O telescópio Hubble, que ficou cerca de um mês desativado por conta de uma falha em seu computador, voltou a funcionar depois que a equipe de engenheiros e astrônomos da NASA realizou uma manobra no seus sistemas operacionais. Depois de assustar os cientistas e toda a humanidade, o histórico telescópio espacial já está de volta ao batente e fotografando o universo com lindas e raras imagens.
Hubble volta à ativa e fotografa galáxias em colisão
A agência espacial norte-americana está em festa, e divulgou nesta segunda-feira (19), as primeiras imagens registradas pelo Hubble após voltar a operar. As fotografias mostram o raro momento em que duas galáxias "se tocam", além de uma outra com um formato bem "incomum", exibindo seus longos braços.
Bill Nelson, o chefão da Nasa, disse em comunicado:
"Estou emocionado em ver que o Hubble está de olho no universo, mais uma vez capturando o tipo de imagens que nos intrigam e nos inspiram há décadas."
Registradas no último sábado (17), as fotos fazem parte de um estudo liderado por Julianne Dalcanton na Universidade de Washington em Seattle, nos EUA. Embora as imagens sejam raras, o motivo de alegria aqui é a confirmação de que as lentes do telescópio voltaram a funcionar.
Confira as imagens capturadas pelo telescópio Hubble:
A primeira foto mostra o par de galáxias siamesas conhecido como ARP-MADORE2115-273, localizado a 297 milhões de anos-luz da Terra. Na segunda imagem temos uma galáxia espiral conhecida como ARP-MADORE0002-503, que possui praticamente o mesmo formato da nossa Via Láctea, exceto pelos seus três braços que são quase três vezes maiores que a nossa galáxia.
O que aconteceu com o telescópio Hubble?
Lançado pela NASA em abril de 1990, o telescópio Hubble foi o responsável pela descoberta de grandes fenômenos do espaço sideral. Mas no dia 13 de junho deste ano, um problema foi detectado na Unidade de Controle de Energia (PCU) do telescópio. Essa peça possui um regulador de energia de fornecer 5 volts e fica localizada no computador de carga útil do satélite que garante que cada pedaço do hardware receba suprimento constante de energia.
De acordo com a NASA, a falha consistiu no baixo nível de tensão deste regulador, possivelmente por conta do tempo que degradou o mecanismo. Sem energia suficiente para operar, o computador recebeu instruções para interromper suas atividades.
Em sua página oficial, a NASA emitiu o seguinte comunicado no dia 15 de julho:
"Uma série de testes, que incluíram a tentativa de reiniciar e reconfigurar o computador e o computador de backup, não tiveram sucesso, mas as informações obtidas por meio dessas atividades permitiu à equipe do Hubble determinar que a possível causa do problema foi a PCU."
Um problema parecido já havia aparecido em meados de 2008, quando a NASA precisou realizar uma mudança nos equipamentos do Hubble, devido a um componente de carga que deixou de operar normalmente. Para corrigir o problema, em 2009, foram enviados cinco astronautas que viajaram cerca de 570 km de altitude para instalar o "novo" computador, baterias e instrumentos científicos, substituindo toda a unidade do computador que, até então, tinha peças dos anos 1980.
"Velhinho" superando expectativas
O telescópio Hubble é reconhecido pelos astrônomos e pelo restante da humanidade que aprecia esse tipo de tecnologia, como um equipamento que revolucionou a forma dos humanos enxergarem o espaço e nos ajudando a observar alguns dos mistérios do universo, como buracos negros, o Sistema Solar, a Via Láctea e outras galáxias distantes.
Ele já realizou mais de 600 mil observações do universo, contribuindo com dados para o desenvolvimento de 18 mil artigos científicos pelo mundo. Originalmente, o telescópio Hubble foi criado para operar por 15 anos, mas seu tempo de vida em órbita já ultrapassou muito as expectativas dos cientistas.
Superando uma série de falhas técnicas, ele já opera por 31 anos e ainda contribui para a ciência hoje em dia. Não sabemos por quanto tempo ele continuará ativo, mas em outubro deste ano, a NASA pretende lançar o Telescópio Espacial James Webb, que continuará expandindo o legado do Hubble.