Os cientistas estão cada vez mais perto de entender onde os primeiros dinossauros surgiram, e o mistério começa a ganhar forma. Segundo estudos da University College London e do Museu de História Natural do Reino Unido, essas criaturas podem ter habitado regiões isoladas e de difícil acesso há cerca de 230 milhões de anos. As pistas mais fortes estão em Gondwana, uma área relacionada a Pangeia.

Resumo do que você precisa saber ⏳

  1. Fósseis antigos mostram que os dinossauros surgiram há mais de 230 milhões de anos em Gondwana.
  2. As condições para fossilização nos trópicos dificultam encontrar novos registros.
  3. Pesquisadores sugerem que regiões como o Saara e a Amazônia podem esconder descobertas importantes.

Afinal, de onde vieram os dinossauros?

Os fósseis mais antigos já encontrados mostram que os dinossauros já estavam se expandindo globalmente naquela época. Gondwana, que hoje corresponde às regiões da África, América do Sul, Ásia Meridional, Austrália e Antártida, é o principal foco das pesquisas. Em paralelo, outras massas continentais como Laurásia também mostram traços da presença dos dinossauros, mas com menos evidências diretas.

Ilustração da Pangeia, com os supercontinentes de Laurásia e Gondwana. Ilustração: Lermot / Shutterstock.com
Ilustração da Pangeia, com os supercontinentes de Laurásia e Gondwana. Ilustração: Lermot / Shutterstock.com

A grande questão está na falta de fósseis nas regiões próximas ao equador, como o Saara e a Amazônia. Isso pode ser explicado pelas condições rigorosas necessárias para a fossilização, como um rápido sepultamento em sedimentos. Regiões trópicas são de difícil acesso para expedições paleontológicas, seja por barreiras geográficas, seja por questões como instabilidade política ou falta de financiamento.

O que dizem os estudos evolutivos?

Modelos baseados em registros fósseis e na antiga geografia planetária sugerem que Gondwana foi o ponto de partida dos dinossauros. Fósseis de répteis como os silesaurídeos, considerados possíveis ancestrais dos dinossauros do grupo ornitísquios, reforçam essa ideia. A descoberta desses animais nas áreas que hoje formam o Saara e a Amazônia pode ser a chave para desvendar mais partes dessa história.

Fósseis já encontrados da espécie silesaurídeos. Imagem: Gabriel Mestriner/Reprodução
Fósseis já encontrados da espécie silesaurídeos. Imagem: Gabriel Mestriner/Reprodução

Apesar dos desafios, a possibilidade de futuras descobertas em regiões pouco exploradas é promissora. A ciência segue de olho nesses locais, onde o próximo fóssil pode mudar tudo o que sabemos sobre os primeiros passos dos dinossauros no planeta.