A KZ enganou mais uma vez milhares de consumidores. A história envolve novamente o lançamento de um modelo criado em colaboração com reviewers/criadores de conteúdo de fones de ouvido e desta vez o prejudicado foi o "HawaiiBadboy" do canal "Bad Guy Good Audio Reviews", popularmente conhecido como "HBB". Lançado em no dia 27 de abril de 2023, o KZ x HBB PR2 vem apresentando inconsistências no som, onde um primeiro lote soava de uma forma e agora apresenta uma resposta de frequência (medição da atividade nos graves, médios e agudos) diferente.
KZ altera o KZ x HBB PR2 sem o consentimento do "HBB", colaborador do projeto
O KZ x HBB PR2 é um fone de ouvido in-ear com driver (alto-falante) planar magnético desenvolvido em parceria com o "HawaiiBadboy" do canal "Bad Guy Good Audio Reviews"", popularmente conhecido como "HBB". Atualmente vendido por US$ 45 (cerca de R$ 225), o IEM (in-ear monitor) apresentou uma sonoridade diferente após o primeiro lote de 6000 unidades. Essa mudança foi relatada por usuários e pelo próprio "HBB" através de medições, onde curva de resposta de frequência mostrava uma atividade consideravelmente mais alta nos agudos no novo lote comparado ao 1º.
Como você pode ver acima, há uma diferença no gráfico de resposta de frequência entre as primeiras unidades do KZ x HBB PR2 e o lote atual. A imagem foi capturada pelo usuário "Hit-maker" do Reddit e publicada no subreddit "headphones". Ele comenta que a KZ tirou os dampers ("amortecedores"), implementados anteriormente no primeiro lote, para alterar a sonoridade do fone de ouvido.
De acordo com o relato dos usuários do KZ x HBB PR2, os agudos dos novos lotes ficaram semelhantes ao tuning do KZ PR1. Inclusive, a atividade nas altas frequências foi alterada pelo "HBB" justamente porque o reviewer não gostou dessa característica.
O usuário "Zerstorer_GOhren" do fórum Head-Fi publicou a mensagem privada enviada por Tyvan Lam, representante da KZ, no Facebook. Confira abaixo a resposta traduzida:
Olá a todos, aqui é Tyvan oficial da KZ. Antes de tudo, obrigado pela atenção ao nosso produto, você sabe que não há nada que torne o nosso dia melhor do que receber um e-mail de uma pessoa aleatória do universo que acabou de comprar um PR2 nos EUA e nos contar a história de como é o IEM planar mais incrível que eles já trouxeram para casa em suas vidas, é isso que nos mantém em movimento. Não há nada melhor do que melhorar, é isso que nos move. O PR2 também.
Tudo é igual ao anterior, com o mesmo driver e gráficos. Mas depois de melhorarmos o PCB, a eficiência da produção será maior e a precisão e a consistência serão melhores ao mesmo tempo. A malha é a malha de amortecimento. Colocamos uma malha de amortecimento no alto-falante antes, mas o design anterior com a malha com riscos potenciais à consistência, o que também causa baixa eficiência de produção. Agora, depois de atualizarmos o PCB, entretanto, mudamos a posição do amortecedor para o bocal de saída e a malha não é necessária.
Um leitor do Oficina da Net, José Luis, relatou o seu caso dizendo:
Recebi o fone em minha casa. Não é ruim, mas de fato não parece ser aquilo que o HBB criou em colaboração com a KZ. Ele próprio reclamou no Facebook que o acordo feito entre ele e a KZ não estava sendo respeitado. Mensurações da curva de frequência feitas por usuários evidenciam as diferenças. Considero o fone bom para músicas que não têm agudos; logo, não era e não é aquilo que eu tencionava comprar.
José Luiz também relata que a KZ tentou atenuar as reclamações daqueles que compraram o KZ x HBB PR2 enviando ear tips ("ponteiras") de espuma, que supostamente reduziria um pouco a atividade nos agudos. Entretanto, ao que parece, foi uma jogada ineficaz por parte da empresa.
O canal "AvaliaSom" no YouTube, do Marcelo Dosec, também chegou a relatar o mesmo problema de sonoridade em um "Shorts" sobre o KZ PR2.
Conclusão
Mais uma vez a KZ fere a confiança de seus clientes, além de manchar a imagem do reviewers "HBB" ("HawaiiBadboy"), já que ela alterou a sonoridade do KZ x HBB PR2 consideravelmente. Ao mesmo tempo, é triste ver que a empresa se recusa a admitir seu erro, assim como aconteceu anteriormente, conforme o Oficina da Net relatou.
