara a segunda missão humana da NASA e comandou o primeiro voo de uma espaçonave Gemini. O que ele não esperava era que Grissom morreria no incêndio da Apollo 1 enquanto se preparava para comandar o primeiro voo da espaçonave Apollo. "A coisa que provavelmente teria sido diferente se Gus tivesse vivido", escreveu Slayton em sua autobiografia. "O primeiro cara a andar na Lua teria sido Gus Grissom, não Neil Armstrong."
No entanto, quando Slayton começou a finalizar equipes para missões na Lua em abril de 1967, não havia mais astronautas do Mercury. Ele próprio estava proibido de voar por causa de um batimento cardíaco irregular. Alan Shepard havia sido diagnosticado com a doença de Ménière (ataques recorrentes de vertigem, perda de audição nas baixas frequências e barulho no ouvido) e não teria autorização para voar até que fosse submetido a um procedimento cirúrgico experimental em meados de 1969, tarde demais para se recuperar e ficar pronto para integrar a primeira tripulação do voo lunar.
Quanto aos demais astronautas veteranos, John Glenn deixou a agência em 1964 após ser-lhe informado que ele era icônico demais para voar novamente depois de sua missão orbital; Scott Carpenter ficou marcado por mau desempenho no quarto voo Mercury; Gordon Cooper havia passado mal durante algumas missões de treinamento para seu voo com a Gemini e Wally Schirra, que comandou a Apollo 7, deixou claro que aquela tinha sido sua última missão: "Eu fui devorado por esse negócio", ele disse a Slayton.
Antes do incêndio, Slayton havia designado seis equipes para voarem em missões de pouso lunar. Na época, a NASA imaginou que precisaria de cinco ou seis voos da Apollo para alcançar a superfície lunar (acabaram sendo cinco - Apollo 7, 8, 9, 10 e 11). Mas agora, uma de suas tripulações estava morta. Foi então que na primavera de 1967 Slayton designou outra equipe, liderada por Armstrong, que incluía Buzz Aldrin e Jim Lovell.
"Esses eram caras que iam nos levar para a Lua e fazer o primeiro pouso, embora não necessariamente naquelas equipes ou nessa ordem", escreveu ele. "Eu avisei as equipes que eles não deveriam se apegar demais em voar em um tipo específico de missão, porque eu previa mudanças". Houve mudanças. Depois que Michael Collins desenvolveu esporões ósseos, Lovell foi puxado da equipe de Armstrong para integrar aquela que acabaria se tornando a missão Apollo 8. Quando Collins mais tarde se recuperou, ele foi designado para a equipe de Armstrong como o piloto do módulo de comando.
No final, quando a NASA estava pronta para pousar na Lua, a equipe de Armstrong deu sorte de ser a próxima da lista. O fato de Neil Armstrong ser um civil não influenciou na decisão de enviá-lo à Lua, disse Slayton, desmentindo os rumores de que Armstrong foi escolhido para destacar a intenção pacífica da Apolo já que ele não era militar da ativa. Aqueles três homens estavam no lugar certo, na hora certa. Armstrong, Aldrin e Collins receberam a confirmação no escritório de Slayton em 6 de janeiro de 1969.
Eles eram os escolhidos.
"O cara era brilhante"
A rotação de Slayton funcionou bem com a tripulação de Armstrong. Mesmo com um temperamento forte e com uma timidez fora do comum, Armstrong ganhou sua reputação como um cara legal na Marinha dos EUA ao pilotar o F9F Panther durante missões de bombardeio e reconhecimento na Guerra da Coreia. Atingido por fogo antiaéreo durante um voo de baixa altitude, o avião de Armstrong acertou um cabo que cortou um metro de sua asa direita enquanto ele lutava para manter o controle do avião. Mesmo assim, ele conseguiu voar de volta ao território amigável e ejetar com segurança.
Mais tarde, Armstrong voou como piloto de testes na Base Aérea de Edwards, ao lado de pessoas como Chuck Yeager. Lá, ele pilotou dezenas de aeronaves diferentes, incluindo sete voos do X-15, um avião hipersônico movido a foguete. Nesta aeronave ele atingiu uma altitude de 63 km e uma velocidade máxima de Mach 5,74. Em 1962, Armstrong foi selecionado como um dos astronautas do "New Nine", a segunda classe de pilotos da NASA.
Ele ficou ainda mais famoso durante a missão Gemini VIII, seu primeiro voo como comandante, quando um propulsor travado fez a pequena cápsula girar tão violentamente que ele e o membro da equipe Dave Scott começaram a perder a consciência. Sem contato com o solo enquanto seu veículo girava sem parar, fazendo uma rotação completa por segundo, Armstrong lutou para tirar a nave daquele ciclo com seus propulsores de reentrada. A manobra foi concluída através de um pouso de emergência longe de sua área de recuperação no Pacífico o que rendeu a eles uma espera de várias horas em mar agitado até a chegada do resgate.
Scott, que mais tarde comandaria a missão Apollo 15 na superfície da Lua, sentiu-se grato por ter tido Armstrong no comando. "O cara foi brilhante", ele lembrou em um documentário chamado NOVA. "Ele conhecia o sistema muito bem. Ele encontrou a solução, ele ativou a solução, sob circunstâncias extremas".
Um outro incidente ocorreu antes do lançamento da Apollo 11, que demonstrou dom de Armstrong em agir sob pressão. Como parte de seu regime de treinamento para se preparar para voar no módulo lunar os comandantes praticavam algo chamado Lunar Landing Training Vehicle (algo como veículo de treinamento para pouso lunar).
Apesar do nome pomposo não passava de uma grande maluquice. Tinha um motor de turboventilador apontado para baixo que suportava cinco sextos do peso do veículo, o que basicamente simulava a gravidade lunar; dois foguetes de peróxido de hidrogênio que serviam como os motores do módulo lunar; e propulsores de manobra como os do módulo real. Um astronauta em exercício erguer-se-ia a metros de altura e aprenderia a "voar" com o módulo lunar.
O único problema era que ele era quase tão perigoso quanto o voo de verdade. Três dos cinco veículos que foram construídos pela NASA foram perdidos em acidentes, incluindo um de Neil Armstrong em maio de 1968. Ele escapou a 1 segundo de morrer quando ejetou do veículo no último momento.
Posteriormente, o diretor do Centro de Naves Espaciais tripuladas em Houston, Robert Gilruth, quis eliminar o treinamento prático com a sonda. Quando Kraft perguntou a Armstrong sobre isso, ele a defendeu. Ele queria aprender a pousar na Lua: "É absolutamente essencial", disse Armstrong à Kraft. "É de longe o melhor treinamento para aterrissar na Lua." O teste que quase matou Neil Armstrong pode ser visto no vídeo abaixo.
"O destino olhou para nós com carinho quando escolheu Neil para ser o primeiro a se aventurar em outro mundo", disse o astronauta Gene Cernan sobre Armstrong no discurso do velório do colega, em 2012. "Ninguém, mas ninguém teria aceitado a responsabilidade daquele feito com mais dignidade e gratidão do que Neil Armstrong. Ele incorporava tudo o que era bom e tudo o que era grande na América."
Alarmes de programa
A missão Apollo 11 foi lançada na manhã de 16 de julho de 1969. O processo de chegar em órbita, disparar o terceiro estágio do foguete para empurrar a espaçonave em direção à Lua, separar a espaçonave Columbia e separar o módulo lunar Eagle do foguete ocorreu sem problemas. Dois dias e meio depois de partirem, Armstrong, Aldrin e Collins entravam na órbita lunar.
A tentativa de aterrissagem veio no dia seguinte, domingo, 20 de julho. Vestido com um colete branco exclusivo feito por sua esposa, Kranz tinha as portas do Controle da Missão bloqueadas, indicando aos controladores de voo o status de "batalha" que os aguardava. Então, de acordo com o livro Apollo: A corrida para a lua, Kranz fez um discurso (que não foi gravado) para sua equipe sob o sistema auxiliar de loop.
"Ei gangue, nós realmente vamos pousar na Lua hoje", Kranz lembrou dizendo. "Isso não é besteira, nós iremos para a superfície da Lua. Estamos prestes a fazer algo que ninguém jamais fez ", continuou Kranz, falando sobre como eles haviam testado e treinado para isso, e se houvesse algum problema, ele teria de voltar. "Depois que terminarmos esta missão filha da puta, vamos sair e tomar uma cerveja, e diremos: 'Caramba, nós realmente fizemos alguma coisa ali'".
Logo depois, a Eagle desceu abaixo do recorde de altitude mínima de 14 km alcançado durante a Apollo 10. Tudo correu nominalmente até que um alarme soou quando a espaçonave voava a cerca de 10 km acima da superfície. Com um pouco de urgência, Armstrong disse: "Alarme 1202". A tripulação não reconheceu o código. Cerca de 10 segundos depois, Armstrong acrescentou: "Dê-nos uma leitura sobre o Alarme de programa 1202".
Armstrong estava perguntando se ele e Aldrin deveriam abortar o pouso. Eles não tinham informações suficientes sobre o alarme e estavam se dirigindo ao Controle da Missão em Terra. Inicialmente, os controladores de voo também não reconheceram o alarme. Coube a Steve Bales, o diretor de orientação, fazer a ligação com o pessoal que estava nos bastidores da criação do sistema. O alarme, ele foi informado, era o computador avisando que estava ficando sem áreas de armazenamento temporário - espaço no computador usado pelos executar os programas. Isso deveria ter sido impossível, uma vez que o software foi projetado especificamente para a missão e o seu fluxo fora cuidadosamente controlado. No entanto, os erros estavam acontecendo - e no pior momento possível para isto.
Mas Bales, de 26 anos, estava certo (ou quase) de que sabia o que os alarmes significavam, já que sua equipe tinha sido instruída a documentar todos os possíveis erros do computador do módulo lunar e o que cada um deles significava. Com a ajuda de um especialista em computação, Jack Garman, Bales foi capaz de dizer a Kranz para prosseguir com a descida.
Mais tarde, Bales admitiria a Charles Murray e Catherine Bly Cox, autores do livro citado há pouco, que ele tinha medo quando tomou sua decisão. "Quando você não sabe o que está causando o problema, você nunca tem absolutamente 100% de certeza de que a decisão que está tomando está certa", disse ele. "É como tentar diagnosticar a si mesmo e tomar uma pílula se baseando apenas nos sintomas".
Poucos minutos depois desse drama, a apenas um quilômetro acima da superfície, Aldrin relatou um segundo alarme, "Alarme 1201" ele disse. Bales teve uma resposta mais rápida desta vez. Era o mesmo tipo de alarme. Continue o pouso. E logo Armstrong e Aldrin começaram suas manobras finais. Eles estavam a segundos de se tornarem os primeiros humanos a aterrissar em outro mundo.
Ficando azul
Durante esta etapa final da descida, Armstrong olhou para fora de uma janela marcada com escalas horizontais e verticais medidas em graus. Aldrin, olhando para a tela do computador, digitou os números que Armstrong poderia usar em conjunto com essas escalas para identificar onde o computador da Eagle queria que eles pousassem. Até então, o comandante da missão estava mais focado nos alarmes do programa e em garantir que o Controle da Missão os deixasse prosseguir com o pouso. Mas enquanto voavam a uma altitude de meros 600 metros, Armstrong começou a perceber que eles tinham um problema.
"Nossa atenção estava focada em resolver os problemas que dispararam os alarmes, manter a nave voando e assegurar-nos de que estava tudo sob controle e não era necessário abortar o pouso", disse ele mais tarde, durante um interrogatório técnico. "A maior parte da atenção foi direcionada para dentro do cockpit durante esse período e, em minha opinião, isso explica nossa incapacidade de estudar o local de pouso durante a descida final."
Mas quando ele finalmente pôde se concentrar em onde o computador queria que eles pousassem, Armstrong descobriu que a superfície não era plana e lisa. Em vez disso, o computador havia guiado a Eagle em direção a uma grande cratera rochosa cercada por pedregulhos de 2 a 3 metros de diâmetro.
Avaliando a situação, quando estavam a apenas 200 metros de tocar a superfície o experiente piloto tomou - parcialmente - o controle do módulo de aterrissagem do computador e começou a ajustar manualmente o rumo e a taxa de descida da Eagle. Ele tinha voado aviões danificados através de uma zona de guerra na Coreia, levado jatos para o limite entre atmosfera e espaço na Califórnia e endireitado uma espaçonave Gemini que girava descontroladamente em órbita. Ele tinha aquilo.
Armstrong diminuiu a inclinação do veículo de 18 para 5 graus, diminuindo a velocidade de descida e voando quase horizontalmente, como um helicóptero. Nem ele nem Aldrin sabiam o que havia depois da cratera, mas acharam que a melhor opção era atravessá-la na esperança de encontrar um terreno mais plano.
Apenas cerca de 10 segundos se passaram até que a sonda voasse pela cratera de 165 metros, onde Armstrong encontrou um lugar aceitável para pousar. Mas, ao fazê-lo, o comandante havia queimado uma grande parte do combustível restante da Eagle em segundos. Quanto? Há certa confusão sobre a quantidade de propelente que a sonda possuía neste ponto, mas uma análise subsequente feita pelo historiador da Apollo e especialista em sistemas embarcados em módulos lunares, Paul Fjeld e outros, descobriu que na verdade havia mais propelente nos tanques do que se acreditava, devido a um transbordamento. Quando eles saíram da cratera Armstrong ainda tinha mais de um minuto de combustível antes de ter que abortar.
Enquanto a nave espacial descia as últimas dezenas de metros até a superfície, Aldrin e Armstrong observaram algo estranho - a poeira da superfície sendo lançada pelos escapamentos do motor de descida dos módulos lunares não e se moviam como poeira se move na Terra quando é agitada. Em vez disso, todas as partículas voavam em linhas retas de aparência não natural devido à menor gravidade lunar e à total falta de resistência do ar. Era uma visão distintamente não terrestre.
Era, verdadeiramente, outro mundo. Às 20:17:40, no horário de Greenwich (17:14:40 no horário de Brasília), Aldrin chamou "Luz de contato" indicando que as sondas de dois metros de comprimento presas às pás do veículo haviam tocado a superfície lunar, e os próprios "pés da nave" estavam prestes a fazer o mesmo. Vinte segundos depois, Armstrong fez sua lendária chamada de volta ao planeta Terra. "Houston, Tranquility Base here. The Eagle has landed."
Aqueles últimos 10km levaram apenas sete minutos. Em Houston, estes sete minutos foram sentidos como uma vida, e aqueles caras que ficaram azuis na sala do Controle da Missão puderam, finalmente, respirar.
Para Kraft, sentado na quarta fileira do Controle da Missão, logo atrás de seu protegido Kranz, o momento marcou o ponto alto de sua vida. Ele estava na faculdade durante a Segunda Guerra Mundial e passou toda a sua vida adulta com seu país preso na Guerra Fria com a União Soviética. Como patriota, ele assumiu a Corrida Espacial com entusiasmo, ansioso para fazer sua parte pela nação.
Eles tinham conseguido. O que Charlie Duke havia dito à tripulação, lembrou Kraft, era o que todos pensavam. O pouso tinha passado de uma simples felicidade para aqueles que acompanhavam a missão tão de perto.
"Emocionante?" Ele respondeu a uma pergunta sobre suas emoções. "Eu não sei como você poderia fazer algo que seria mais emocionante do que isso em sua vida. Qualquer engenheiro ou qualquer patriota. Eu estava orgulhoso de ser um americano, que foi o que nos levou ao primeiro lugar. Eu acho que as pessoas do programa espacial eram, com certeza, os maiores patriotas do país".
"Eu acho que chorei"
Não havia apenas homens ficando azuis. A partir da década de 1960, as mulheres começaram a aderir em peso ao programa espacial. Por conta de machismo descarado elas não conseguiram os cargos mais altos, como astronautas ou diretores de voo (como pode ser visto nesse documentário original Netflix). Mas em áreas como a programação de computadores, na qual Margaret Hamilton ficou famosa por escrever grandes porções do código que impulsionava o os computadores dos módulos da Apollo, as mulheres estavam deixando sua marca.
Margaret Hamilton com a pilha de código que escreveu para a missão ApolloIvy Hooks amava a matemática quando entrou na Universidade de Houston. Felizmente, na mesma época de sua formatura do ensino médio, em 1963, o núcleo do programa de voos espaciais estava se mudando do estado da Virgínia para Houston, no Texas, para formar o Centro de Naves Espaciais tripuladas. Eles precisavam de engenheiros e matemáticos, e assim Hooks foi aceita quase que imediatamente quando se candidatou à NASA no final do programa Mercury.
No departamento de engenharia, ela estudou diferentes problemas para a NASA, como os padrões de exaustão feitos pelos pequenos impulsores de controle de reação no estágio superior do módulo lunar. Quando esses pequenos motores disparavam eles criavam nuvens de calor e pressão que precisavam ser desviadas para longe da delicada espaçonave. Hooks que ficou conhecida como "a Dama das Plumas", também trabalhou na questão de quanto pó o motor principal da Eagle iria movimentar enquanto se aproximava da superfície lunar e se haveria uma quantidade tão grande que pudesse obscurecer completamente a visão de Armstrong. "Se isso acontecesse, ele teria que apertar o botão de voltar", lembrou Hooks.
Então, na tarde de 20 de julho, de volta à Terra, Hooks sentou-se paralisada diante de sua televisão como grande parte do restante do mundo. Durante a descida, ela podia ouvir as comunicações entre Charlie Duke, no Controle da Missão, e Armstrong e Aldrin a bordo da Eagle. Mas ela não conseguia ver o que a equipe viu. Ela se preocupou com a poeira. Ela se preocupou com a tripulação pousando na beira de uma cratera e tombando. Ela temia que dois homens pudessem morrer tentando abrir a próxima fronteira.
"Foi assustador", disse Hooks. "Havia um milhão de coisas que poderiam dar errado." Mas nenhuma delas deu e, para o mundo inteiro ver, o pouso se desdobrou sem que nada explodisse, quebrasse ou caísse. "Eu acho que chorei quando eles pousaram, quando eu sabia que eles estavam no chão, e em segurança, e se preparando para ir para fora da nave", disse ela. "Eu provavelmente estava rezando muito também".
Sentimentos confusos
Eles tinham feito aquilo. Os astronautas, os gerentes como Kraft, os controladores de voo, os engenheiros, os matemáticos, os técnicos e todos os envolvidos no programa espacial haviam criado uma organização que começara como um grupo de tarefas com algumas dezenas de engenheiros no final de os anos 50 e aterrissaram dois homens na Lua em 1969. A NASA havia batido a meta do presidente Kennedy.
Essas conquistas parecem ainda mais notáveis em comparação com a indústria aeroespacial atual, já que quase nenhum grande projeto na NASA ou de companhias privadas de voos espaciais cumpre prazos. Invariavelmente, as programações se estendem e o orçamento incha. Simplesmente não há o ímpeto para realmente alcançar algo como um pouso humano em outro mundo. Custa muito. Isso exige muito comprometimento. A NASA não é mais necessária para vencer a Guerra Fria.
A urgência fez toda a diferença no início da era espacial. No período de uma única década a NASA desenvolveu quatro espaçonaves diferentes, as cápsulas Mercury, Gemini e Apollo e o módulo lunar. Passou de saltos suborbitais curtos para estadias de vários dias na Lua. A trajetória do desenvolvimento de novas naves espaciais desde então tem sido deprimentemente lenta.
Demorou uma década, a totalidade da década de 1970, para desenvolver o Ônibus Espacial. Isso é um pouco compreensível, já que ele era uma máquina voadora verdadeiramente inovadora e versátil, introduzindo a reutilização em voos espaciais e possuía tantas habilidades quanto um canivete suíço além de levar até sete astronautas ao espaço ao mesmo tempo em que carregava grandes cargas ao espaço.
A NASA não começou a desenvolver outro veículo espacial até 2005, quando começaram os trabalhos com a espaçonave Orion. No entanto, devido à falta de urgência e mudança de prioridades, o trabalho na nave espacial progrediu a um ritmo dilatório. Um protótipo não faria um voo inaugural e sem tripulação até 2014. Já a primeira missão completa - com a Orion transportando astronautas - parece improvável antes de 2023. Nesse ponto, a NASA terá passado duas décadas construindo um veículo capaz de replicar a missão Apollo 8, que voou em 1968.
Os veteranos da Apollo, que desfrutaram de amplo financiamento e de uma missão nacional clara, lutaram para observar a agência espacial chegar a esse ponto. No passado, eles tinham certeza de que estaríamos em Marte agora. Só muito depois alguns perceberam que, indo tão longe, tão rápido, eles deixariam a NASA sem um objetivo significativo e sustentável.
"É da natureza humana se concentrar em suas realizações e meio que ignorar quando se olha para trás e vê que algo que estava fazendo era tipo burrice", disse Bob Thompson, que se juntou à NASA como membro original do Space Task Group (Grupo de Tarefas Espaciais) em 1958 e foi designado como responsável em buscar os astronautas após seus retornos em alto mar.
Thompson ocupou uma vaga na primeira fila após a Apollo nos anos 1970, liderando o desenvolvimento do ônibus espacial em meio a orçamentos decrescentes e ambições reduzidas. Hoje, depois de assistir à NASA tentar encontrar um caminho acessível de volta ao espaço profundo por mais de quatro décadas, Thompson não vê a agência retornando à Lua, ou indo a Marte, em breve. Meias medidas encobertas por grandes conversas não deixarão.
"Apollo cumpriu tudo o que prometeu, mas agora temos o trauma da euforia causada pela própria Apollo. E esse é um trauma poderoso. Cacete, se nós fomos à Lua, nós vamos para Marte", diz Thompson com uma risada triste. "Bem, de onde vem o dinheiro? Ninguém tem sistemas realmente projetados ou estabeleceu qualquer tipo de programa para ir a Marte. Nenhum gráfico de custo. Nenhum veiculo. É tudo da boca para fora."
O fim do jogo para a Apollo
Depois do esmagador triunfo da Apollo 11, uma nação celebrou. Os astronautas eram festejados e exibidos para o mundo - assim como a pequena carga de pedras lunares que eles trouxeram consigo. Para a NASA, o próximo passo foi óbvio: continuar o programa. Pete Conrad e sua tripulação haviam quase completado seu treinamento para o pouso da Apollo 12 no Ocean of Storms (Oceano das Tempestades - o maior vale da Lua) e aguardavam ansiosamente sua vez de voar. Atrás deles seguiam as tripulações das Apollos 13 a 20.
Exceto que não haveria uma Apollo 20 - ou uma Apollo 18 ou 19, também. Mesmo com o avanço da NASA para evitar a perda do momentum lunar, o presidente Nixon e o Congresso viram o programa cada vez mais como uma drenagem financeira massiva de recursos que poderiam ser melhores gastos em problemas terrestres mais imediatos. Até mesmo alguns líderes da própria administração da NASA questionaram a sensatez de mandar alguém para a Lua novamente - afinal de contas, nós já havíamos feito isso uma vez e voltado. Outras missões apenas aumentavam o risco de alguém morrer no processo, e desta vez não havia uma aposta presidencial para estimulá-las.
Com a produção da nave espacial Apollo e os foguetes Saturn V chegando ao momento em que seriam desligadas, começou a ficar claro para todos os envolvidos que a Apollo na sua forma atual seria, pelo menos por enquanto, a única viagem à Lua que o governo dos EUA estava disposto a financiar. Com planos de exploração futuros incertos, coube à NASA tornar o resto dessas missões o mais significativo possível.
O texto acima pode ser acompanhado em um vídeo produzido também pelo site Ars Technica onde podem ser vistas entrevistas dos astronautas e de quem mais participou deste momento histórico (em inglês).