De acordo com documentos internos do Facebook que foram apreendidos por legisladores britânicos, a rede social considerou a venda de dados de usuários. Os documentos obtidos pelos The Wall Street Journal.
Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em abril, disse ao Congresso "não vendemos dados". Porém, tais documentos sugerem que foi um caso considerado pela empresa internamente entre os anos de 2012 e 2014.
Um funcionário, em um dos casos, sugeriu o fechamento de dados, a menos que as empresas gastassem "US$ 250 mil por ano manter o acesso". Já, em um outro e-mail, um funcionário do Facebook falou em ter uma conversa "estratégica" com a Amazon para evitar uma "conversa decepcionante". Ainda, preocupações levantadas pelo Royal Bank of Canada sobre o acesso restrito a dados levaram um funcionário do Facebook a questionar através de um e-mail a quantidade que o banco estava disposto em gastar em publicidade. Não ficou claro se os e-mails foram enviados por um ou vários membros da equipe.
Na época em que os e-mails circularam, os desenvolvedores podiam ver os dados de usuários que interagiam com os aplicativos, e ainda dos amigos deles. O Facebook admitiu que estava repassando dados sem qualquer lucro.
Tal funcionalidade fez com que o aplicativo This Is Your Digital Life, que era o responsável pela coleta de dados do Cambridge Analytica, conseguisse obter 87 milhões de contas de dados de usuários. Em 2015, o Facebook, enfim, fechou a brecha. Porém, os documentos revelam que o Facebook considerou oferecer acesso contínuo aos dados em troca de algum valor.
"Estávamos tentando descobrir como construir um negócio sustentável", disse uma porta-voz do Facebook ao The Wall Street Journal . "Tivemos muitas conversas internas sobre como poderíamos fazer isso."
De qualquer modo, não há indício de que o Facebook tenha seguido com as discussões, bem como ter mentido ao congresso.
Agora, a expectativa é que mais informações surjam no decorrer do tempo.
Fonte: The Verge Ars Technica