Ghostwire Tokyo é uma bizarrice completa da Tango Gameworks, não há outra maneira melhor para definir o jogo que será lançado no dia 25 de março. Sendo exclusivo de PlayStation nos consoles (pelo menos temporário), e chegando também para PC, Ghostwire Tokyo apresenta uma proposta extremamente maluca, exatamente como seus trailers indicavam.
Com a desenvolvedora sendo famosa por uma grande franquia de terror -The Evil Within -, o novo jogo também parece "se alimentar" de elementos do horror, principalmente quando falamos do lado visual do título. Em certos momentos, sua bizarrice oferece trechos sinistros e sobrenaturais que também carregam o DNA do terror. Porém, Ghostwire Tokyo é um jogo de ação, com muitos combates, diversas cores e uma jogabilidade que pode se tornar um tanto repetitiva.
Tivemos a oportunidade de conferir os dois primeiros capítulos do jogo, então trazemos para vocês a nossa prévia final do título.
Akito e KK
Com uma cena inicial, vemos um espírito vagando enquanto tenta entrar no corpo de alguém falecido. Dessa maneira, somos rapidamente apresentados aos dois protagonistas do jogo: KK, o espírito, e Akito, o jovem "possuído" que na verdade não estava morto, mas sim entre a vida e a morte.
Ainda vi pouco do jogo, afinal foram apenas dois capítulos, mas a relação entre Akito e KK pareceu interessante e um ponto alto do jogo. De primeira não há amizade e ambos inclusive não parecem muito amigáveis um com o outro, porém entendem que é necessário agir em conjunto para que cada um possa realizar seus objetivos.
KK é experiente e sabe como agir em situações de perigo, além de obviamente já ter mais conhecimentos sobre o sobrenatural, o que o torna uma espécie de mentor, que guia Akito no começo de uma jornada que impõe muitas dúvidas ao garoto. Mas se KK parece mais forte e decidido, isso não significa que Akito também não demonstra determinação. Há um contraste entre os personagens, mas ambos são interessantes de suas próprias maneiras.
KK oferece conselhos constantes, inclusive durante o gameplay, sendo um personagem de grande participação. Em alguns momentos o jogo me lembrou Cyberpunk 2077, com a relação entre KK e Akito sendo semelhante ao que vimos entre V e Silverhand.
Show visual de poderes, mas repetição é preocupante
Como falei no começo do texto, Ghostwire Tokyo não é um jogo de terror, apesar de possuir elementos extremamente sinistros e um visual que por vezes também segue esse caminho. Esse é um título de ação, com direito a combates que oferecem um show visual aos jogadores, com muitas cores e poderes na tela.
Quando pude acompanhar uma prévia fechada do título, senti preocupação a respeito do combate. Pela demonstração, os inimigos pareciam pouco inteligentes e o título parecia ser demasiadamente fácil. Além disso, já nessa apresentação o combate também me pareceu correr o risco de tornar-se cansativo rapidamente por ser repetitivo.
Após jogar Ghostwire Tokyo ainda sinto que o combate realmente pode se tornar cansativo após algumas horas de jogo, embora ele se apresente como algo divertido nos primeiros capítulos. Com Akito possuindo poderes sobrenaturais elementais, o jogo apresenta confrontos visualmente impressionantes, que também se mostram divertidos enquanto você derrota oponentes variando entre esses elementos. O personagem ainda conta com um arco que também pode ser utilizado.
A árvore de habilidades entra também como papel importante para manter esse combate interessante, já que você pode aprimorar seus poderes. Porém, a diversão inicial parece correr o risco de ser esquecida rapidamente. Ainda temos o problema do jogo apresentar objetivos praticamente idênticos, com pouca variação. Enquanto explora Tokyo você terá missões secundárias, objetivos como resgatar almas e mais outras atividades, porém a estrutura principal é sempre a mesma. Senti falta de uma sensação maior de variedade geral no jogo, o que pode contribuir negativamente para tornar não apenas o combate repetitivo, mas sim o jogo de maneira completa.
Ao menos o jogo não parece fácil como se apresentou na apresentação anterior. Você pode optar pela dificuldade em que vai se aventurar, e no difícil a jornada se mostrou desafiadora dentro do possível. Não é um jogo com foco em grande dificuldade, mas escapa de ser uma aventura que não exija nada do jogador.
Excelente ambientação
Quando Hannya, o vilão do jogo, usa técnicas sobrenaturais para matar cidadãos de Tokyo - e fazê-los sumir! -, o cenário se torna completamente sinistro. Com o mundo dos mortos misturando-se com o dos vivos, espíritos vagam livremente pelas ruas, com visuais variados e extremamente bizarros. Não temos aqui criaturas defeituosas ou monstros grotescos, e talvez por isso mesmo o visual dos oponentes seja até mais sinistro.
Se por um lado o jogo não empolga tanto com seu visual, já que os gráficos não são assim tão impressionantes, por outro lado temos uma excelente ambientação. Seja nas ruas ou dentro de prédios, a Tango Gameworks claramente cuidou cautelosamente da criação dos seus ambientes, com inúmeros detalhes que chamam a atenção do jogador.
Locais abandonados, com roupas de pessoas desaparecidas e outros elementos, passam uma real sensação de que há algo de muito errado acontecendo, enquanto o "bizarro" está sempre acompanhando a jornada.
Tem potencial
Ghostwire Tokyo tem seus problemas, mas também conta com muito potencial. Até agora, seu combate foi bastante divertido, com a tecelagem elemental sendo algo muito bacana de usar. Torço para estar errado sobre a possibilidade de tornar-se cansativo, pois quero continuar aproveitando esses confrontos visualmente impressionantes.
Com uma excelente ambientação, o jogo também é capaz de prender o jogador ainda que a trama ainda não tenha se mostrado muito impactante. Ao menos temos personagens interessantes que, por enquanto, se mostram como outro ponto positivo.
Sinto que precisa de mais variedade, e espero encontrá-la nas próximas horas, mas também acredito que temos aqui um lançamento que pode ter características pesando mais para o lado positivo da balança.
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