Empresários e trabalhadores dos Estados Unidos estão pedindo ao governo que adote barreiras comerciais contra produtos baratos da China, seguindo o exemplo recente do Brasil. O sindicato "United Steelworkers" publicou um relatório exigindo medidas que protejam a indústria americana do que eles consideram uma ameaça significativa: o excesso de capacidade industrial da China.
EUA pode seguir o Brasil ao barrar produtos chineses
Representando trabalhadores da indústria e diversos fabricantes nacionais, o United Steelworkers acredita que a produção excessiva da China pode levar à perda de empregos nos Estados Unidos. O sindicato está apelando pelo retorno de uma medida de proteção contra surtos de importações, conhecida como a salvaguarda da Seção 421.
Para quem não sabe, a Seção 421 é uma ferramenta que permite ao governo dos EUA impor tarifas temporárias para aliviar problemas causados por importações excessivas da China. Esta medida foi utilizada pela última vez em 2009 pelo então presidente Barack Obama, para proteger a indústria de pneus americana de uma onda de importações chinesas, elevando temporariamente as tarifas sobre pneus chineses para até 35%.
Agora, o United Steelworkers e a Alliance for American Manufacturing (AAM) pedem que a Seção 421 seja usada novamente para proteger indústrias críticas, incluindo carros elétricos, placas solares, chips semicondutores de baixa tecnologia, aço, vidro e pneus. Eles argumentam que o apoio estatal da China a esses setores cria um excesso de capacidade que ameaça a competitividade das empresas americanas.
Empresas podem fechar as portas por causa das importações
Um relatório recente da AAM mostrou que fábricas de papel, vidro e aço nos EUA estão considerando fechar as portas devido à concorrência desleal dos produtos chineses. A AAM acusa a China de não cumprir seus compromissos com a Organização Mundial do Comércio (OMC) e de fornecer subsídios excessivos às empresas locais, o que resulta em produtos muito mais baratos que prejudicam os concorrentes ocidentais.
No Brasil, o setor de fibra optica também foi afetado pelos baixos preços cobrados nas importações chinesas. A Prysmian, empresa localizada no inteiror de São Paulo, ameaça encerrar suas atividades em julho no Brasil por causa da concorrência desleal causada pelas importações da China.
Além de medidas contra as importações diretas da China, a AAM também solicita que o governo dos EUA tome ações contra empresas chinesas que estabelecem fábricas em países terceiros, como México ou Vietnã, para contornar as sanções comerciais.
China é acusada de concorrência desleal
Os analistas da AAM acreditam que o excesso de capacidade da China não é uma falha temporária, mas uma estratégia deliberada para minar as economias ocidentais. Enquanto a União Europeia também acusa a China de práticas comerciais desleais, a pressão nos EUA aumenta para que medidas concretas sejam tomadas.
Por enquanto, o governo chinês não comentou sobre as recentes demandas dos empresários e sindicatos americanos.
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