Durante todo o ano passado, a Huawei foi manchete de diversos veículos de mídia e noticiários, já que a empresa sofreu bastante com as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, até então liderado pelo ex-presidente Donald Trump. Mesmo com todos os problemas envolvendo a sua companhia, a Huawei manteve-se firme e forte, e para continuar em ascensão, precisou se adaptar a uma nova estratégia de mercado. A informação que temos agora é que a companhia está considerando se desfazer das suas principais linhas de smartphones P e Mate.
A informação vem do portal Reuters que afirma que a empresa está em negociações avançadas para vender as principais linhas de dispositivos de seu portfólio para um consórcio apoiado pelo governo de Xangai. De março de 2019 a março de 2020, as duas linhas acumularam US$ 39,7 bilhões em vendas. Na parte final do ano passado, essas duas séries corresponderam a 40% das vendas totais da Huawei.
Histórico sobre o caso entre Huawei vs EUA
Com a proibição de utilizar componentes e recursos das fabricantes norte-americanas, e até mesmo sem poder utilizar o sistema Android em seus smartphones, a Huawei precisou acelerar ainda mais o desenvolvimento de seu sistema HarmonyOS, além de criar intenções de construir sua própria fábrica de componentes, eliminando a dependência dos EUA.
De qualquer forma, a empresa também precisou tomar medidas drásticas, como se desfazer de sua marca subsidiária Honor, que fabricava smartphones de excelente custo benefício para o público chinês e outras partes da Ásia. Agora, a medida de se desfazer das suas principais linhas de smartphones reflete a escassez de componentes, pois a TSMC, principal fornecedora da gigante chinesa, está proibida de ter relações com a Huawei desde setembro do ano passado.
Mesmo com a mudança de presidente dos Estados Unidos, a fabricante não acredita que as sanções e proibições baixarão a guarda, e manter-se ativa no mercado de smartphones tem sido cada vez mais difícil.
Note por exemplo o fracasso de vendas do seu topo de linha Mate 40 Pro. Embora esse flagship tenha sido bem recebido pelo público e crítica especializada graças ao seu desempenho e pacote de câmeras excepcionais, a Huawei não conseguiu emplacar um bom número de vendas por conta da falta de componentes. Desde quando foi anunciado, poucas unidades foram vendidas e estão esgotados até agora.
Para continuar viva no mercado, existia a esperança de que a produção de seus processadores Kirin pudesse contar com a ajuda da SMIC, maior fabricante de componentes da China. Mas até o momento, nada foi decidido.
Caso a empresa se desfaça mesmo das suas linhas Mate e P, essa será talvez a única alternativa para permitir que elas sobrevivam, assim como aconteceu com a venda da Honor que agora pode trabalhar com as principais fabricantes do mercado como MediaTek, Qualcomm, Intel e AMD.
O que a Huawei diz?
Um porta-voz da empresa negou essa afirmação dizendo que essas não são informações verdadeiras, e que a Huawei não tem nenhum interesse em se desfazer de sua principal linha de smartphones, e muito menos de abandonar o mercado nesse segmento.
Vale lembrar que quando surgiram boatos de que a empresa estaria se desfazendo de sua subsidiária Honor, a Huawei também negava essa possibilidade, e no fim da história, a empresa de fato confirmou a venda.