Os termos utilizados em reviews/análises para descrever o som dos fones de ouvido pode deixar muitos leitores ou expectadores (áudio e vídeo) confusos. O motivo disso é que geralmente essa compreensão dos adjetivos utilizados pelos reviewers/analistas de equipamentos de áudio só é compreendida com a audição de diversos modelos de fones combinado com a leitura da descrição do produto por hobbystas ou empresas em sites pela internet, além de vídeos no YouTube.
Para descomplicar o entendimento dos adjetivos utilizados para descrever o som nos reviews de fones de ouvido, criamos esta série. Em cada parte, iremos apresentar os principais termos utilizados nas análises do áudio dos produtos. Desta forma, espero que você, leitor, tenha uma experiência mais aprofundada ao consumir reviews/análises de fones de ouvido.
Entendendo os termos que descrevem o som em fones de ouvido
Confira abaixo a primeira parte nossa jornada para entender melhor os termos utilizados na descrição do som de fones de ouvido em reviews/análises.
Agressividade
Quando se fala que determinado fone de ouvido possui um som agressivo, geralmente queremos dizer que os médio agudos e agudos são mais avançados. Como o brilho do som está concentrado nos médios agudos (2.5Khz a 5Khz), se o som possui uma atividade excessiva (picos) na faixa dos 3Khz, o usuário pode ter fadiga auditiva. Instrumentos que podem evidenciar isso são: prato da bateria, trompete, flauta, viola, violino, guitarra elétrica.
Ambiência
Ao ouvir fone de ouvido, você percebe que há um "espaço" onde os sons estão sendo reproduzidos. Este local pode ser maior ou menor. Isso chama-se ambiência e pode ser influenciada pelo local onde a gravação foi feita (palco, sala, teatro, estúdio) ou pelo alto-falante (driver) do fone de ouvido. É possível delimitar o tamanho da ambiência observando a extensão dos sons, onde eles começam, terminam ou reverberam.
Arejamento
A sensação de arejamento é quando há uma ambiência grande o suficiente para que se tenha a impressão de um certo espaço entre os sons dos instrumentos e/ou vozes. Desta forma, é possível perceber melhor o posicionamento dos instrumentos e/ou vozes, além de detalhes no som de cada um dos elementos produtores de sons.
Ataque
Quando analisamos o ataque do som reproduzido pelo fone de ouvido, observamos por quanto tempo o alto-falante (driver) irá reproduzir o pico máximo de determinado som. Imagine o driver recebendo o sinal analógico para produzir determinado tom do instrumento e observe o volume máximo que esse som irá atingir. Esse é o SPL máximo, a principal característica que deve ser observada para notar o ataque.
Para diferenciar um ataque rápido de um ataque lento, você deverá observar o tempo que demora para determinado tom de um instrumento chegar à sua altura máxima e decair até desaparecer. Se o som ficar por muito tempo no SPL máximo, o som ficará congestionado, confuso. Mas se o tom for reproduzido e desaparecer mais rapidamente, você terá uma sensação de maior definição dos sons.
Brilho
O brilho do som de um fone de ouvido está na região no espectro do som dos médio agudos (2.5Khz a 5Khz). Se o som possuir alguma proeminência excessiva (picos) na faixa dos 3Khz, pode causar fadiga auditiva. Exemplos de instrumentos que geram brilho na música: prato da bateria, trompete, flauta, viola, violino, guitarra elétrica. Se o som possui uma atividade excessiva (picos) na faixa dos 3Khz, o usuário pode ter fadiga auditiva. Instrumentos que podem evidenciar isso são: prato da bateria, trompete, flauta, viola, violino, guitarra elétrica.
Colorido
Costumamos falar que o som de um fone de ouvido é colorido quando há alguma característica que foge do que é considerado "neutro". Um exemplo disso é quando há uma elevação dos graves além do que é considerado natural, criando uma sonoridade mais "escura" para o som reproduzido. Há também casos em que temos uma elevação anormal dos agudos, trazendo uma "tonalidade brilhante" na apresentação da música.
Ter um fone de ouvido com som "colorido", não é ruim. Por vezes, dependendo do estilo musical, um som mais "rico" nos graves, pode trazer aquele peso nas baixas frequências que pode trazer mais envolvência ao escutar determinados álbuns. Nos agudos, temos um efeito diferente, quando há maior atividade nesta região, geralmente se ganha uma sensação de clareza nos sons produzidos pelos instrumentos, além da impressão de haver mais "ar" (arejamento).
Corpo
Quando falamos que há um corpo maior ou menor no som do fone de ouvido, nos referimos à região onde o timbre de determinado instrumento mais se destaca, está evidente. Por exemplo, ao acionar o bumbo da bateria, teremos um destaque maior para o som produzido se o alto-falante (driver) apresentar uma atividade nos médio graves (250Hz a 640Hz) maior.
Definição
Quando falamos que determinado som reproduzido pelo fone de ouvido apresentou muita definição, quer dizer que os mínimos detalhes da sonoridade produzida por determinado instrumento ou voz foram mais bem reproduzidos. Há alto-falantes (drivers) capazes de conseguir reproduzir a respiração do músico, o dedilhar nas cordas do violão ou um espirro ao fundo da gravação. Também é possível utilizar este adjetivo para descrever a percepção do espaço ocupado pelo instrumento no ambiente através da observação da extensão de seus sons e suas reflexões (reverberações).
Dinâmica
A dinâmica no som de um fone de ouvido é caracterizada por quão bem é executado o ataque dos sons dos instrumentos ou vozes. Quando há uma boa velocidade no ataque dos sons, há uma dinâmica melhor e fica mais fácil de notar os sons de cada instrumento ou voz.
Alguns reviewers/analistas ainda separam a dinâmica e macrodinâmica e microdinâmica, onde a microdinâmica seria os detalhes das diferenças entre as gradações de volume (nuances) e a macrodinâmica a diferença de gradação comparando faixas mais extensas do som.
Equilíbrio tonal
O equilíbrio tonal é citado para se referir à maneira como a atividade dos graves, médios e agudos é trabalhada durante a reprodução dos sons pelo driver (alto-falante) do fone de ouvido. Se um fone possui algum excesso em alguma região do espectro do som como, por exemplo, nos graves ou nos agudos, cria-se uma "tonalidade escura" ou uma "tonalidade brilhante". Se houver um equilíbrio mínimo entre as frequências e um ataque mais rápido, os graves, médios e agudos dos instrumentos e vozes não costumam contaminar uns aos outros, gerando uma apresentação mais "limpa".
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