Uma empresa de biotecnologia farmacêutica de Cambrigde chamada Moderna anunciou hoje uma candidata à vacina contra o coronavírus. Se trata do resultado da primeira fase do estudo liderado pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID). Se os próximos testes foram bem sucedidos, a vacina contra o COVID-19 poderia chegar efetivamente no início de 2021.
Os resultados da primeira fase experimental foram a produção de anticorpos semelhantes aos que pacientes recuperados do coronavírus que se voluntariaram para o teste produziram. Assim, preliminarmente existe uma vacina para o COVID-19, mesmo que ainda em fases de testes.
Essas informações foram divulgadas em relatório da Moderna nessa segunda-feira e as ações da empresa acabaram por disparar em 25% após o anúncio. Esses primeiros testes analisaram os efeitos em um número pequeno de voluntários e os resultados foram positivos, ou seja, houve resposta imunológica e não houveram efeitos negativos consideráveis.
Contudo, ainda é necessária a validação médica dos resultados anunciados. Estudos assim geralmente passam por uma série de etapas adicionais de acompanhamentos e validação por instituições e veículos especializados. Porém, em caráter de exceção frente ao coronavírus esse estudo pulou algumas etapas e por isso já foi anunciado, mesmo sem as validações convencionais.
A Moderna é uma das seis desenvolvedoras mundiais com testes em humanos validados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que buscam uma vacina para o COVID-19. Se trata de uma empresa estadunidense sediada em Cambridge, Massachusetts.
No estudo da empresa, dezenas de participantes foram vacinados e oitos deles tiveram seus anticorpos medidos. Esses anticorpos se mostraram mais neutralizantes para o COVID-19 do que aqueles desenvolvidos por pessoas que efetivamente se curaram do vírus. O vírus é neutralizado, com os anticorpos impedindo que ele ataque células humanas.
A próxima fase de teste já foi autorizada pelo órgão regulamentador americano responsável, a FDA (Food and Drug Administration), o que significa que mais pessoas serão testadas com a nova vacina para garantir a sua eficácia.
Caso essa segunda fase também apresente resultados positivos, testes em larga escala seriam a fase seguinte, que poderiam ocorrer em julho se tudo acontecer como o esperado.
Essas etapas são aceleradas e geralmente uma vacina não anda tão depressa. Acontece que a operação dessas regulamentações acontecem de maneira emergencial frente à pandemia e geralmente para se chegar à terceira fase seriam necessárias milhares de pessoas testadas com resultados positivos, algo que até julho seria muito difícil para a Moderna.
Três participantes que receberam a vacina na fase 1 apresentaram sintomas de gripe, como febre e sintomas mais comuns, ao receber uma dosagem de 250 miligramas. Para a próxima etapa, doses de 25 à 100 miligramas devem ser aplicadas para reduzir a possibilidade de sintomas negativos e até mesmo aumentar a eficácia de produção de anticorpos, como foi constatado em outros voluntários que já receberam doses menores. Segundo o médico chefe da equipe da Moderna, Talo Zaks, a estimativa dessa vacina chegar efetivamente à população é para janeiro de 2021, se tudo correr como o esperado.
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