Mais de 11 anos após o lançamento do primeiro título da franquia, Dead Island está de volta. Com tantos adiamentos e com o jogo permanecendo longe dos holofotes após seu anúncio, muitos fãs chegaram a acreditar no cancelamento do projeto, no entanto, Dead Island 2 é real e está aqui.
Desenvolvido pela Dambuster Studios epublicado pela Deep Silver, o título abraça de vez a galhofa e loucura para entregar um playground de matar zumbis. O foco aqui não é se levar a sério, mas sim arrancar boas risadas dos jogadores. Em sua jornada você verá zumbis dançando, um cadáver fumando maconha e ainda mais bizarrices.
A diversão não deixa de ser comprometida por uma repetição em excesso, além da falta de variedade no combate, o que faz com que o título tenha problemas ainda que a aventura insana conte elementos que podem agradar.
Dead Island 2 não se leva a sério
Caso você se aventure em Dead Island 2 com a ideia de encontrar um conteúdo mais sério e pé no chão, sua reação certamente será negativa. É necessário entender a proposta de um projeto para poder compreendê-lo de fato. Dead Island 2 faz força para ser irreverente e desleixado, seja nas atuações, missões, jogabilidade ou trama.
Colocando o jogador no meio do caos sem enrolação alguma, o jogo já define desde os primeiros minutos que tipo de tom você encontrará nas horas seguintes. O ritmo é bem evidente. Piadas, ironias, matança e muito gore... sim, muito gore!
Em um título no qual decepar e esmagar zumbis parece ser a única coisa que importa de verdade, Dead Island 2 não tem preocupação alguma de entregar uma trama elaborada ou que sequer faça sentido. Os personagens aparecem e somem como se fossem totalmente descartáveis - e são -, e não há nada de grandioso para entender aqui. Com o objetivo de sobreviver, o protagonista se vê em diferentes situações que surgem sem muito motivo ou explicação. Salve alguém, ache algo, se vire enquanto tenta sair de uma Los Angeles tomada pela morte.
Dead Island 2 ensaia algo mais elaborado com a presença de certos personagens, mas tal elemento nunca é explorado de fato e parece uma tentativa de gancho para o futuro. Existem personagens que praticamente não explicam a própria existência, e para falar a verdade não fariam falta alguma caso não estivessem no jogo.
Combate, sangue e matança
Ainda na onda de não se levar a sério, o jogo leva isso também para o seu combate. Voadoras que mandam os inimigos pelos ares, habilidades insanas, e golpes que apelam muito ao gore ditam o ritmo dos confrontos alucinados do título.
Aqui temos um acerto. O combate de Dead Island 2 é interessante, principalmente nas primeiras horas de jogo, na medida em que você percebe o quanto o gore é bem utilizado. Armas diferentes causam danos diferentes, os zumbis literalmente se desmancham na sua frente de maneiras variadas, com os corpos reagindo aos golpes e outros efeitos, enquanto a violência pulsa como o coração do jogo.
É interessante ver como cada arma causa um tipo de dano, assim como elementos como fogo também fazem um estrago totalmente único nos oponentes. Com um excelente sistema de desmembramento e ótimas animações de finalização, Dead Island 2 oferece algo extremamente visceral que combina com sua proposta.
Com as habilidades, o combate também ganha fôlego para entregar mais variedade. O grande problema é que muitas delas parecem descartáveis, o que diminui de maneira considerável um sistema que poderia oferecer muito mais caso houvesse maior criatividade. Existem até mesmo habilidades extremamente semelhantes que poderiam dar espaço para outras possibilidades que acrescentariam mais ao jogo.
De maneira geral, o combate é divertido. No entanto, o acerto sofre pela escolha de seguir sempre um padrão muito semelhante. Sim, existe uma grande variedade de armas brancas, e ainda é possível encontrar armas de fogo, assim como suas armas também podem ser upadas e equipadas com atributos e efeitos diferentes, como choque, fogo e mais. No entanto, nada disso é o suficiente para impedir o jogo de atingir a repetição extrema, e o cansaço pode surgir.
Depois de algumas horas, com tal fato impulsionado pela estrutura também repetitiva, o jogador passa a perceber que parte da diversão foi embora e encarar dezenas de zumbis não está sendo tão recompensador como antes. A violência não é mais novidade, o gore não impressiona tanto, e você se vê em um loop de confrontos semelhantes e objetivos que já foram realizados diversas vezes.
Grande variedade de zumbis, "chefes" pouco interessantes
Dead Island 2 entrega um número considerável de zumbis, seja falando apenas no visual ou nos diferentes tipos de inimigos que encontramos pelo caminho. Zumbis policiais, palhaços, médicos e muitos outros querem acabar com você, enquanto os mortos se dividem em tipos diferentes com as próprias habilidades e características.
Existem aqueles que correm mais, assim como também os fortões, e por aí vai. No entanto, há um padrão um pouco decepcionante que também reforça a sensação de repetição. Em diversos momentos do jogo você se depara com um tipo de zumbi diferenciado, que será muito mais forte que os outros, que servirá como um tipo de chefe. Após essas batalhas, cada um desses zumbis começa a aparecer aleatoriamente no jogo, tornando-se um dos tipos mais comuns de inimigos, sempre em versões mais enfraquecidas do que na primeira vez.
Esses momentos de "batalhas contra chefes" quase sempre se resumem a girar em volta do oponente e dar dano, enquanto em muitos deles há uma sensação de que a única diferença agora é que a "parede de carne" está mais resistente e você vai demorar um pouco mais para matar o oponente.
Objetivos repetitivos
Como a repetição tem sido o grande foco aqui. Voltamos a falar sobre isso no que diz respeito aos objetivos. A jornada também se mostra cansativa na medida em que você avança, já que seu objetivo normalmente será chegar em uma porta, descobrir que está trancada e então ir atrás de algo necessário para abri-la, como uma chave, código ou cartão de acesso.
Entre esses objetivos, o jogo tenta entregar alguns puzzles de cenário envolvendo água, fogo e eletricidade, no entanto há pouca inspiração e certamente não há desafio algum. Neste cenário, Dead Island 2 teria que recorrer a diversão para justificar a falta de algo que exija mais dos jogadores, no entanto, tais momentos também não são capazes de cativar.
Em determinado momento, você sente que está em um loop de objetivos e missões. Abrir uma porta, segurar uma horda, achar uma chave, matar inimigos, achar outra porta e isso não acaba nunca. O jogo não consegue sair de seu padrão, e isso pesa negativamente para o ritmo geral.
O veredito
Dead Island 2 tem boas ideias, um ótimo visual e consegue encontrar na violência o seu grande trunfo. Para quem deseja uma diversão descontraída, matar zumbis em Los Angeles pode ser interessante, principalmente nas primeiras horas de gameplay. Porém, existem muitos tropeços que afetam bastante a jornada.
Oferecendo um bom combate, que poderia ser ainda melhor caso fosse um pouco expandido, o título tem a repetição como sua grande vilã. Se você esperava muito, a decepção pode surgir. Se esperava pouco, Dead Island 2 pode ter o suficiente para oferecer.
- Combate pode divertir
- Ótimo visual
- Excelente gore
- Extremamente repetitivo
- Estrutura cansativa
- Poderia explorar melhor as habilidades
😕 Poxa, o que podemos melhorar?
😃 Boa, seu feedback foi enviado!
✋ Você já nos enviou um feedback para este texto.