O telescópio espacial James Webb, em sua mais recente descoberta, detectou a presença de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPAs) em uma galáxia localizada a 12 bilhões de anos-luz da Terra. A descoberta, publicada na revista científica Nature, revela informações intrigantes sobre a galáxia SPT0418-47 e aponta para a existência de processos químicos fundamentais para a vida em um ambiente tão distante.
James Webb encontra "composto HPA" em galáxia SPT0418-47
Os HPAs são compostos normalmente associados a eventos terrestres, como incêndios florestais, emissões de escapamento de motores e a presença de inseticidas. Portanto, encontrar esses compostos em uma galáxia tão remota é verdadeiramente surpreendente e pode ajudar a ciência entender mais sobre a composição química e a evolução das galáxias.
O professor Joaquin Vieira, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, expressou sua surpresa diante da descoberta, afirmando que "não esperávamos isso". Segundo ele, essa descoberta de moléculas orgânicas complexas a uma distância tão grande representa uma mudança significativa para observações futuras.
A equipe de pesquisa, incluindo Kedar Phadke, enfatizou a importância dos novos dados espectroscópicos obtidos com o James Webb. Esses dados permitem a análise da composição atômica e molecular da galáxia, fornecendo informações cruciais sobre a formação, o ciclo de vida e a evolução das galáxias.
Como foi a descoberta?
O estudo teve início quando o professor Vieira se dedicava ao estudo de galáxias distantes e de difícil detecção devido à presença de poeira. A poeira interestelar absorve e reemite grande parte da radiação estelar, tornando a luz infravermelha emitida por objetos distantes muito fraca ou indetectável pelos telescópios terrestres.
Para superar esse desafio, a equipe concentrou o James Webb na galáxia SPT0418-47, que já havia sido identificada como uma galáxia obscurecida pela poeira, ampliada devido a lentes gravitacionais. Anteriormente, era impossível obter uma visão clara da verdadeira galáxia de fundo devido à presença dessas lentes gravitacionais e da poeira.
Essa descoberta também reforça a importância do telescópio espacial James Webb como uma ferramenta poderosa para a exploração do universo. Sucessor do telescópio espacial Hubble, ele possui uma série de aprimoramentos tecnológicos que o tornam capaz de realizar observações mais precisas e detalhadas. Sua capacidade de analisar a composição química de galáxias distantes e investigar os processos de formação e evolução das galáxias proporciona uma nova janela para compreender a complexidade do universo.
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