Um dos assuntos mais falados nos corredores da internet são as criptomoedas. Relacionados como fonte de altos lucros, as criptomoedas também se enquadram no quadro de renda passiva, e felizmente isso é algo relativamente simples. Na maioria dos casos, isso é possível por meio da interação colaborativa com certo projeto, o que permite o retorno de tokens de forma nativa.

Mas é verdade que a popularidade desse mercado pode gerar dúvidas na cabeça de alguns, especialmente de quem está começando a se enturmar com o assunto. Por isso, é de suma importância estudar cada uma das maneiras disponíveis para se gerar renda passiva para evitar desapontamentos no futuro. De fato, a volatilidade do mercado de criptomoedas pode gerar um retorno positivo, mas o desconhecimento também pode causar prejuízos.

Para evitar essas situações, o Oficina da Net preparou este artigo com o objetivo de compartilhar conhecimento sobre as moedas virtuais e, para isso, vamos tentar usar um "português simples e claro para qualquer pessoa entender". Sem mais delongas, vamos começar respondendo algumas perguntas que ajudarão no entendimento completo da coisa.

O que são as criptomoedas?

Antes de mais nada, é bom entender o que são as criptomoedas. De um modo geral, a criptomoeda é uma moeda — assim como outras moedas que usamos todos os dias — a diferença é que ela é totalmente digital. Além disso, não é emitido por nenhum governo (por exemplo, real ou dólares americanos).

O Bitcoin é a principal criptomoeda do mercado. (Crédito: Michael Wuensh/Pixabay)
O Bitcoin é a principal criptomoeda do mercado. (Crédito: Michael Wuensh/Pixabay)

Mas isso é possível? Para explicar isso, Fernando Ulrich, autor do livro "Bitcoin: Dinheiro na Era Digital", fez uma analogia muito simples: "O que o e-mail faz à informação, o Bitcoin vai usar o dinheiro". Antes do surgimento da internet, as pessoas dependiam dos correios para enviar informações a outras pessoas, isto é, um intermediário capaz de levar e realmente entregar a correspondência. Com a chegada do sistema de e-mails, você pode facilmente enviar qualquer coisa para qualquer parte do mundo.

Seguindo essa linha de raciocínio, coisas semelhantes podem ocorrer com as moedas virtuais. Ulrich ainda explica no seu livro que "com o Bitcoin, você pode transferir fundos de A para B em qualquer lugar do mundo sem depender de terceiros para concluir essa tarefa simples".

Para que servem

Assim como qualquer dinheiro físico, as criptomoedas podem ser usadas para comprar qualquer coisa. É claro que existem algumas variações de tipos de criptomoedas, especialmente quando depende do nicho em que ela está relacionada. Por exemplo, nos tempos mais recentes temos visto a inclusão dos criptoativos no mundo do futebol, chamados Fan Tokens. Embora sejam identificados como criptomoedas, esse tipo não pode ser usado para comprar qualquer coisa, e se limita apenas a benefícios que envolvem torcedor e clube.

Entretanto, de um modo geral, as três principais funções das criptomoedas envolvem servir como meio de troca, facilitando as transações comerciais; bem como reserva de valor, para a preservação do poder de compra no futuro; e ainda como unidade de conta, quando os produtos são precificados e o cálculo econômico é realizado em função dela.

4 maneiras de obter renda passiva com criptomoedas

Partindo da ideia de que renda passiva é o termo utilizado para se referir a qualquer tipo de investimento que gera retorno previsível, isto é, fixo, listamos quatro formas de se fazer isso com criptomoedas.

1. Staking (Aposta)

O processo de "staking" é uma forma de validar a rede ou fazer parte de um projeto de governança. Esse processo de verificação é chamado de "Prova de aposta" ("proof-of-stake" em inglês, sigla PoS) e é usado por redes como a Ethereum (ETH).

Basicamente, pode ser definido como o ato de usar seus tokens como forma de verificar transações de rede, ou confiar esse processo a terceiros. Durante o processo de validação, a criptomoeda fica bloqueada pela rede, e o verificador pode obter seu retorno a partir de algumas taxas empregadas.

Além do processo de validação, esses tokens podem também ser bloqueados em sua rede para tomar decisões de governança. Nesse processo, as recompensas também são obtidas por meio de taxas de manuseio.

Quais os riscos?

O risco no processo de "staking" é denominado "corte" (slashing em inglês). Isso pode acontecer se a rede identificar que algo de errado foi feito pelo validador ou pelo terceiro responsável. Se constatado, a rede pode punir os utilizadores retirando a posse daqueles tokens.

2. Lending (Empréstimos)

Lending é uma maneira de renda passiva atrelada ao mercado de finanças descentralizadas, conhecidas como DeFis. De forma bem simples, ele funciona através do empréstimo de tokens por meio de uma plataforma de criptomoedas centralizada, ou descentralizada (DeX).

O grande destaque desse processo é que é possível arrecadar bem mais do que você empresta, já que existe uma garantia superior ao valor transferido e ainda sofre correções de juros sobre esse valor.

Quais os riscos?

Os dois maiores riscos nesse processo são a perda de custódia e o GAP. O risco de custódia pode ocorrer em plataformas centralizadas que podem se tornar alvos de hackers.

Já o GAP surge quando a garantia obtida para o empréstimo deixa de compensar o valor transferido. Isso pode acontecer por conta das flutuações do mercado que farão com que o preço do ativo seja muito inferior ao seu valor inicial. Em uma rede financeira descentralizada que opera por meio de contratos inteligentes, quando ocorre o GAP, o valor emprestado é liquidado imediatamente ao credor.

3. Liquidity Pools (Piscinas de Liquidez)

Esse processo é realizado pela corretora descentralizada, conhecida como DEX. A pessoa que possui o ativo neste caso, pode bloqueá-lo em uma liquidity pool (LP) ou piscina de liquidez, como é chamado em português.

Nesse processo, o ativo consegue ter maior liquidez nas transações "ponto a ponto", pois não há necessidade de casar a ordem de compra com a ordem de venda no mesmo segundo. Depois de concluir a transação, o token pode ser removido do pool.

Quais os riscos?

Os riscos nesse processo estão relacionados com a volatilidade do mercado de criptomoedas. Já que os preços podem oscilar, a perda ocorre porque ao sacar a criptomoeda, seu valor em dólares será menor do que quando você depositou, o que os adeptos ao assunto chamam de "perdas impermanentes".

Neste caso, o melhor é usar poucos recursos, mesmo que dê pouco retorno, mas evita grandes prejuízos.

4. Mineração

Muitas pessoas tem investido na construção de rigs para minerar criptomoedas em casa. (Crédito: MoneyTime/Reprodução)
Muitas pessoas tem investido na construção de rigs para minerar criptomoedas em casa. (Crédito: MoneyTime/Reprodução)

O processo de mineração é provavelmente o mais conhecido, mas não se qualifica totalmente como renda passiva. De toda forma, ele é um método interessante para quem quer ganhar uma renda extra ou principal. A mineração é o processo de verificação do blockchain e pode variar de acordo com a criptomoeda que você extrai, geralmente com um valor inicial para investimento bem alto.

Não é recomendado minerar Bitcoin (BTC), a criptomoeda mais famosa do mundo, já que para isso é necessário ter um computador poderoso, caro e especializado. Entretanto, existem outros ativos digitais que ainda podem ser explorados.

O processo de mineração envolve resolver problemas matemáticos complexos para verificar o blockchain. Depois de resolver esses problemas, os mineiros ganham as criptomoedas como recompensas, depois de garantir a segurança e verificar a integridade no blockchain. Esse processo de validação é chamado de Proof-of-Work (PoW), e é diferente de redes que utilizam o proof-of-stake (PoS).