A troca de cabos de fones de ouvido, na maioria das vezes, devido ao rompimento dos filamentos devido a tensão constante por conta do próprio uso. Por mais obvio que isso seja, há pontos na construção de um cabo que podem fazer com que este tipo de problema demore consideravelmente mais a acontecer. Além disso, temos também características que podem influenciar na experiência do usuário.
Um cabo geralmente costuma sofrer com o rompimento de seus fios na região próxima dos conectores, seja o que conecta no dispositivo responsável pela emissão do sinal (exemplo: DAC/amp e Digital Audio Player) ou os que se encaixam em cada um dos lados do fone de ouvido. Ou seja, este é o ponto que mais precisa de atenção (investimento) para se ter uma peça mais duradoura, resistente.
O que um cabo para fones de ouvido deve ter para evitar o rompimento?
Como os cabos para fones de ouvido geralmente são mais finos para não pesarem excessivamente durante o uso, se os fios forem muito frágeis ou longos (exemplo: 3m), a chance de dar mal contato é maior. Além disso, cabos muito grandes, em termos de comprimento, geralmente são mais difíceis de manusear. Ou seja, o primeiro ponto a se observar é se o tamanho do cabo realmente é o ideal para o uso.
Há casos em que os fios do cabo não se rompem por completo, mas parte da proteção se rompe. Isso faz com que ocorra a oxidação do metal, que é percebida quando, por exemplo, a cor do cobre muda para verde ou a cor da prata muda para preto. A área onde geralmente permite a contaminação do cabo por oxigênio é a dos conectores do cabo.
A influência nas terminações de um cabo para uma durabilidade maior
Para que a oxidação do cabo demore mais tempo a ocorrer, é necessário que haja um bom trabalho com a solda e que o conector ofereça uma certa proteção para amenizar a tensão dos fios. Além disso, os próprios conectores devem ser bem construídos, para que não oxidem ou quebrem. Exemplos:
- Conectores 2-pin com pinos menores que 0,78mm costumam quebrar com facilidade.
- Plugues 3,5mm banhados a ouro evitam a oxidação devido às propriedades do metal.
Quando se trata da região onde os fios do cabo saem dos conectores, os fabricantes costumam colocar uma borracha mais rígida, para evitar que haja muito movimento ali. É por esse motivo que por vezes encontramos uma espécie de capa no início de conectores 2-pin, MMCX, 3,5mm, 4,4mm, entre outros. Além disso, no caso dos conectores que saem dos fones in-ear, essa capa ainda é utilizada para moldar o cabo para que ele acompanhe a curva da orelha ao passar por cima, algo que ameniza a condução mecânica do som.
Dica bônus: Quando estiver difícil de retirar o conector do cabo que se encaixa no fone de ouvido in-ear (MMCX ou 2-pin), uma coisa que pode facilitar é a utilização de luvas cirúrgicas, pois elas darão a aderência necessária para conseguir desencaixar com mais facilidade. No caso de conectores MMCX, ainda existe um acessório chamado "MMCX Assist" (desenvolvido pela Final Audio), que permite que o usuário retire o cabo do fone de ouvido com facilidade.
Outro ponto a se analisar nos conectores e da peça Y-split (divisor em "Y"), que divide o lado esquerdo e direito, é a leveza. Quanto mais leve estas pelas forem, menos tensão o cabo irá ter nos fios. Isso fica bem claro ao utilizar fones de ouvido in-ear, principalmente os customizados, que preenche toda a concha da orelha e parte do canal auditivo.
A condução mecânica do som
A condução mecânica do som nada mais é do que o barulho que ouvimos quando o cabo bate ou esfrega em nossa roupa ou em algum outro objeto. Quanto mais rígido o cabo for, maior será a condução do som, e por isso o ideal é que se utilize capas maleáveis e lisas para encapar os fios. Geralmente se utiliza borrachas para envolver os filamentos do cabo, mas há casos em que o fabricante opta por utiliza tecidos como, por exemplo, o paracord.
O revestimento do cabo é importante tanto para o conforto quanto para a resistência, obviamente. O desafio está em produzir uma peça que ofereça flexibilidade, maleabilidade e resistência. Para isso, pode-se utilizar materiais mais finos e macios, para que o cabo se dobre com mais facilidade, e/ou mais lisos, para que atenue a condução mecânica do som.
Particularmente, acho que a utilização de uma borracha macia e flexível para cabos de fones de ouvido in-ear entrega uma experiência melhor para o usuário. Se ela ainda for transparente, você ainda terá uma melhora da estética ainda, pois poderá ver o metal (cobre ou prata). Mas no caso de headphones over-ear, o resultado com paracord dividido me pareceu melhor.
O número de núcleos (cores) tem alguma vantagem?
Certamente você já deve ter visto a venda cabos de fones de ouvido com 8, 16 e até mesmo 24 núcleos. O primeiro ponto que você deve levar em consideração é que quanto mais núcleos o cabo tiver, menos maleável ele será e isso geralmente costuma piorar a experiência de uso. Além disso, cabos que são extremamente baratos, costumam utilizar mais núcleos devido a qualidade do metal utilizado nos fios, que geralmente possuem uma impedância alta.
Em minha opinião, para obter uma boa flexibilidade e qualidade nos fios, os cabos que possuem 4 núcleos (cores) geralmente costumam ser a melhor escolha. Acesse o nosso artigo para entender mais a fundo sobre as diferentes qualidades dos metais utilizados nos cabos, passando pelos classificados como OFC (Oxygen-free copper) e OCC (Ohno Continuous Casting).
Conclusão
Se o cabo utilizado no seu fone de ouvido for bem construído e confortável, certamente ele irá lhe atender por muitos anos, permitindo até que você o utilize em outros fones. Ou seja, vale a pena trocar de cabo somente se o que foi fornecido pelo fabricante não atender às características que foram citadas neste artigo.