A Multilaser é muito famosa no Brasil por ter produtos de baixo custo, e a gama é um tanto quanto extensa. A marca também possui uma divisão focada em produtos gamers, chamada Warrior, e hoje testaremos um dos novos teclados da marca, o Kane TC 236, que tem iluminação azul - o TC 235 é RGB - e switches Outemu Brown.
Ao primeiro olhar, muitos de vocês devem ter ficado com uma pulga atrás da orelha, pois a Outemu ganhou uma má fama no último ano, e isso aconteceu pois a qualidade dos seus switches caiu consideravelmente, principalmente quando se trata dos switches Blue, que são os mais vendidos.
No caso dos switches Brown, a taxa de RMA é muito menor, e marcas como a Redragon que também utilizam este modelo de switch, tem muitos poucos casos de problemas, o que nos interessa saber é se o Kane TC 236 ficará junto à Redragon nos poucos problemas, vamos descobrir?
Confiram o review em vídeo também!
Construção Externa
A primeira coisa que se nota ao olhar para o teclado é a sua semelhança de design com o Razer BlackWidow, o que não é algo ruim, só é bem aparente. A placa superior que fica exposta é de metal liso e tintura fosca, o que ajuda bastante a não mostrar marcas de dedos, ponto pro teclado. Suas bordas são escovados e cromadas, dando um pequeno "highlight" aos cantos.
Temos 4 LEDs posicionados logo acima do numpad, eles servem para mostrar se o NumLock/CapsLocl/ScrollLock estão ativados ou não, com o último - denominado W - servindo para mostrar se o Warrior Mode (Game Mode) está ativo ou não. Este modo serve para desativar teclas como a do Windows durante a jogatina, e para ativar a função, segure FN + Windows.
Também temos na frente da placa superior, o logo da Warrior iluminado na mesma cor de LED usado nas keycaps. O acabamento em volta da logo é Glossy e facilmente coleta digitais, felizmente é uma área que basicamente nunca é tocada, então manter limpo deve ser fácil. O cabo é bem flexível, ele tem seu exterior em borracha e aparenta ter boa durabilidade. O conector é fora do padrão USB, mas só no comprimento, então não deve interferir com uso de portas USBs vizinhas, mesmo que ainda prefira o formato padrão. O comprimento total do cabo é de 160cm (1.6m), e caso esteja se perguntando, ele não é removível. Não há nada de interessante nas laterais, então irei mover direto para a traseira do teclado. Aqui encontramos os 5 pés de borracha, assim como os pés de elevação na traseira, que também tem borracha para garantir que o teclado não deslize na mesa. Outros detalhes são o nome do teclado, QR Code, importador com CNPJ e endereço - algo legal de ver - e é basicamente isso. Finalizando essa parte do review, ele é bem construído e aparentemente terá boa durabilidade em seu acabamento. Ele tem um pouco de dobra ao forçar nas pontas, mas é bem pouco e só se forçarmos. Terminado esta parte, vamos as keycaps. Vamos começar pelo assunto polêmico aqui: a fonte. A Warrior sempre foi uma marca que foca no público Gamer que curte designs mais "arrojados", e a fonte das keycaps "ajuda" bastante neste aspecto. Nunca esperei um design minimalista vindo da marca, mesmo sendo minha preferência. Eu nunca vou descontar nota por motivos estéticos, a não ser que eles atrapalhem a funcionalidade do produto, o que não é o caso. O importante é a qualidade de construção do componente. Então vamos falar sobre ela, a primeira coisa que devo dizer é que elas não são laser, e sim Double-shot. A construção dela me lembra bastante das keycaps do Havit KB436L, um dos melhores conjuntos ABNT em questões de construção. Comparando as keycaps do Tecware Phantom Elite, é possível ver que o reforço estrutural é melhor por parte do Kane, o que é muito bom. Claro que comparado a um PBT de boa qualidade, elas ainda ficam bem atrás. Elas usam plástico ABS, que ficará com a aparência oleosa após alguns anos de uso intenso, mas será algo estético e desconheço keycaps PBT DS nesta faixa de preço. Aqui fica uma foto de comparação das keycaps do Kane contra as do Anne Pro 2. Mais uma vez, temos uma parte em que o teclado se sai bem e não há muito do que reclamar. Ele é um teclado de baixo custo, então não esperava algo muito melhor do que vemos aqui. Vamos então falar dos polêmicos Outemu, que encontramos no modelo Brown e na segunda versão, com os "cases" em volta do encaixe da keycap. De cara já posso dizer que a estabilização da keycap está muito boa, não há nenhum giggle durante a utilização e não consigo deixar nenhuma tecla torta, durante o uso normal o forçando, algo que era bem ruim nas versões anteriores e que critiquei bastante em outros teclados. Toda esse review foi digitado no Kane TC236, e não houve nada que me chamou a atenção, o que é ótimo. Comparado aos Kailh Box Brown, eles são mais pesados e seu bump é bem mais pronunciado, e se comparar aos Cherry Brown a diferença só aumenta. A lubrificação também melhorou consideravelmente, não há quase nenhum atrito durante o pressionamento das keycaps, e fora o bump, consigo deslizar a tecla até o fundo sem "engasgos". Deixo um pequeno vídeo de digitação para vocês assistirem:
A casing é transparente, e isso serve para uma melhor distribuição da luz para a keycap. Case transparente altera o feel do switch ao ser pressionado, porém este feel é questão de gosto pessoal e você pode gostar ou não, no meu caso não houve diferença. Basicamente voltando a introdução, os Outemu V2 arrumaram vários dos problemas que as primeiras versões apresentavam, e como ajudante, temos informações de poucos problemas de marcas que os utilizam em território nacional. Espero que para quem já comprou o Kane, que tenha a mesma experiência descrita acima. Assim como todos os outros teclados que passou no nosso site, o TC236 será aberto para verificarmos a parte interna e ver se ela tem boa qualidade. Há parafusos posicionados na parte superior, então remover todas as keycaps é recomendável e é o que faremos, pena é que a Warrior não inclui um keycap puller na caixa. Vamos fazer como de costume: descrever todas as partes da construção interna do teclado e no final deixar uma galeria de imagens com maior resolução para vocês. A primeira coisa que se nota quando abrimos o Kane é a quantidade de verniz que foi passado em cima da PCB. Verniz é um material que serve para proteger uma placa de circuitos de materiais como poeira e até líquidos, como por exemplo, umidade. A aparência pode não ser a melhor do mundo, mas sem dúvidas essa generosa camada irá ajudar a proteger o teclado. Infelizmente neste caso é que ele também foi passado por cima da controladora do teclado, então desta vez irei ficar lhes devendo essa informação. Novamente, a controladora estar coberta por verniz não trás nenhum problema ao teclado. As soldas não são perfeitas, longe disso, e é algo que quase qualquer marca de teclado deveria cobrar mais de suas OEMs, afinal soldas bem feitas resultam em uma durabilidade maior, e é por isso que compramos e recomendamos teclados mecânicos, por causa de sua durabilidade. Nas fotos, há a impressão de que falta estanho em algumas soldas, mas isso é reflexo na PCB, o que vemos bastante é um pouco a mais de material em grande parte das soldas. Há algumas que estão perfeitas, mas a grande maioria tem demais, felizmente não a ponto de passar dos limites físicos e causar alguma interferência com outros componentes. A boa notícia que posso lhes dar, é que o cabo USB é removível, e não soldado a PCB, o que é muito bom. Agora o aterramento dele é soldado, algo que não precisaria ser. Há tantos designs que usam um pequeno parafuso para fazer este aterramento, e é algo que gostaria de ver no Kane também. Felizmente, isso também não afeta a sua durabilidade, é só algo um pouco mais chato de lidar caso você queira trocar o cabo algum dia - lembre-se que a garantia é de 3 anos, então se caso o cabo dê algum problema, bem provável que ele ainda esteja sobre cobertura da mesma. Os LEDs são do tipo SMD e são de cor única, que é um azul bem forte, quase puxado para a cor violeta. Tentando examinar, acredito se tratar de modelos da Osram, marca já bem conhecida e estabelecida no mercado de faróis automotivos. Não vou lhes deixar o modelo exato pois não tenho 100% de certeza, mas tudo aponta que se trata desta marca. No geral, ele tem o padrão de qualidade interna que os outros teclados que utilizam Outemu tem, soldas não perfeitas mas não horrendas. Uma camada de verniz, que neste caso veio bem generosa, uma ou outra solda retrabalhada e layout simples, sem "frufrus" digamos assim. Como prometido no começo desta sessão, aqui está a galeria de fotos da parte interna do teclado. Vamos para a parte de iluminação do teclado, que neste caso é single-color, com um Azul começando a puxar para o roxo, cor que particularmente me agrada. Nesta parte tenho que elogiar o produto, a iluminação é forte e muito bem distribuída, com melhor consistência que muitos teclados topo de linha, e também conta com muitos efeitos de iluminação. Você pode controlar a iluminação diretamente no teclado utilizando o FN junto as teclas correspondentes aos efeitos desejados, que são as 6 teclas acima das setas: Insert, Home, Page Up, Delete, End e Page Down. Com exceção da tecla Home, cada uma tem 4 efeitos. O brilho é controlado por FN + seta cima/baixo, enquanto que a velocidade do efeito se controla com FN + "- _" ou FN + "=+". Assim como o resto do teclado, seus efeitos são simples e não há coisas sofisticadas como integração com jogos ou visualizador de música, e felizmente você também pode desligá-la caso preferir, porém ela não cria nenhum problema ao produto e eu, pessoalmente, gosto bastante dessa cor. O teclado tem sim suporte a software, que adiciona a possibilidade do uso de macros, além de oferecer controle da iluminação, também. Você pode baixar o programa de controle do Kane TC236 clicando neste hyperlink. Ao abrir o software, você é cumprimentado com a interface inicial do programa, que lhe mostra os 3 perfis que podem ser salvos e selecionados, a troca de perfis se dá somente pelo software. Também podemos alterar a frequência de resposta, que vem em 125Hz de padrão e vai até 1000Hz. Vamos começar falando sobre o controle de iluminação integrado no software, e gostaria de fazer um adendo: controle a iluminação do teclado diretamente nele. A interface de controle de iluminação não é muito intuitiva, alguns aspectos simplesmente não funcionam e vários efeitos não tem nome, tendo que adivinhar o que cada um faz. O único controle de iluminação via software que funciona 100% é o ajuste de brilho, de resto recomendo ficar somente no teclado. Em seguida checamos o gerenciador de macros, que é o nome que a Warrior escolheu para a função de macros do teclado. A interface é bem simples e me lembra bastante a de outros teclados, como o Phantom Elite, talvez (sqn) porque eles tenham a mesma controladora? Enfim, ele é capaz de armazenar macros de até 255 repetições e você pode salvar vários no nome que desejar. Para aplicar o macro criado a uma tecla, basta clicar na tecla desejada que um pop-up irá aparecer, e você poderá escolher entre definir outra tecla, selecionar o macro criado (gerenciador de macros) ou definir alguma função multimídia para aquela tecla. Infelizmente, não é possível fazer combinações de teclas para ativação de macros, o que acaba limitando bastante a função e quase tirando o seu propósito. Em geral, o software é extremamente simples e não tem nada que chame a atenção, além dos nomes dos efeitos de iluminação incompletos. Ele serve para fazer operações super básicas que você não saberia fazer caso não tenha lido o manual, mas recomendo ficar com a segunda opção e decorar as funções. Agora que já vimos todos os aspectos do teclado, vamos decidir se vale ou não comprar o Warrior Kane TC236. O teclado em sua parte externa tem bom acabamento, com as keycaps sendo um dos pontos fortes, assim como a sua iluminação muito boa e variedade de efeitos. Os switches não são o ponto forte, mas não são os piores e apresentam boas melhoras se comparados à primeira versão. O que deixa a desejar no produto da marca não é sua qualidade e nem os problemas, mas sim o seu preço, que está um tanto quanto alto em relação a seus competidores. Vocês puderam ver que durante o review, comparei ele com teclados de menor custo na faixa dos R$200-250, e é neste mercado em que ele deveria competir com seus componentes. Isso torna o teclado ruim? Não, ele só não está tão bem posicionado no mercado, mas se seu preço cair para a faixa citada acima, ele se tornará um produto muito mais interessante, ainda mais considerando que ele conta com 3 anos de garantia, ponto importantíssimo. Falo de preço sem considerar promoções, mas se você achar este modelo por R$ 220, por exemplo, lhe recomendaria sem problemas.Keycaps
Switches
Construção Interna
Iluminação
Software
Veredito
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