A história do Instagram mais parece um conto de fadas do Vale do Silício, com a empresa ganhando impulso impressionante em poucos meses. O aplicativo em si levou apenas oito semanas para ser desenvolvido, antes do lançamento para iOS, e em um ano e meio para que o Facebook adquirisse a empresa por US$ 1 bilhão. Mas, como todos os bons contos de fadas, o processo envolveu muitas reviravoltas, fracassos e sucessos, conflitos e uma dose de sorte.
A criação do Instagram
Em 2009, Kevin Systrom, um jovem de 27 anos formado na Universidade de Stanford, trabalhava na Nextstop, uma startup de viagens. Systrom já havia trabalhado no Google como associado de desenvolvimento corporativo e estagiado na Odeo, empresa que desenvolveu o Twitter. A Nextstop foi posteriormente adquirida pelo Facebook, em julho de 2010.
Systrom não tinha formação em ciências da computação, mas enquanto trabalhava na Nextstop, ele aprendeu a codificar durante suas horas vagas, chegando a construir um protótipo HTML5 chamado Burbn, inspirado em seu gosto por uísques e bourbons finos. O Burbn era um aplicativo multifacetado que permitia aos usuários fazer check-in, publicar planos e compartilhar fotos. Embora, na época, os aplicativos de check-in baseados na localização estivessem na moda, o compartilhamento de fotos era o recurso mais popular.
Em março de 2010 Systrom participou de uma festa da Hunch, uma startup do Vale do Silício. Na festa, Systrom conheceu dois capitalistas de risco da Baseline Ventures e Andreessen Horowitz. Ele mostrou o protótipo, e eles decidiram se reunir para tomar um café e discutir mais a ideia. Após o primeiro encontro, ele decidiu deixar o emprego e se concentrar no Burbn, e em apenas duas semanas conseguiu arrecadar US$ 500.000 em investimentos de Baseline Ventures e Andreessen Horowitz.
Este financiamento permitiu à Systrom começar uma equipe, e o primeiro a ingressar foi o cofundador do Instagram, Mike Krieger, de 25 anos. Também graduado na Stanford, Krieger já havia trabalhado como engenheiro e designer de experiência do usuário na plataforma de mídia social Meebo. Os dois se conheciam desde o tempo da universidade.
Depois que Krieger entrou, os dois reavaliaram a Burbn e decidiram se concentrar principalmente em uma coisa: um aplicativo de fotos para celular. Eles estudaram cuidadosamente os principais aplicativos na categoria fotografia. O aplicativo Hipstamatic se destacou por ser popular e ter recursos interessantes, como filtros para adicionar às fotos. Mas faltava capacidade social, e os jovens empreendedores viam potencial na construção de um aplicativo que unia o Hipstamatic e o Facebook com seus elementos sociais.
Systrom e Krieger tomaram a decisão difícil de dar um passo atrás, terminando com a ideia do Burbn. Naquela época, eles renomearam o aplicativo de Instagram, combinando as palavras instante e telegrama. Com suas habilidades, eles trabalharam incansavelmente para melhorar a experiência de compartilhamento de fotos, tendo um foco minimalista e exigindo o mínimo de ações possível do usuário.
Lançamento do aplicativo para iOS
O Instagram foi lançado em 6 de outubro de 2010 e, naquele dia, tornou-se o principal aplicativo de compartilhamento de fotos gratuito, acumulando 25.000 usuários. Em um post no Quora, Systrom descreveu a velocidade notável com que o aplicativo se tornou popular;
"Primeiro, temos que dizer que nunca esperamos a resposta avassaladora que vimos. Passamos de literalmente alguns usuários para o aplicativo de fotografia gratuito número 1 em questão de horas.
No final da primeira semana, o Instagram havia sido baixado 100.000 vezes e, em meados de dezembro, o número de usuários havia atingido a marca de um milhão. O momento do lançamento do aplicativo foi excelente porque o iPhone 4, com sua câmera aprimorada, havia sido lançado alguns meses antes, em junho de 2010.
Rodada de investimentos
Com o rápido aumento do número de usuários do Instagram, os investidores ficaram cada vez mais interessados e, em janeiro de 2011, a empresa começou a se reunir com pessoas interessadas em investir.
Em fevereiro de 2011, o Instagram levantou US$ 7 milhões com uma rodada de vários investidores, incluindo o Benchmark Capital, que avaliou a empresa em cerca de US$ 25 milhões. Além de investidores institucionais, a empresa atraiu a atenção das principais empresas de redes sociais, atraindo o interesse de Jack Dorsey do Twitter e Mark Zuckerberg do Facebook.
O Instagram não foi minimalista apenas em sua abordagem no aplicativo, mas também na própria empresa. Novos financiamentos deram à Systrom e Krieger a oportunidade de contratar mais pessoas, mas os fundadores mantiveram a empresa muito enxuta, com apenas uma dúzia de funcionários.
Interesse do Twitter
Systrom conhecia Dorsey desde seu tempo como estagiário na Odeo, e Dorsey tinha um forte interesse na empresa. Depois que Dorsey voltou ao Twitter como presidente executivo em março de 2011, ele queria adquirir o Instagram, e o Twitter teria feito uma oferta formal de cerca de US$ 500 milhões em ações. No entanto, a Systrom recusou, preferindo que o Instagram permanecesse como uma empresa independente.
Aquisição do Facebook
Em março de 2012, a base de usuários do aplicativo havia aumentado para 27 milhões. Em abril, o Instagram foi lançado para smartphones Android e foi baixado por mais de um milhão de vezes em menos de um dia. Na época, a empresa também estava perto de receber uma nova rodada de financiamento com uma valorização de US$ 500 milhões. O fundador Systrom e Mark Zuckerberg haviam se conhecido em eventos realizados em Stanford, e os dois estavam em comunicação durante a rápida ascensão do Instagram.
Em abril de 2012, o Facebook fez uma oferta para comprar o Instagram por cerca de US$ 1 bilhão em dinheiro e ações, com a disposição essencial de que a empresa continuasse sendo gerenciada de forma independente. Pouco tempo depois e pouco antes de sua oferta pública inicial, o Facebook adquiriu a empresa pelo valor histórico de US$ 1 bilhão em dinheiro e ações.
Termos de Serviço Backlash
O Instagram atualizou seus termos de serviço em dezembro de 2012, concedendo o direito de vender fotos dos usuários a terceiros sem notificação ou compensação. Isso atraiu críticas imediatas de usuários e defensores da privacidade, e muitos retaliaram ao migrar para plataformas concorrentes de compartilhamento de fotos. O Instagram reagiu rapidamente e retirou os termos controversos.
Segunda maior rede social do mundo
Embora o crescimento de usuários continue aumentando desde a aquisição do Facebook, o Instagram fez poucas alterações no aplicativo, mantendo sua experiência simples e intuitiva, e focando no compartilhamento de fotos.
Apesar do alto preço, a empresa parece ter sido um dos melhores investimentos de Mark Zuckerberg e do Facebook. Os usuários do Instagram aumentaram em um bilhão desde o lançamento do aplicativo em 2010, superando o Twitter, fundado em 2006.
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