Os Correios entrarão em greve novamente a partir da próxima segunda-feira (12) por tempo indeterminado. Os trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (ETC) declararam greve, pois não concordam com as alterações nos planos de saúde da categoria, como exclusão de pais como dependentes e cobranças de mensalidades.
A causa será julgada na tarde do dia 12 de março pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A greve será iniciada no começo do dia e conforme forem os resultados, os trabalhadores vão decidir se permanecem ou não com a greve.
Altannes Holanda, presidente do sindicato da categoria, afirmou que a greve antecede uma votação no tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre cobranças. "A gente vai entrar em greve na segunda e aguardar se vai acontecer algo de diferente. Já que o TST vai julgar a causa na segunda à tarde. Iniciamos a segunda em greve e aguardaremos o julgamento e se a empresa vai nos chamar para negociar. Porque depois que mudar não há o que fazer, a gente sabe que é muito complicado. A greve é nacional e caso haja a mudança, a gente vai aguardar as orientações, e se isso for aprovado vai ficar muito complicado para o trabalhador que tem um salário médio de R$ 1.700 e a empresa quer mensalidades a R$ 1000,00, como vamos pagar isso?"
O presidente ressalta ainda que com a mudança tanto os trabalhadores como os beneficiários serão prejudicados. Com isso, a reivindicação se faz necessária para evitar transtornos nas condições atuais.
"É a questão do plano de saúde basicamente, a empresa está querendo cobrar o plano de saúde da gente e retirar do plano os pais dos empregados como dependentes. Atualmente a gente só paga o compartilhamento, ou seja, o que a gente usar a gente paga um percentual, sem mensalidade nenhuma. Mas a empresa agora junto com o TST quer implantar mensalidade além de retirar o pai e mãe".
A grave também colocará em pauta a necessidade de realização de Concurso Público para contratação de mais trabalhadores, manutenção das agências e CDDs para atendimentos da população, defesa do cargo de OTT, demissões e terceirização de serviços. Além disso, o sindicalista informa que as condições de trabalhos dos carteiros são alvos de reivindicações, existe um déficit crescente com resultados nada satisfatórios na distribuição de correspondências.
Holanda disse "Outra pauta que a gente vai colocar que é muito necessária é que a gente está com uma falta de efetivo muito grande, inclusive é o que tem gerado muitas reclamações da população, a falta de carteiros. O problema hoje de falta de carteiros beira o caos. A gente está com diversas unidades operando com metade do efetivo. Além dos planos de demissão incentivada, nós temos diversos trabalhadores afastados por conta da sobrecarga, porque é uma bola de neve. Se a gente está com poucas pessoas para fazer o serviço, essas poucas pessoas acabam adoecendo devido ao acúmulo de trabalho. Hoje a gente tem aproximadamente 30% de carteiros afastados ou reabilitados porque não conseguiram mais retornar fora os trabalhadores que saíram no plano de demissão incentivada".
De acordo com o sindicalista, a população deveria receber um serviço com melhor qualidade, mas isso não depende somente dos trabalhadores. "A gente calcula uma média de 100 carteiros, o déficit é este em todo o estado. Temos em torno de 350 carteiros no total, segundo nossos levantamentos, porque a empresa não nos passa números oficiais. Temos em torno de 350, quando o ideal seria 450. A gente fica preocupado com isso porque entendemos que a população tem toda o direito de cobrar um serviço melhor, mas a responsabilidade não é do trabalhador. O trabalhador está se matando em condições insuficientes para dar conta do serviço".
Contudo, mais uma vez a população vai ser afetada com o início da greve dos Correios confirmada para a próxima segunda-feira (12), em que milhões de pessoas em todo o país terão suas entregas de encomendas atrasadas, assim como as empresas que enviam as mercadorias através dos Correios, que com isso, terão que encontrar outras maneiras para entregar o produto ao consumidor final. Agora, nos resta aguardar até que os trabalhadores resolvam cessar ou não a greve, com base nos resultados do TST.
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