A "moda" de mouse ultra-leves começou principalmente com a FinalMouse, que é uma empresa de nicho, que faz mouses em poucas quantidades e com algumas de suas partes sendo específicas de alguns pedidos.
Após grande sucesso do mouse da marca, que contava com buracos em formato honeycomb para redução de pesos, outras marcas aproveitaram o embalo e vieram com suas próprias versões, com a mais notável sendo a Glorious com seu Model O e Model O-, que ganhou bastante espaço no mercado em pouco tempo.
E a Razer, vendo essa oportunidade e aproveitando que até o momento nenhuma outra empresa havia feito um mouse ultra-leve sem furos que também conta com switches ópticos, lançou o Razer Viper, que é seu novo topo de linha no território brasileiro.
Vamos então ao review deste mouse, que tem tudo para ser simplesmente o melhor mouse disponível no mercado de mouses com fio.
O review em vídeo já está disponível:
Construção Externa e Design
Para começar, vamos falar um pouco do design do mouse. A primeira coisa que você deve querer saber é seu peso, que é de apenas 69 gramas, mesmo sem contar com nenhum furo. Como a Razer chegou a este peso mesmo com o plástico sendo continuo nós iremos descobrir ao abrir o mouse.
O seu formato é totalmente ambidestro, contando com botões dos dois lados do mouse, algo que muitos mouses ainda pecam bastante. Seu formato é um pouco diferente do que estamos acostumados a ver da Razer, mas podemos comparar com outros mouses e também posso lhes dizer que a minha experiência de uso tem sido muito confortável.
O Razer Viper tem maior comprimento e é mais baixo que o MM Pro-L, já se comparado ao Impulse Pro, eles são quase idênticos em questão de altura total e comprimento, mas há uma grande diferença: O Viper tem suas laterais mais altas que o Impulse Pro, assim proporcionando espaço para o dedo mínimo.
Em questão de pegadas, o Viper vai agradar a muitos, e ele é bem confortável para quem tem mãos pequenas e médias e usa a pegada Palm, se sua mão for muito grande, pode ser que ele fique pequeno.
Para Fingertip, que é a minha pegada, ele cai como uma luva e tenho todo o suporte que preciso para os meus dedos, muito facilitado pelo peso super baixo do mouse, talvez você não consiga usar Fingertip caso suas mãos sejam muito pequenas, fora isso, deve lhe servir muito bem.
Para Claw, a história fica bem parecida com Fingertip. Pessoas com mãos muito pequenas podem acabar encostando o palmo da mão na "bunda" do mouse, enquanto que para o resto do pessoal, deve ficar bom. Os botões principais são recuados o suficiente e não apresentam força maior na parte traseira, o que facilita exatamente este tipo de pegada.
Nas laterais do mouse encontramos borrachas que ajudam a ter uma pegada mais firme durante o uso do mouse, e que ainda fica como uma pequena crítica ao seu acabamento externo. Plástico fosco de boa qualidade não degrada com o tempo, e de exemplo ficam os Ducky Secret e Secret M, que mesmo após anos de uso parecem novos. Gostaria de ter visto o mesmo tipo de plástico da parte superior nas laterais, mas infelizmente não é o caso. A boa notícia é que as borrachas não são coladas, elas são parte da estrutura do mouse, então nada de cair do mouse. Anotado, SteelSeries?
Falando em laterais, os dois botões encontrados de cada lado são recuados dentro da carcaça do mouse, que torna cliques acidentais quase impossíveis. Isso quer dizer que terei problemas ao acioná-los? Não, é mais uma questão de costume por causa da posição diferente, mas ainda assim fácil o suficiente para não influenciar durante a jogatina, sendo na hora de pressionar ou de não encostar acidentalmente.
Na parte debaixo do mouse encontramos 1 teflon superior, 1 inferior e um circular que está em volta do sensor do mouse. O modelo que recebi para testes já está usado e tem um pouco de desgaste nos teflons. Seu deslize não é o melhor de todos os mouses, mas isso pode ser por causa do desgaste do uso anterior, mas é algo que outros reviewers já comentaram que pode melhorar um pouco em um possível refresh. Não se enganem, não está ruim, só não é o melhor do mundo. Além dos teflons, também temos algumas especificações do mouse, assim como o SN.
Há também um pequeno botão, e logo acima deste botão um minúsculo LED em formato de triângulo. Este botão é para a troca de DPI, que pode ser configurada entre 1 e 5 estágios. A cor do LED varia de acordo com o estágio de DPI que você está usando no momento, e não pode ser alterada no software da marca.
Vamos falar do cabo do mouse, que é um aspecto muito importante e que tem recebido grande atenção do mercado neste ano, finalmente. A marca chama o cabo de SpeedFlex, que é o apelido da marca para o material usado, que é bem parecido ao material "Paracord". O cabo é levíssimo e extremamente flexível, o que ajuda bastante durante o uso, e dá a sensação de que você está usando um mouse sem fio, e assim só tenho elogios a fazer.
Para resumir a construção externa do mouse, a empresa está de parabéns. O material além de ser ultra-leve, é bem resistente e não entorta quase nada, mesmo aplicando força muito além do que você jamais irá exercer sobre a carcaça. O acabamento fosco proporciona não só bom grip, como boa durabilidade no longo termo, com a única parte que pode desgastar sendo as laterais.
Rastreio e Performance
O mouse conta com um dos melhores sensores do mercado, o Pixart PAW 3390, que aparenta ser uma modificação do PMW 3389, que já era - e ainda é - um excelente sensor. Vamos então aos testes de rastreio, aceleração e pixel shifting, para ver se ele foi realmente bem implementado pela Razer.
Rastreio
O teste de rastreio é simples: quanto mais perto essas "bolinhas" estiverem perto da linha, melhor e se caso haja bolinhas um pouco distante da linha, é importante haver outras no ponto oposto, que assim cancelam a "distorção". Isso é normal e é o jeito que muitos dos novos sensores no mercado trabalham. Vamos então aos resultados do Razer Viper:
Como vocês podem ver nos testes, o mouse se saiu excelentemente bem, com rastreio perfeito até cerca de 5000 DPI, valor que basicamente qualquer mouse apresenta distorções e não são recomendados. Posso dizer com tranquilidade que o mouse tira um 10 nesta seção.
Aceleração
O teste de aceleração também é bem simples, o mouse deve sair do ponto A, ir para o ponto B e voltar para a mesma linha do ponto A. Se ele voltar a exata mesma distância, o mouse não tem aceleração nenhuma que é o melhor resultado. Se ele passar, ele conta com aceleração positiva, e se ele não chegar a mesma linha ele conta com aceleração negativa.
Como vocês podem ver, não há nenhum tipo de aceleração no mouse, e o meio ponto a menos se dá por culpa minha. A falta de aceleração é confirmada no teste do paint, logo abaixo.
Paint (Pixel Shifting)
Neste teste aqui, seguramos o botão esquerdo do mouse e fazemos um movimento em círculo continuamente, sem tirar a mão de cima da mesa. A ideia é ver se o mouse dá as famosas "caminhadas" ou se ele consegue se manter no centro, que é o correto.
E mais uma vez, o mouse se mostrou perfeito no teste, sem nenhum tipo de caminhada, mantendo-se totalmente em volta do centro, mas em nenhum momento chegando nele. Resultado perfeito!
Construção Interna
Aqui temos o aspecto que normalmente dita o quão durável um mouse vai ser, afinal se não tivermos componentes de boa qualidade e circuitos bem feitos, eles podem falhar antes do mouse apresentar qualquer problema em sua parte exterior.
Para abrir o mouse é bem simples, basta remover os três parafusos localizados embaixo dos teflons do mouse. Há dois no teflon superior e somente um no inferior.
Agora que temos acesso a suas partes internas, vamos começar a examinar o mouse, que de cara já apresenta excelência em design e planejamento.É possível ver que cada peça do mouse teve seu lugar projetado, nada de colocar onde tem espaço.
As dimensões da PCB são feitas para salvar o máximo de peso e distribuí-lo igualmente em todo o mouse, sem tirar nem colocar em lugares que não há necessidade ou onde causaria algum tipo de desequilíbrio na distribuição de peso.
Vamos então falar dos seus componentes internos, começando pelo sensor. O mouse conta com um Pixart PAW3390, que é um novo modelo da Pixart. Como vocês já perceberam nos testes de rastreio, seu desempenho é muito semelhante ao 3389, e se caso ele seja uma versão modificada do mesmo, não temos como saber.
Os switches principais são uma das estrelas do mouse, afinal temos switches ópticos da Razer, inspirados nos switches da Light Strike. Os clicks são um pouco diferentes do que estamos acostumados, mas de nenhuma maneira ruim. Eu por exemplo, não tive nenhum problema ao usar o mouse, e a única diferença pra mim foi o som um pouco diferente. A Razer fez um vídeo explicando o funcionamento dos switches, e o nosso amigo Wellington "Wetto" Diesel legendou o vídeo em PT-BR, deixo ele para vocês assistirem aqui embaixo.
O codificador do scroll que fico devendo um pouco, pois não há nenhuma informação ou nome no componente para poder dizer qual é o modelo e qual é sua fabricante, assim como no click do scroll também.
Já nos laterais, encontramos 4 switches da ChangeFeng, modelos Red, que são usados por muitas marcas. Eles não são os melhores do mundo, mas por serem botões laterais, estão de bom tamanho e escolha.
Para a sua iluminação, encontramos um LED SMD que aparenta ser do tipo 3528, por causa de sua altura um pouco mais pronunciada do que a de um modelo 5060W. O LED é RGB, o que significa que você tem uma boa gama de cores para escolher. Há também um pequeno "funil" de acrílico montado na carcaça superior do mouse, que ajuda a direcionar e espalhar a iluminação do LED, fazendo com que ela seja consistente.
Sua carcaça também é totalmente trabalhada, contendo furos e cortes para diminuir a utilização de materiais e por consequência o peso. A atenção a detalhes e o projeto do mouse como um todo são realmente muito grandes, e se ele utilizasse - em tese - switches ópticos em todos os seus botões, não sei se haveria algo que poderia ser melhorado neste mouse, pois assim já não tem basicamente nada que eu possa apontar como "ruim" dentro do mouse.
E logo abaixo tem a galeria completa de imagens das partes internas do mouse em alta resolução, se deliciem!
Software
O programa utilizado para modificar as configurações do Viper é o Razer Synapse 3, que já vimos em outros reviews aqui do site, como no Basilisk Essential e BlackWidow 2019. Vou deixar links dos reviews dos dois periféricos:
O programa sofreu basicamente nenhuma alteração neste meio tempo, tendo somente atualizações de bugs e melhorias de performance, e por causa disso, não irei cobrir seu funcionamento neste review, pois ele será exatamente o mesmo dos outros. Caso tenha interesse em ver como o programa funciona, leia a parte de software no review do Basilisk Essential.
Conclusão
Depois de ter todos os seus pontos analisados e comparando ele com outros mouses no mercado, mesmo tendo ou não passado por nossos testes, podemos dizer que ele é sem dúvidas o mouse com fio de mais alto nível disponível no Brasil atualmente.
Ele tem todas as qualidades de seus concorrentes, com defeitos mínimos que podem ser relevados com grande facilidade, como é o caso dos switches ChangeFeng nos botões laterais, algo que realmente faz pouca diferença na vida útil total do produto.
Depois de muitas críticas em vários de seus mouses, vemos a Razer se redimir e assumir a liderança no mercado de mouses gamers, com o Viper se sobressaindo em quase qualquer aspecto. Mas claro que tudo que é bom, tem um preço, e ele é salgado.
Atualmente, o Viper pode ser encontrado entre R$450 a R$550, que é um preço altíssimo para qualquer mouse, seja com ou sem fio. E mesmo com este altíssimo preço, não tenho como deixar de recomendar ele, pois sua qualidade passa com facilidade por cima do valor pedido, e ele realmente merece o posto de melhor mouse no mercado, ao menos no papel.
Agora é esperar para ver como vai ser o preço e acessibilidade do Razer Viper Ultimate, versão wireless do Viper e que pesa apenas 5 gramas a mais, além da bateria durar 70h, marca impressionante. Se quiser ler mais sobre o Viper Ultimate, acesse o link abaixo:
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