Atualmente temos diversas opções de headsets voltados para jogos, mas nem todas são boas para o propósito. Entenda o que impede estes headphones com microfone acoplado de serem perfeitos para jogar os seus jogos favoritos por horas a fio.
Talvez não seja a primeira coisa que lhe venha à mente quando você está à procura de um headset para comprar e jogar um game online no modo multiplayer com seus amigos, mas o conforto, a durabilidade e modularidade das peças são fatores importantíssimos para se obter uma boa experiência. De nada adianta o fone de ouvido ser bonito ou prometer diversas tecnologias de som que supostamente melhoram sua experiência se não houver a presença das qualidades essenciais para permitir que o jogador passe múltiplas horas utilizando o headset.
A importância do conforto e da ergonomia para headsets gamer
Ao invés de procurar o headset mais barato possível e bonito, passe a olhar para as características que trazem para o headphone um bom conforto e ergonomia. Analise se as ear pads ("almofadas") do fone de ouvido são macias, anguladas (possuem a parte traseira mais grossa que a dianteira para acompanhar a cabeça) e feitas de materiais que não irão deteriorar facilmente com o tempo. Geralmente aquelas ear pads feitas em material pvc/pu que imitam o couro são as piores, pois embora elas proporcionam um isolamento do ruído externo melhor, acabam deteriorando rapidamente, mesmo cuidando para que o suor não resseque elas.
O ideal é que você procure por headsets que possuem opções de ear pads feitas em tecido esportivo ou veludo, pois estes materiais tendem a durar por muito mais tempo comparado àquelas de pvc/pu que imitam o couro. O que acaba desgastando mesmo neste caso é a espuma, que com o tempo perde a resistência, algo que ocorre naturalmente, à medida que se usa o fone de ouvido.
A modularidade das peças fará seu headset durar por muito mais tempo
Procure evitar aquelas headsets gamer que possuem cabo e ear pads ("almofadas") fixos. O motivo disso é que estas duas peças são as que mais se desgastam naturalmente com o uso do fone de ouvido. Ou seja, se não há como evitar, a única saída é optar por modelos que permitem a troca do cabo e ear pads facilmente.
A forma ideal para isso são sistemas de encaixe, pois eles facilitam a troca de cabos e ear pads sem a necessidade de ferramentas. Além disso, ao utilizar fones de ouvido com sistema de cabo e ear pad removíveis, a chance de danificar algo durante a troca é bem menor. Fora o fato de que neste caso o próprio usuário é capaz de substituir as partes do seu headphone.
Há também empresas como, por exemplo, a Sennheiser e a Kuba Audio, que permitem não só a troca do cabo ou ear pad, mas também do arco (headband), das ear cups (conchas) e até mesmo do driver (alto-falante), no caso de queima de um único lado. Com isso, é possível prolongar consideravelmente a vida útil do fone de ouvido.
Não dependa de DSP para ter uma boa qualidade de som no headset
Diversas empresas que vendem headsets gamer implementam o DSP (Digital Signal Processing ou Processamento de sinal digital) em seus fones de ouvido. O motivo disso é devido a incapacidade do driver (alto-falante) e do projeto acústico do headphone de atingir a sonoridade com as qualidades desejadas. Basicamente é uma forma mais barata de conseguir uma "boa sonoridade" sem investir em desenvolvimento e pesquisa de um fone de ouvido, pois isso exige diversos experimentos de materiais, análises de resultados etc.
Há diversas formas de obrigar o usuário a utilizar o headset gamer com DSP. A primeira delas, mais comum, é através da conexão USB. Ao utilizar um headphone com cabo USB, você estará utilizando obrigatoriamente um DAC (Digital to Analog Converter), um amplificador e por vezes um chip com DSP aplicado para corrigir a curva de resposta de frequência do som gerado. O sinal digital não permite que o driver (alto-falante funcione), pois é necessário convertê-lo para analógico e amplificá-lo antes de chegar ao fone e utilizar a conexão USB é uma forma de impedir você de "sair" do sistema de som imaginado pelo engenheiro.
Qualquer alto-falante (driver) necessita de um sinal analógico e como o sinal da conexão USB é digital, é necessário que haja um DAC para converter, além de um amplificador para amplificar o sinal e fazer com que o diafragma vibre e gere o som. Essa necessidade é utilizada como forma de impedir o usuário de utilizar um amplificador e um DAC à parte e ao mesmo tempo aplicar o DSP. Ao utilizar um cabo analógico, com conectores 3,5mm (P2) ou 6,35mm (P10) por exemplo, não haveria como "garantir" determinada qualidade de som e não teria a chance de aplicar um processamento no sinal digital antes de passar para analógico.
Claro que um sistema pequeno, embutido no conector cabo ou na ear cup (concha) de um headset, não terá a qualidade de um DAC/amp ou um DAC e amplificador dedicados. Além disso, ao optar por utilizar o cabo analógico (com plugue P2 ou P10), se o headset não possuir um bom driver (alto-falante) e um bom projeto acústico, o som produzido por ele será horrível.
Evite headsets gamer sem fio Bluetooth ou Wireless 2.4Ghz
O principal e único motivo para não se utilizar headsets gamer sem fio Bluetooth ou Wireless 2.4Ghz é a latência. Ela é definida como o tempo que leva para iniciar o processo até a execução do mesmo (exemplo: você aperta o botão para a reprodução de um vídeo e ele demora alguns segundos para iniciar). Esse aspecto é fundamental para jogos competitivos e, no caso dos fones de ouvido, isso se dá através da sincronia entre a imagem e o som.
Ao utilizarmos headsets gamer Bluetooth, não é possível atingir uma latência baixa o suficiente para ter uma sincronia entre som e imagem que seja suficiente para não afetar o desempenho do jogador nos jogos, mesmo ativando o "modo jogo", que alguns modelos possuem, que tenta de diminuir o tempo de resposta. Mas quando partimos para uma solução cabeada de fones de ouvido, a história muda, pois a latência é praticamente zero.
Geralmente, a alternativa que entrega a melhor qualidade de áudio será a do headset gamer sem fio Wireless 2.4 GHz. O motivo disso é a utilização de uma frequência de rádio proprietária que permite uma conexão mais estável e consequentemente de melhor qualidade comparado ao Bluetooth. Entretanto, em termos de conectividade, o Bluetooth é mais flexível e é por isso que há headsets que utilizam tanto o Bluetooth quanto a tecnologia Wireless 2.4Ghz.
Quando se utiliza a transmissão Wireless 2.4Ghz para o áudio dos jogos e o Bluetooth para o envio do som captado pelo microfone, a experiência é consideravelmente melhor. Além disso, ao utilizar o microfone via Bluetooth, é possível, por exemplo, se conectar a apps de comunicação focados em jogos como, por exemplo, o Twitch, para conversar com os amigos, sem prejudicar o áudio do jogo.
Embora a melhor solução seja sempre a cabeada, uma implementação híbrida de tecnologias de transmissão sem fio pode ser uma boa alternativa para aqueles que preferem headsets gamer wireless.
Headsets gamer de 5.1 ou 7.1 canais não oferecem benefício algum
Muitos acreditam que para conseguir uma espacialidade e separação de sons melhor em jogos competitivos ou em filmes, é interessante que o headphone (over-ear) ou headset tenha um som surround multicanal de 5.1/7.1 canais. Entretanto, para ser capaz de "enxergar" com precisão os sons no ambiente do jogo, não é necessário utilizar tecnologias surround multicanal.
Em um bom headphone estéreo (2.0), quanto maior for sua espacialidade, mais fácil será para ter a noção de distância entre você e os inimigos no game, pois será possível delimitar até onde o som está propagando. Tendo isso, você provavelmente irá obter uma separação de dos sons (na música chamado de separação de instrumentos) melhor, facilitando a percepção da direção que determinado som está vindo. Quanto melhor for este quesito, maior vai ser a percepção do posicionamento e consequentemente haverá uma precisão melhor.
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