Você se lembra de Harrison Jack Schmitt ou ao menos já ouviu falar dele? O astronauta foi um dos integrantes da missão Apollo 17, que pousou na lua em 1972. Último sobrevivente a caminhar na lua, Schmitt contou recentemente sua experiência no satélite, relatando nada mais, nada menos do que uma alergia ao pó lunar.
Isso mesmo. Schmitt relatou que sua função na lua era de coletar amostras do solo - o que fez por horas. Assim que o astronauta retirou seu traje espacial, ele teve contato com partículas do solo, o que desencadeou em uma crise alérgica.
O relato foi feito durante uma entrevista ao STARMUS Space Festival, em Zurique. O astronauta contou que sentiu seu nariz entupido e garganta irritada - modificando até sua voz. Ao longo do tempo esses sintomas passaram e entrar em contato com o pó não surtia mais efeito (isso depois da quarta vez, segundo ele), mas Schmitt percebeu não ser o único a ser alérgico ao pó lunar.
O astronauta contou que um funcionário da NASA que estava tirando os trajes espaciais do módulo de comando do Apollo 17 também entrou em contato direto com o pó. Ele teve uma crise alérgica tão intensa que precisou ser afastado do trabalho.
O diretor do Planetary Geosciences Institute, Larry Taylor, contou que essa não é uma reclamação única. Diversos astronautas das missões Apollo relataram o mesmo problema de crises alérgicas ao entrarem em contato com o pó lunar. Alguns chegaram a contar, inclusive, que mesmo escovando seus trajes para tirar o pó, este se manteve nas roupas.
Pode parecer cômico, mas Schmitt contou essas histórias como forma de fazer um pedido a NASA, uma vez que ficou sabendo que a agência espacial enviará mais pessoas para a lua em alguns anos: o astronauta sugeriu que pessoas enviadas à lua façam um teste de alergia antes da missão e que evitem entrar em contato com o pó lunar a todo custo.
Especialistas contam que apesar de ter aparência e textura macia, o pó lunar tem estrutura com pontas afiadas. Isso porque como não há vento nem água na lua, as extremidades das partículas não sofrem desgaste.
Resumindo, essas minúsculas partículas podem chegar até o pulmão dos astronautas e causar inflamações graves - o que claramente deve ser uma preocupação da NASA para as missões na lua e em Marte também.
Fonte: sciencetimes