No mês passado, o Facebook foi palco de um leilão de uma jovem de 17 anos. O caso aconteceu no Sul do Sudão. De acordo com a Reuters, após virem o post anunciando o casamento, homens começaram a travar uma verdadeira guerra de lances, sendo que no final a jovem foi comprada por um rico empresário para ser a sua esposa.
Como podemos perceber, este é mais um caso que mostra a má utilização da plataforma em alguns locais do mundo. No Mianmar, mais de 700.000 membros da comunidade Rohingya acabaram sendo forçados a fugir do país após violência étnica que a ONU associou a mensagens racistas que foram disseminadas através do Facebook.
O post original de oferta da jovem foi postado em 25 de outubro e foi removido pelo Facebook somente em 9 de novembro, após alguns dias do casamento da garota. Conforme um porta-voz do Plan International, um grupo ativista dos direitos das meninas, o post acabou viralizando no Sul do Sudão. "Então, quem estava no Facebook no sul do Sudão estava bem ciente dessa situação muito antes do resto do mundo", disseram eles.
Ainda não temos informações porque a postagem permaneceu no ar por duas semanas. Um porta-voz do Facebook disse: "Qualquer forma de tráfico humano - seja de posts, páginas, anúncios ou grupos - não é permitida no Facebook. Removemos a postagem e desativamos permanentemente a conta pertencente à pessoa que postou isso no Facebook. "
"Estamos sempre aprimorando os métodos que usamos para identificar o conteúdo que viola nossas políticas, incluindo a duplicação de nossa equipe de segurança e proteção para mais de 30.000 e o investimento em tecnologia", completou.
O casamento infantil é considerado ilegal no Sudão, mesmo assim, a prática continuou mesmo com os esforços do governo. Agora, os defensores temem que o alto valor pago pelo casamento possa atrair novos negócios do tipo.
De acordo com o porta-voz da Plan International, "atraiu mais atenção e deu àqueles que poderiam ter pensado em participar de uma razão maior para fazê-lo por causa dos parabéns".
"Isso é algo ainda mais perigoso e algo que não queremos ver acontecendo de novo ou se tornar um movimento popular", disse o porta-voz da Plan International.
Fonte: The Verge