A empresa AST & Science está planejando a construção de uma megaconstelação de satélites e que ficará na órbita da Terra a uma altitude de 720 km acima da superfície terrestre. Porém, a Agência Espacial Americana (NASA) demonstrou muita preocupação com os planos desta empresa, citando a possibilidade de colisões com outros objetos que também estão na órbita do planeta, e pede para que a empresa reconsidere suas intenções.
O plano da AST é criar uma constelação que se chamará SpaceMobile, e que contará com 243 satélites de serviço de banda larga a celulares 4G e 5G, e antenas que serão posicionadas e cobrirão uma área de aproximadamente 900 m². Para colocar o plano em prática, a empresa já conseguiu investimentos de US$ 120 milhões.
O que a NASA diz?
Os objetos ao qual a agência se refere, são equipamentos que formam a A-Train, uma constelação de cinco satélites formados num consórcio entre Japão, França e Estados Unidos que serve para missões de observação da Terra.
Esses equipamentos são operados em uma parceria da NASA com a US Geological Survey, e estão orbitando a uma altitude média de 705 km da Terra, com algumas variações. Segundo a agência, alguns desses equipamentos estão mais perto da Terra, numa altitude de 690 km. Outros chegam a estar mais longe, a 740 km.
Os satélites que a empresa utiliza geralmente são muito maiores em comparação com os de outras companhias, e isso também é uma preocupação. Manobrar um equipamento com 30 metros de comprimento pelo espaço, segundo a NASA seria extremamente desgastante e falhas poderiam ser apresentadas. A agência espacial, pioneira na utilização de satélites, diz que dessa forma um acidente catastrófico será inevitável.
O que a AST & Science diz?
A equipe do site ArsTechnica consultou a AST, e eles disseram que vão trabalhar com a NASA para amenizar suas preocupações e evitar qualquer problema futuro.
"Revisamos a carta da NASA e estamos confiantes de que podemos trabalhar com eles para resolver suas preocupações, incluindo o esclarecimento do projeto da constelação que gerencia de forma robusta os detritos, mantendo outros ativos orbitais seguros", afirmou Raymond Sedwick, cientista-chefe de sistemas na AST & Science .
A empresa ainda realizou alguns cálculos, e afirmou que cada um dos 243 satélites da rede tem uma chance em cinco mil de colidir com algum objeto aleatório que esteja em órbita.
A NASA, porém, não concorda e afirma que essa probabilidade apresentada pela empresa vale para apenas um satélite. Segundo a agência especial, se todos os 243 equipamentos forem colocados em órbita, as chances de uma colisão aleatória ficam na média de uma em 20.
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