Então o teclado G PRO chega ao país e completa a linha confusa de periféricos da Logitech. Agora temos o G PRO, G PRO e G Pro (mouse, headset e teclado) assim como o G Pro Wireless e o G PRO X Wireless (este último pelo menos tem um X para diferenciá-lo do resto).
Enfim, neste review estaremos falando sobre o teclado G PRO, ele traz novos switches GX-Blue Clicky que devem corrigir os problemas que os Romer-G criaram quando a marca tentou uma parceria com a Omron para criar seus próprios switches.
Como o G PRO se saiu? Vamos descobrir no review.
Construção Externa e Design
O G PRO é completamente preto em todos os cantos que você consegue ver, enquanto que em sua parte superior é uma tinta preta fosca, em suas laterais encontramos o famoso black piano que inclusive vem com pequenos plásticos para proteger e não arranhar as laterais durante o transporte.
No topo esquerdo encontramos o logotipo da marca iluminado, já no lado direito encontramos o botão Game Mode dedicado e logo ao lado um botão para ligar e desligar a iluminação. Infelizmente ele não age em estágios, somente ligado ou desligado, não entendo o porquê de não fazerem o comportamento igual ao G915 TKL, mas não que isso altere a experiência de uso.
Em sua parte inferior encontramos um acabamento extremamente parecido ao do G413 Carbon que fizemos review, e que assim como no G413 Carbon gostei bastante aqui. Passa um visual bonito e dá uma elegância a mais para o teclado. Além das linhas também temos os pés de elevação emborrachados em 4° e 8° e algumas informações sobre o teclado em um adesivo.
Keycaps
Ao começar falando das keycaps quero notar que o teclado utiliza o layout Americano ANSI, então temos um Enter pequeno e nada de tecla Ç dedicada, mas isso não é nenhum problema. O real problema vem quando vimos que a empresa resolveu não utilizar o Bottom Row padrão, assim impossibilitando a utilização de outros sets de keycaps.
Não entendo o porque de mudarem os switches utilizados e não fazerem uma simples alteração que salvaria muita dor de cabeça não só para eles como para os seus clientes, além de provavelmente aumentar o número de vendas já que mais pessoas iriam considerar o teclado para fazer outros projetos.
Além disso, o uso de keycaps a laser continua neste teclado, mesmo quando sua competição está começando a melhorar bastante neste aspecto, já utilizando double-shot e em alguns casos até com material PBT ao invés de ABS.
O pino central me passa mais segurança que os encaixes finos dos modelos utilizados antes, mas ainda assim acho que um reforço maior cairia muito bem nos switches, fora a utilização de Double-shot em um teclado de R$ 760, pra mim algo quase que obrigatório neste preço e ano.
Continuando no assunto do pino central, o mesmo conta com um pouco de folga e assim as teclas ficam um pouco "soltas" dentro do switch. Pude testar isso quando coloquei keycaps de outros teclados nos switches e as mesmas encaixaram muito melhor. Devido a essa folga há bastante wobble das keycaps, assim prejudicando um pouco a experiência na hora de digitar e também o barulho, que fica um pouco estranho.
Iluminação
O teclado entrega excelente iluminação, tanto em qualidade de efeitos quanto consistência de tecla para tecla, algo que também foi visto em todos os periféricos da linha que continham iluminação.
Cada tecla tem seu LED individual e pode ser configurada na cor que você quiser pelo software da marca. Aponto que para mudar a iluminação é necessário instalar o G Hub pois o teclado não conta com funções direto nele para fazer tais alterações. Tirando isso não há muito o que falar, a iluminação é boa e os efeitos são infinitos devido a liberdade dada para o usuário.
Construção Interna
Abrir o G PRO não requere muito esforço, são somente alguns parafusos escondidos na parte debaixo e pronto, o teclado já abre. Não é necessário remover as keycaps para abrir o teclado, por isso digo que não é necessário muito esforço.
Switches
Uma das maiores dúvidas do pessoal sobre este teclado é a utilização de switches "GX-Blue Clicky" ou "GX-Brown Tactile". O nosso modelo é equipado com o modelo GX-Blue que nada mais é do que switches Kailh Blue, e nem remarcados eles estão no teclado.
Os nomes que a Logitech usa são nomes fantasia e a mesma aparentemente não está envolvida com a fabricação de switches próprios para os seus teclado, algo esperado após o pequeno "desastre" que foram os Romer-G. A boa notícia é que os modelos da Kailh aqui utilizados são do padrão normal "Cruz" que estamos acostumados a ver.
Eu pessoalmente não gosto de switches Clicky, mas isso é completamente relacionado ao seu gosto. Os novos modelos da Kailh são muito bons para digitar e tem boa resposta tátil, o que prejudica um pouco são as keycaps utilizadas que não são de muita qualidade, mas isso não tem relação alguma com o switch.
Vejo a troca de switches Romer-G para Kailh (ou GX, tanto faz) como uma mudança positiva por parte da Logitech, agora só falta fazerem o Bottom Row em formato padrão e adicionar keycaps double-shot pra justificar o preço cobrado pelos seus teclados.
Software
O software que é utilizado no G PRO é mesmo que em outros periféricos da marca. O Logitech G Hub já passou por várias atualizações e hoje se mostra um programa bem desenvolvido e maduro, mas que infelizmente acabou perdendo uma ou outra funcionalidade que eu achava interessante. Uma delas é o fato de você não poder mais escolher o tempo de resposta dos periféricos, mas enfim, vamos análisar o software e ver o que é e não é possível fazer neste programa.
Ao abrir o programa a primeira coisa que vemos é o painel de seleção de periféricos. Caso você tenha mais um modelo Logitech plugado ao computador por USB, ele irá aparecer. Em nosso caso queremos acessar o G PRO.
Há bastante variedade com o que você pode fazer com o teclado, vamos começar pela iluminação do mesmo. Aqui você pode escolher entre efeitos já prontos (Presets), fazer um efeito personalizado (Freestyle) ou escolher animações específicas que variam dependendo do efeito (Animations), um exemplo é o visualizador de áudio pelos LEDs do teclado.
Na segunda aba podemos definir as funções de teclas no G PRO, você pode definir ações específicas, macros, funcionalidades multimídia e várias outras possibilidades, o G Hub é bem completo neste aspecto.
A última aba é a Game Mode que simplesmente deixa você habilitar ou desabilitar o modo para desativar funções como Alt + F4 do teclado enquanto você joga. Note que o modelo tem um botão físico dedicado a isso logo acima do Function Row, assim como no G915 TKL.
A última parte do software são as configurações gerais do teclado que no caso do G PRO consistente somente da opção de inverter o FN e salvar uma iluminação padrão diferente no perfil interno do teclado.
Como de costume, acho o G Hub um dos melhores programas de periféricos do mercado, competindo de perto com o Razer Synapse 3 que também apresentou grandes melhoras se comparado ao seu antecessor.
Conclusão
Com vários pontos positivos e melhorias em relação a antiga geração de teclados da marca, o G PRO continua com os mesmos defeitos que há anos impedem-nos de recomendá-los, com o maior deles sendo as suas keycaps.
A Logitech insiste não só em utilizar keycaps com recorte a Laser mas como também mudar o Bottom Row dos seus modelos assim quase que completamente impossibilitando o seu usuário de modificar e melhorar o seu teclado mecânico, algo que é quase parte do mercado nos dias de hoje.
Sua integração com o software é excelente, a iluminação também é ótima, agora temos novamente switches de boa qualidade que complementam o acabamento geral do teclado, tanto por dentro quanto por fora, mas suas keycaps de baixa qualidade e a utilização de um layout específico em conjunto com o preço de (em média) R$ 700 fazem o G PRO não ser indicado com nós, mesmo que no final gostemos do produto.
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