Muita coisa em 2020 não saiu como o planejado, e nem o espaço escapou dessa. Devido a pandemia que assola a humanidade há quase um ano, muitas missões e conquistas espaciais tiveram que ser adiadas ou até mesmo canceladas. É claro que não podemos esquecer de fatos que foram um sucesso e tornaram-se parte da história, como a SpaceX que se tornou a primeira empresa privada a enviar astronautas ao espaço. Também tivemos as sondas da China e Japão que trouxeram para a Terra as amostras do solo da Lua e de um asteroide pré-histórico.
Mas infelizmente, outras missões não foram realizadas, como o rover europeu Rosalind Franklin que teve que ser adiado para 2022, além da nave espacial da SpaceX que não foi lançada, o ínicio das missões do programa Artemis que tem o objetivo de enviar o homem de volta à Lua para uma nova exploração, mas que teve que ser adiada já que a pandemia obrigou a NASA a fechar grande parte de suas instalações.
Com a expectativa reservada então para 2021, temos uma lista de missões espaciais que deverão acontecer neste ano, e sem dúvida alguma, serão contempladas por toda a humanidade. É claro que todos nós estamos sujeitos a imprevistos, e o espaço é mais imprevisível do que se imagina, mas mesmo assim, temos certeza que surpresas históricas nos aguardam.
Marte nos aguarda
A partir do mês que vem, Marte receberá não uma, mas três missões de países diferentes. As missões para o planeta vermelho serão realizadas pelo orbitador Hope dos Emirados Árabes Unidos, o rover Perseverance lançado pela NASA e a missão Tianwen-1 (com orbitador, módulo de pouso e rover) lançada pela China.No caso do Hope, ele será enviado para ajudar os cientistas a responder algumas perguntas sobre a atmosfera, como, por exemplo, encontrando o motivo do planeta sofrer hemorragias de hidrogênio e oxigênio. Já os módulos Tianwen-1 e Perseverance vão averiguar a situação de Marte para identificar sinais de vida passada ou presente no planeta. Esta, então, será a primeira vez que a China e os Emirados Árabes Unidos participarão de missões em Marte.
As missões no planeta vermelho já devem começar a ser executadas em fevereiro, com o módulo da NASA chegando à superfície no final do mês, e depois o Tianwen-1 da China, em abril.
Cápsula Boeing será testada novamente
Assim como a SpaceX, empresa de Elon Musk que se tornou a primeira companhia privada da história a enviar um foguete tripulado ao espaço, temos a Boeing que possui um veículo espacial chamado Starliner e que deve ser relançado neste ano rumo à Estação Espacial Internacional. Em dezembro de 2019, a companhia realizou o envio de sua cápsula em um teste e o resultado foi bem desastroso. Pelo que foi identificado, o software da espaçonave estava cheio de erros, o que provavelmente poderia ter levado a destruição total da espaçonave. Porém, a empresa verificou o motivo dos problemas apresentados naquela ocasião, e realizou novos testes rigorosos que comprovaram sua eficácia de uma vez por todas. Em março deste ano, espera-se que a empresa retoma as atividades com suas missão, e se tudo correr como o planejado, até o final deste ano, poderemos ver a Starliner levando humanos até a Estação Espacial Internacional. Como bem sabemos, o programa Apollo foi capaz de levar o homem à Lua quando Neil Armstrong e Buzz Aldrin chegaram ao satélite lunar no ano de 1969. Com esse projeto ainda em pauta, a NASA criou o programa Artemis, que pretende dessa vez levar o homem à Lua não para visitar, mas quem sabe ficar por lá de forma permanente. Um programa foi criado com o apoio da agência espacial americana, onde empresas interessadas nesse ramo podem se oferecer para fazer negócios, seja para inserir pequenas cargas nas novas espaçonaves rumo à Lua, além de testar novas tecnologias de voos e pouso. A partir de junho, a primeira sonda a ser lançada por esse programa é a Peregrine da empresa Astrobotic Technology, que está programada para ser enviada junto ao novo foguete Vulcan Centaur da United Launch Alliance, com pelo menos 28 cargas rumo ao satélite lunar. Se a missão for bem sucedida, essa será a primeira espaçonave privada a chegar ao solo lunar. Em julho de 2016, a NASA enviou a nave Juno que até está orbitando na atmosfera de Júpiter, com o objetivo de fornecer os dados sobre o campo gravitacional do planeta, além de informações sobre o campo magnético e geologia. A espaçonave Juno tem se mostrado muito eficaz, e graças a ela os humanos têm acesso a informações surpreendentes. Entretanto, no dia 30 de julho deste ano, a missão será concluída, quando a nave mergulhará de vez na atmosfera do maior planeta do Sistema Solar, o que lhe fará coletar os últimos dados sobre o Júpiter, até que por fim seja destruída com a pressão violenta que o planeta possui. Existem fontes, inclusive de dentro da NASA que estão buscando uma autorização para estender a missão até setembro de 2025, com o objetivo de aproveitar mais de Juno ao tentar explorar também as luas que estão ao redor de Júpiter, todavia, nada foi confirmado pela agência do Estados Unidos. Antigamente, a rivalidade entre Estados Unidos e Rússia era destacada principalmente nas missões espaciais, mas devido a uma série de fatores, a agência norte-americana tem se mostrado mais evidente durante as últimas décadas. Contudo, com o iminente início das missões do programa Artemis que tem o objetivo de lançar o homem de volta à Lua, os russos também estão criando um novo programa com o mesmo objetivo. A última vez que a Rússia enviou uma nave à Lua foi em 1976 com o Luna 24. Agora, com lançamento previsto para Outubro, a missão Luna 25 será uma sonda que se dirige ao polo sul do satélite lunar com o intuito de testar um novo tipo de tecnologia de pouso, o que seria utilizado em futuras missões caso o resultado seja positivo. O desenvolvimento que projeta o telescópio JWST é um desejo antigo da NASA, e que sofreu um atraso devido a uma série de fatores. De forma ambiciosa, esse será o equipamento que substituirá o conhecido telescópio Espacial Hubble que deve se aposentar em breve. Esse novo telescópio será capaz de fazer observações infravermelhas de última geração da órbita da Terra, com um potencial extraordinário que pode ser utilizado para estudar as atmosferas de exoplanetas e feromonas distantes, principalmente por tentar buscar rastros da possível vida alienígena. Como já dito, a NASA tem intenções de fazer o homem voltar à Lua, e para que isso se realize, uma cápsula vem sendo desenvolvida desde 2014. O nome dela é Orion e em algum momento de novembro deste ano ao que se espera, ela será lançada ao espaço pela primeira vez em sua história. Inicialmente, a cápsula Orion será utilizada em teste da missão Artemis 1, onde ela fará uma viagem de aproximadamente 26 dias até por fim chegar ao satélite natural da Terra. Nessa ocasião, a intenção da NASA é testar o software e hardware da nave, além de colocar à prova os sistemas de suporte à vida. Para o êxito do teste, dois manequins estarão amarrados nos assentos da nave, simulando humanos, para provar a quantidade de radiação à qual uma tripulação dentro da cabine pode ser exposta durante uma viagem desse porte. A China tem o desejo de lançar ao espaço uma nova estação espacial, de acordo com o programa chinês Tiangong da China. Essa será uma estação menor que a conhecida ISS (Estação Espacial Internacional) já que o objetivo é torná-la uma sessão espacial orbital modular, o que teria o tamanho de cerca de um quinto do tamanho da estação existente hoje. Os planos da China é realizar ao menos uma das 11 missões espaciais programadas para se iniciar neste ano. É claro que não podemos afirmar que isso de fato vá acontecer, até porque os chineses não são muito bons em cumprir prazos, mas a vantagem é que não precisam se preocupar com a incerteza burocrática de programas estadunidenses que precisam ser aprovados pela NASA. Um projeto de aeronave que lança foguetes faz parte do cronograma da Virgin Orbit, empresa conhecida no ramo de satélites desde 2007. O veículo principal da empresa é o LaucherOne, e ele não se saiu muito bem durante um primeiro teste, por conta de um defeito na execução da ação de lançamento. Esse projeto já deveria ter sido realizado com lançamento em dezembro de 2020, mas o cronograma da companhia sofreu atrasos, principalmente por conta da pandemia do novo coronavírus. A Blue Origin está desenvolvendo duas grandes missões para o ano de 2021. A primeira é enviar pessoas ao espaço com uma viagem realizada em poucos minutos utilizando a cápsula New Shepard que está sendo desenvolvida pela companhia, e basicamente utiliza a tecnologia de voo suborbital reutilizável. Essa nave já foi lançada 13 vezes e o seu poder de fogo foi testado e provado que é possível ser reutilizado graças ao sistema de pouso vertical, recurso utilizado no foguete Falcon 9 da SpaceX. O segundo projeto da empresa é ainda maior. Trata-se de um foguete pesado chamado New Glenn, que supostamente é capaz de superar o Falcon Heavy da SpaceX, conhecido como o foguete mais poderoso do mundo. Nada sobre o New Glenn foi divulgado pela empresa, mas segundo ela, o protótipo ambicioso desse projeto deve estar finalizado antes do próximo ano novo.O retorno do homem a Lua
Missão de Juno está acabando
Rússia de volta à Lua
Projeto do telescópio espacial James Webb
Cápsula Orion será usada no programa Artemis
Uma nova estação espacial
Avião lança foguetes
Passeio no espaço?
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