Há cerca de 900 milhões de anos atrás, um buraco negro provavelmente engoliu uma estrela de nêutrons. Na semana passada, as ondulações no espaço-tempo resultantes do ocorrido, foram finalmente detectadas na Terra.
Se essas observações científicas forem confirmadas, a colisão cósmica seria o primeiro exemplo de um buraco negro colidindo com uma estrela de nêutrons, possivelmente oferecendo novas informações sobre a expansão do universo.
Em abril, os observatórios de ondas gravitacionais nos EUA e na Europa reacenderam a busca de eventos cósmicos extremos. Desde então, os astrônomos detectaram 23 eventos potenciais.
O evento, conhecido como S190814bv, foi detectado na quarta-feira por dois aparelhos da LIGO nos EUA (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) e o detector do Virgo, na Itália. Cientistas observaram ondulações no espaço-tempo que aparentam ser de um buraco negro engolindo uma estrela de nêutrons.
Os astrônomos estão trabalhando para confirmar o tamanho dos dois objetos que se fundiram para formar as ondas cósmicas. Eles também estão examinando a área com telescópios onde acreditam que o evento ocorreu, em busca de luz que possa ter sido irradiada pela fusão.
A LIGO detectou pela primeira vez ondas gravitacionais em 2015, um século depois que Albert Einstein previu sua existência com a teoria geral da relatividade. Desde então, LIGO e Virgo detectaram buracos negros fundindo-se e estrelas de nêutrons se fundindo, mas nunca uma interação entre os dois.
A confirmação da colisão completaria uma trifecta de detecções cósmicas. "Nós veremos uma estrela de nêutrons sendo rasgada por um buraco negro, ou sendo engolida como o Pac-Man engolindo um fantasma", disse Simon Stevenson, um astrônomo da Swinburne University of Technology, na Austrália.