Uma tendência vem sendo criada pelas fabricantes de smartphones Android: à extensão do suporte de software, com alguns aparelhos oferecendo até 7 anos de atualizações, como a linha Galaxy S24. Contudo, não são muitas as empresas que se comprometem em oferecer esse nível de suporte, mas o Google espera mudar isso com seu novo programa Longevity GRF.
O que é GRF?
Em primeiro lugar, é importante entender o que é GRF. GRF é a sigla para "Google Requirements Freeze", um programa que o Google lançou em 2020 para facilitar o suporte de três anos de atualizações do Android para fornecedores de chips, como Qualcomm e MediaTek.
O GRF atende os requisitos do "Project Treble", uma mudança arquitetônica que o Google introduziu em 2017 para modularizar o Android e separar em duas estrutura: a do software de fornecedor de nível inferior e do kernel Linux.
O problema do "Project Treble" é que, embora tenha facilitado o suporte de atualizações do Android para as fabricantes de smartphones, ele aumentou a complexidade para fornecedores de chips, já que as empresas tinham que oferecer suporte tanto a dispositivos lançados com a versão original do Android, para qual o software do fornecedor foi criado, quanto para dispositivos lançados com versões mais recentes.
Buscando resolver esse problema, o Google se comprometeu em "congelar" os requisitos de software do fornecedor de chips para que eles não fossem mais retroativos. Assim, em vez de exigir que as fabricantes de smartphones enviassem um software de fornecedor atualizado com cada atualização do Android que quisessem lançar, elas podiam distribuir atualizações com o software original para o qual o chipset foi criado.
Em resumo, as fabricantes poderiam reutilizar o software do fornecedor de chips em várias versões do Android e ainda receber a certificação do Google. Assim, empresas como Qualcomm e MediaTek não teriam que atualizar seu software para atender aos novos requisitos por pelo menos três anos após o lançamento, reduzindo os custos de engenharia.
O que muda com o Longevity GRF?
O GRF permite que o software do fornecedor de chips seja reutilizado apenas para três grandes atualizações do Android, mas o novo programa Longevity GRF quer mudar isso por diversas razões.
A principal delas é que, se uma fabricante quiser entregar uma quarta, quinta, sexta ou até sétima versão para um dispositivo com um chipset que está sob o GRF, ela teria que pagar ao fornecedor por um suporte estendido ou trabalhar bastante para atualizar o software, o que acaba afastando certas marcas.
Com o programa Longevity GRF, o objetivo do Google é que mais empresas ofereçam sete anos de atualizações do sistema operacional, como a Samsung e ela mesmo faz na linha Pixel.
O Longevity GRF permite que o software do fornecedor de chips seja reutilizado para sete grandes versões do Android, em vez de três. Isso significa que um dispositivo lançado com um processador cujo software do fornecedor foi criado para, digamos, o Android 15, pode reutilizar esse mesmo software quando for atualizado para o Android 16 ao 22.
O Snapdragon 8 Elite, anunciado recentemente pela Qualcomm, é o primeiro chipset que faz parte do novo programa, o que significa que todos os próximos smartphones equipados com ele serão elegíveis para sete atualizações do Android — desde que a fabricante se comprometa com isso.
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