Uma equipe do Facebook desativou uma inteligência artificial que deixou de falar em inglês e ainda desenvolveu uma linguagem própria de comunicação.
O esquema de inteligência artificial foi criada pela Fair (Facebook AI Research), uma divisão de pesquisa da rede social, em junho para poder simular situações de negociação. Ela contava com dois agentes, nomeados de Bob e Alice, que tinha a função de conversar como se estivessem negociando uma troca.
O sistema foi programado para que os dois agentes conseguissem chegar a uma solução que melhor atendesse aos dois, sendo que o objetivo era ajudar os pesquisadores a entender como duas pessoas podem negociar de modo mais construtivo. Os agentes recebiam uma pontuação para cada negociação bem-sucedida, caso não conseguissem chegar a um acordo, não ganhariam pontos.
A grande questão é que não havia nenhum incentivo para que os agentes utilizassem apenas uma linguagem durante a negociação. Deste modo, ambos perceberam com o tempo que o melhor modo de negociação envolvia uma linguagem própria, que não fazia sentido para quem visse de fora.
Confira um exemplo do diálogo:
Bob: "Eu posso posso eu eu todo o resto".
Alice responde: "Bolas têm zero para mim para mim para mim para mim para mim para mim para mim para mim para".
A conversa em questão não faz sentido aos humanos, porém, para eles era o melhor modo de entendimento.
"Os agentes desistem de usar linguagem compreensível e inventam palavras-código para si mesmos. Por exemplo, se eu disser 'the' cinco vezes, você interpreta isso como querendo dizer que eu quero cinco unidades desse item", disse Dhruv Batra, um dos pesquisadores envolvidos na criação da rede.
"Isso não é tão diferente da maneira como comunidades de humanos criam gírias e abreviações", disse o pesquisador.
Por fim, o fato de que a inteligência artificial deixou de usar o inglês acabou ficando inútil para a sua finalidade, como descobrir padrões em negociações favoráveis, e por isso, o Facebook preferiu desativá-la.
Robôs em ação
A Fast Co. Design diz que é a inteligência artificial envolvendo robôs é muito útil para os humanos, já que permite que softwares desenvolvam a sua própria linguagem de conversa entre si, sendo muito fácil, rápido e ainda eficiente do que criar padrões e linguagens que todo o programador precisa seguir para que suas criações funcionem de modo adequado.
"É perfeitamente possível que algo muito simples represente um pensamento extremamente complexo. O motivo pelo qual humanos (...) fragmentam ideias em conceitos mais simples é porque nossa cognição é limitada", disse Batra.
Fontes Digital Journal | Independent