Mais um review de um teclado 60%, mas desta vez não estamos falando de nenhum Anne Pro 3 ou algo do tipo, mas sim do RK61 que é vendido pela Royal Kludge. Ele conta com 61 teclas - como o nome sugere - e além de conexão com fio por porta USB-C, também conta com conectividade Bluetooth - infelizmente o fabricante não especificou qual a versão que é utilizada, acreditamos que seja 4.0 ou 5.0.

No site do produto é mencionado conectividade 2.4 Ghz, mas ele não conta com esta conexão, e assim já começa mal antes mesmo de oficialmente entrarmos no review. Enfim, vamos ver se esse carinha vale a pena ser comprado pela faixa de preço de R$ 280.

Construção Externa

O exterior do teclado é completamente feito em plástico ABS que em nossa unidade é preto - a versão branca também está disponível para compra -, seja na parte superior, inferior ou nas laterais. A única parte que é de outra cor é a backplate que fica abaixo das keycaps, ela é branca e ajuda a dispersar melhor as luzes dos LEDs.

Royal Kludge RK61
Royal Kludge RK61

Na lateral frontal temos o logotipo da marca Royal Kludge pintado enquanto que dos outros lados não há nenhuma marca além do conector USB-C para utilização do teclado. Na parte debaixo encontramos o switch para ligar e desligar o modo Bluetooth, quatro pés de borracha para mantê-lo no lugar, algumas informações sobre o produto e parafusos expostos caso você queira abrir o teclado.

Logotipo da marca pintado na parte frontal
Logotipo da marca pintado na parte frontal

Keycaps

As keycaps seguem o padrão que estamos acostumados a ver neste tipo de teclado, ABS Double-shot que tem um acabamento aceitável e que deve durar um bom tempo, mas que conforme os anos passam irão apresentar um aspecto oleoso devido ao desgaste natural do plástico mesmo.

Keycap ESC do teclado
Keycap ESC do teclado

Honestamente não vou cobrar keycaps PBT double-shot em um teclado que não custa nem R$ 300, creio que esteja bem dimensionado pelo preço e se fosse fazer uma substituição provavelmente acabaria aumentando o preço final do produto. Minha cobrança virá em outro aspecto do teclado mais pra frente no review.

Parte inferior da keycap
Parte inferior da keycap

Bateria

Infelizmente não sabemos a capacidade total da bateria, em uma ficha técnica encontrada em um de seus anúncios na Banggood é dito que a bateria é de apenas 50mAh, mas acredito que isso seja um erro e que ela seja de 500 ou até mais.

Teclado funciona tanto por Bluetooth quanto por cabo
Teclado funciona tanto por Bluetooth quanto por cabo

Também ressalto que enquanto você utilizar o modo Bluetooth (que é 3.0) você terá somente 6KRO, não NKRO como quando conectado. Acredito que a performance do mesmo possa ser satisfatória para alguns usuários, mas não recomendo utilizá-lo para jogar enquanto não estiver conectado com fio.

Além disso esta versão não garante tanta estabilidade e velocidade de conexão se comparado as versões mais novas que são usadas pela competição (Bluetooth 4.0 no ANNE Pro 2 e Bluetooth 5.0 no BlitzWolf BW-KB1).

Iluminação

A iluminação do RK61 é completamente RGB podendo alternar entre efeitos diretamente pelo teclado, assim como é possível em outros modelos que competem com ele. Infelizmente os LEDs não são tão brilhosos como em outros teclados - ANNE Pro 2, BlitzWolf BW-KB1 - e assim parece dar a impressão de não ser tão "bem feito".

A iluminação é completamente RGB separada por tecla
A iluminação é completamente RGB separada por tecla

Felizmente a variação de efeitos é boa e você deve encontrar algo que lhe agrade sem dificuldades, ou quem sabe até desligar os LEDs completamente. Há um software disponível para ser baixado no site da Royal que adiciona alguns controles a mais para a parte de iluminação. Irei explorar mais sobre o mesmo mais adiante.

Construção Interna

Para abrir o RK61 é ainda mais fácil do que outros modelos, há apenas 4 parafusos que o seguram (até que bem firme) na parte traseira e são todos expostos. Basta removê-los e desencaixar a PCB da base de plástico, cuidado para não abri-lo muito pois a bateria está conectada a PCB.

Ao abrir a PCB a primeira coisa que vemos é que a bateria do mesmo está coberta por uma pequena chapinha de acrílico amarelo que está colada diretamente a bateria. Isso não só impossibilita a remoção do acrílico de cima da bateria mas também impossibilita de ver qual é a real capacidade da mesma.

Agora vamos analisar o resto da PCB, e infelizmente as coisas não ficam melhores, temos várias soldas frias e muito mal feitas. É difícil dizer o quanto elas vão durar, mas aqui onde há grande variação de temperatura, tenho certeza que não será muito tempo.

As soldas que entrei no BW-KB1 ficaram no limite do que acho aceitável, e infelizmente o RK61 faz ainda pior e é o primeiro teclado que reprovo na construção interna, pois quanto irá durar vai ser um impasse, e ainda por cima temos switches Outemu que foram soldados nesta placa, fazendo-o uma opção ainda menos favorável.

A sua controladora Bluetooth é a A2KF3U, que tem apenas suporte a Bluetooth 3.0 e por isso o teclado utiliza esta tecnologia que nos dias de hoje já é considerada defasada.

Já a sua controladora geral é uma HD HFD2201KBA que é um modelo simples mas que suporta integração com software, alguns perfis diferentes e gravação de macros e custom mapping de teclas.

Aqui está a galeria de fotos em alta resolução da parte interna do teclado.

Switches

Antes mesmo de abrir o teclado eu já sabia que o switch utilizado era da Outemu, afinal é só remover uma Keycap para ver qual é a marca e é uma das primeiras coisas que faço quando recebo um teclado para review.

Encontramos switches Outemu Brown
Encontramos switches Outemu Brown

Um dos problemas que normalmente encontro em teclados que utilizam o switch da marca é a folga que as keycaps tem, podendo deixá-las tortas com facilidade. Este não é o caso do RK61, elas ainda tem bastante wobble, mas ficam corretamente posicionadas assim que você para de fazer pressão.

Infelizmente a durabilidade dos mesmos deve ser exatamente a mesma história dos outros: não muito boa. Vários e vários teclados que utilizam switches da empresa apresentam problemas apenas meses após a compra, e isso não é aceitável considerando que switches mecânicos deveriam durar muitos anos.

Royal Kludge RK61
Royal Kludge RK61

Ao invés da Royal utilizar switches Outemu, a mesma deveria dar atenção aos modelos Kailh Box ou até Gateron, assim como é utilizado em seus irmãos (Motospeed CK61 com as variações de Kailh Box) e outros competidores (BW-KB1 com Gateron, One 2 Mini com Cherry MX).

Software

O RK61 tem software disponível diretamente no site da empresa, vou deixar o link abaixo para poupar vocês do trabalho de ir até as páginas confusas do site.

Normalmente eu abro o programa disponibilizado com o teclado e tiro várias prints para mostrar para vocês como ele é em aparência, usabilidade e funções disponíveis. Mas o que ocorreu desta vez foi um pouco engraçado.

O RK61 usa exatamente a mesma controladora encontrada no BlitzWolf BW-KB1, mas isso não é nenhum problema ou incomum, acontece não só teclados mas com vários mouses também. O problema foi o que aconteceu depois de instalar o software de ambos os teclados: o software da BlitzWolf reconheceu o RK61 como sendo o modelo da BlitzWolf, e o software da Royal Kludge simplesmente não reconhece mais o teclado.

O software não reconhece o teclado
O software não reconhece o teclado

E mesmo após desinstalar ambos os softwares, reinstalar somente o da Royal Kludge e replugar o teclado, nada de ser reconhecido como conectado ao computador. A boa notícia é que ambos os programas são idênticos, então as funcionalidades que você tem em um, terá no outro. Deixo um print abaixo do layout do mesmo para quem estiver curioso.

Image by TechBroll
Image by TechBroll

Veredito

Como vimos durante este review, o Royal Kludge RK61 nada mais é que uma remarcação do Motospeed CK61 com switches Outemu, inclusive a versão da Motospeed pode ser encontrada no Brasil com switches Kailh Box por menos de R$ 400, e este é só um dos problemas encontrados quando comparamos o RK61 com outros teclados.

Além disso, ele ainda conta com switches Outemu que tendem a falhar em poucos meses em conjunto com várias soldas mal feitas na parte interna do teclado. Essa combinação por si só deveria afastar qualquer consumidor de adquirir este produto.

ANNE Pro 2 vs RK61
ANNE Pro 2 vs RK61

Então se você estava pensando em adquirir o RK61, recomendo pular este modelo e procurar por outras opções. As que mais indico são o ANNE Pro 2 e o BlitzWolf BW-KB1 que se encontram na faixa dos R$ 450 e R$ 220 respectivamente. Eles oferecem maior qualidade em quase todos os aspectos e sem dúvidas serão escolhas muito melhores e duradouras.